Divisa chegou a recuar 1,15%, mas subiu com dúvidas sobre intervenção
-Rio - Diante da falta de informação pelo Banco Central (BC) sobre seu leilão diário de contratos de swap cambial para hoje, o dólar ganhou força frente ao real e fechou ontem em queda de apenas 0,22%, a R$ 2,175 para venda, na menor cotação desde 17 de junho. Durante o dia a moeda americana, que caiu em todo o mundo, chegou a recuar 1,15% frente ao real, a R$ 2,155.
O leilão diário de contratos faz parte da estratégia adotada pelo BC em agosto para estancar a alta do dólar. Todos os dias, o BC anuncia o leilão do pregão seguinte às 14h30m. Ontem, porém, o comunicado só foi divulgado pouco depois das 20h. O BC não explicou o motivo desta demora, que provocou ruídos no mercado, levantando suspeitas de que o governo não tem mais interesse de que o dólar caia abaixo de seu atual nível.
Surgiram dúvidas se o BC não interromperia essas intervenções diárias no mercado. Analistas também aguardam a confirmação do BC sobre a rolagem de US$ 8,87 bilhões em contratos de swap cambial que vencem no início de novembro.
— Se criou a dúvida, o BC queria que o dólar valorizasse. Mas precisa se pronunciar se vai continuar o programa. Não faz sentido uma desvalorização do dólar, com o BC vendendo a R$ 2,16, com a saída de US$ 4,2 bilhões do país no ano — disse Cláudio Coppola, sócio da RC Gestão.
O Brasil registrou saída líquida de US$ 2,1 bilhões apenas na semana passada. Foi exatamente o mesmo desempenho negativo que o chamado fluxo cambial registrou em todo o mês de setembro. Os dados foram divulgados ontem pelo Banco Central. No acumulado no ano, o resultado do fluxo cambial é negativo em US$ 4,2 bilhões. No mesmo período do ano passado, os ingressos de dólares superavam as saídas em US$ 21,1 bilhões.