A bolsa brasileira está a um passo de fechar sua melhor semana neste ano, com alta de quase 5% no período. A confirmação do rating "BBB" do Brasil pela Fitch, com perspectiva estável, após o fechamento dos mercados ontem, pode ajudar na manutenção da trajetória positiva da Bovespa hoje. "A deterioração observada nos indicadores de crédito fiscal e externa do Brasil está dentro do nível de tolerância do seu rating atual", afirmou a agência de risco.
Além disso, a Moody"s também manteve a nota de crédito soberano dos Estados Unidos em "Aaa" e elevou a perspectiva de negativa para estável. A agência ressaltou que o crescimento dos EUA, embora moderado, expande a um ritmo pais rápido do que o de outros países que também são classificados como "Aaa".
Ontem, o Ibovespa registrou o quarto pregão seguido no azul, ajudado pelas declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, e por uma nova rodada de indicadores positivos da economia americana. A ata da última reunião do Copom, divulgada pela manhã, não fez preço na bolsa e apenas confirmou a expectativa do mercado, de continuidade do aperto monetário.
O Ibovespa subiu 0,53%, para 47.656 pontos, com volume de R$ 5,906 bilhões. Entre as ações de maior peso no índice, Vale PNA teve alta de 0,21%, a R$ 28,22; Petrobras PN subiu 0,24%, a R$ 16,10; e OGX ON recuou 1,96%, a R$ 0,50.
A Itaú Corretora diz que a recuperação nos últimos dias fez o Ibovespa se aproximar da forte resistência em 48.300 pontos, barreira considerada decisiva para a bolsa ganhar nova força compradora rumo aos 50.700 pontos.
No entanto, o estrategista da Fator Corretora, Paulo Gala, alerta que o cenário futuro segue longe da tranquilidade. "Os mesmos fatores que geraram tensão neste ano continuam existindo. Apesar do tom mais "dovish" de Bernanke, continuam as expectativas de retirada de estímulos nos Estados Unidos, além de perspectivas piores para o crescimento da China", afirma. Vale lembrar, que a bolsa brasileira ainda acumula perdas de 21,8% em 2013.
As construtoras lideraram os ganhos, com destaque para Brookfield ON (7,40%). Na outra ponta, Eletrobras PNB recuou 2,65%. Seus empregados estão em greve há quatro dias por melhores salários.
"Na falta de notícias negativas, o mercado segue em alta", afirma o estrategista da SLW Corretora, Pedro Galdi. Ele lembra que os dados da economia americana agradaram aos investidores. Houve uma redução de 24 mil nos pedidos de seguro-desemprego, para 334 mil na semana encerrada em 13 de julho, ante a expectativa de 340 mil. E o Fed da Filadélfia divulgou expansão da atividade industrial na região, com alta para 19,8 pontos no índice de julho, acima dos 7,7 pontos esperados pelos analistas.
Já Bernanke reafirmou, no segundo dia de sabatina no Congresso, que a retirada de estímulos na economia americana não acontecerá repentinamente e, mais uma vez, disse que o fim do programa de compra de ativos não significa elevação imediata dos juros.
"Ben Bernanke segue impulsionando os mercados", disse o analista da BB Investimentos, André Omoto Ferreira. Segundo ele, o fôlego que o discurso do presidente do Fed trouxe aos mercados na quarta-feira continuou ontem. O Ibovespa bem que tentou ensaiar uma correção pela manhã, mas esta não durou muito tempo, com o índice voltando a subir.