Com o feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) surfou ontem nas boas notícias vindas da economia da China (a indústria mostrou força maior que o esperado) e no adiamento de um possível ataque norte-americano à Síria. Não à toa, o Ibovespa, que mede a lucratividade das ações mais negociadas no pregão paulista, registrou alta de 3,65%, para os 51.835 pontos. Foi a maior valorização desde 27 de julho do ano passado.
Os investidores correram atrás, sobretudo, dos papéis da Petrobras, que subiram até 1,13%, e da Vale, com incremento máximo de 3,49%. Também ajudaram a puxar o Ibovespa as ações da OGX, petroleira do grupo de Eike Batista, que apontaram valorização de 33%, depois de levarem um tombo de 40% na sexta-feira passada. Os analistas ressaltaram, porém, que é preciso ter muita cautela, pois a euforia de ontem pode se traduzir em baixa hoje, quando Wall Street reabrirá as portas.
Para os especialistas, os investidores deverão prestar muita atenção na BM&FBovespa, pois aumentou o peso das ações da OGX no principal índice de lucratividade. “A partir de agora, com 4,3% de participação no Ibovespa, qualquer variação do preço do papel da OGX terá um reflexo razoável no indicador. E, nesses níveis, é de se imaginar que os movimentos sejam severos, para cima ou para baixo”, destacou o Credit Suisse.
Na avaliação do economista-chefe da Corretora Souza Barros, Clodoir Vieira, quanto mais se adiar o ataque dos EUA à Síria, mais o mercado acionário tenderá a reagir positivamente. “O alívio com relação à Síria acaba dando uma ajuda para a bolsa no curtíssimo prazo”, afirmou. Mas todo cuidado é pouco, uma vez que ações são investimentos de risco, nos quais não se deve botar o dinheiro que garante as despesas do dia a dia.