A piora do cenário internacional e a disposição mostrada pelo Banco Central em controlar a alta do dólar e, consequentemente, o repase para a inflação, pressionaram as taxas de juros para baixo mais uma vez, ontem. Ainda assim, o mercado segue convicto de que o Comitê de Política Monetária (Copom) contará a taxa de juros básica da economia brasileira, a Selic, em 0,5 ponto porcentual na sua próxima reunião, agendada para o dia 30. Uma queda dessa magnitude colocaria o juro em 8,5%, uma nova mínima histórica. Assim, a taxa do contato para janeiro de 2014 cedeu para 8,38%, ante 8,44% na terça-feira. Já o juro mais longo, para janeiro de 2017, encerrou o pregão de ontem a 9,76%, em comparação com o 9,89% da véspera, e a taxa para janeiro de 2021 recuou de 10,42% para para 10,30%.
No câmbio, a atuação do Banco Central veio quando o dólar bateu a máxima do dia, de R$ 2,1030. A autoridade monetária ofertou cerca de US$ 4 bilhões em swap cambial e forçou a queda do dólar para baixo. O fechamento correspondeu à mínima do dia, de R$ 2,0430 (-1,73%).
A ação do BC deixou evidente que boa parte da disparada recente da divisa dos EUA deve ser fruto de especulação. Isso porque o mercado absorveu apenas US$ 1,309 bilhão dos dois vencimentos ofertados, dando a entender que a falta de liquidez não é tão expressiva como sugeria a valorização do dólar. Nem tão grande quando faziam crer a volatilidade das cotações e os comentários sobre a demanda por operações de proteção, conhecido por hedge. Tudo isso ocorreu em um ambiente bastante negativo no exterior, sobretudo devido aos crescentes temores de que a Grécia deixe a zona do euro e sem notícias efetivas sobre a reunião de líderes europeus, o que afetou as bolsas.
A Bovespa, que quase abandonou os 53 mil pontos no auge do pessimismo, terminou a quarta-feira em 54.619,48 pontos, com baixa de 0,76%. No fim do pregão, o Ibovespa reduziu um pouco das perdas, seguindo a inexplicada melhora das ações nos Estados Unidos.
Com a queda de ontem, o principal índice do mercado acionário nacional, já acumula recuo de 11,65% no mês. Foram 16 pregões em maio, dos quais a Bolsa encerrou no vermelho em 12 deles.