O mundo inteiro está de olho na decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Os mercados operam em compasso de espera, com investidores montando suas apostas em cima de alguma sinalização da autoridade monetária sobre o início da redução do programa de US$ 85 bilhões em recompras de títulos para estimular a economia dos Estados Unidos.
E o Fed não é a única preocupação da semana. Os bancos centrais da Europa (BCE) e do Reino Unido (BoE) também anunciarão suas decisões de política monetária. E a agenda terá ainda indicadores de atividade de China, EUA e Europa, e o dado de emprego nos EUA.
Por aqui, os investidores também estão cautelosos porque a safra de balanços do segundo trimestre está carregada nesta semana. Hoje cedo saem os números de dois grandes bancos privados: Itaú e Santander. Na quarta-feira, a gigante de bebidas Ambev anuncia seu desempenho e, na quinta, é a vez da siderúrgica Gerdau.
Nesse clima de expectativa, a segunda-feira foi de poucas emoções na bolsa brasileira. O mercado operou em câmera lenta e registrou volume financeiro fraco, abaixo da casa dos R$ 5 bilhões. Além da agenda carregada, as férias no hemisfério norte deixam boa parte dos investidores fora das bolsas.
"O mercado está concentrado para esta semana. A tendência é a Bovespa operar de lado até quarta-feira", avalia o estrategista da Futura Corretora, Luis Gustavo Pereira, ao lembrar que nesse dia acontecerá a reunião do Fed.
O Ibovespa terminou em baixa de 0,42%, aos 49.212 pontos, com volume de R$ 4,389 bilhões. Vale lembrar que a bolsa brasileira subiu em oito dos últimos dez pregões, acumulando alta de 8,5% no período. Por essa razão, analistas consideraram a baixa de ontem como uma correção saudável antes do índice buscar a forte resistência gráfica dos 50 mil pontos.
O estrategista da SLW Corretora, Pedro Galdi, observa que, mesmo com perdas de ontem, o Ibovespa caminha para fechar seu primeiro mês em alta neste ano. Por enquanto, a bolsa brasileira acumula ganho de 3,7% em julho.
Entre as ações de maior peso, Vale PNA recuou 1,19% ontem, para R$ 28,90; Petrobras PN caiu 1,59%, a R$ 16,68; e OGX ON terminou em alta de 6,66%, a R$ 0,64, e liderou os ganhos do Ibovespa.
Além da volátil ação da petroleira de Eike Batista, o setor siderúrgico voltou a se destacar entre as maiores altas, com Usiminas ON (6,31%) e PNA (4,77%), e CSN ON (2,01%). As ações da companhia mineira continuaram reagindo ao balanço divulgado na sexta, que trouxe prejuízo de R$ 59,5 milhões no segundo trimestre, 41,5% menor do que no mesmo período do ano passado e 74% melhor que a perda de R$ 228 milhões estimada pelos analistas. O Itaú BBA elevou a recomendação da ação PNA para compra, com preço-alvo de R$ 12.