O cenário nebuloso nos Estados Unidos, com democratas e republicanos negociando uma saída para o impasse fiscal no País, continuou ontem a influenciar o mercado financeiro. A aproximação do dia 17, quando os EUA podem entrar em default caso uma solução não seja obtida, pesou sobre as bolsas em todo o mundo. A Bovespa chegou a perder o patamar de 52 mil pontos durante a sessão, pressionada pelo recuo de Vale e Petrobrás e com a atuação de estrangeiros na venda de papéis, mas terminou o dia com baixa de 0,20%, aos 52.312,44 pontos.
Declarações da presidente da Petrobrás,
Graça Foster, novamente sobre reajuste dos combustíveis, pesaram sobre os papéis da estatal, assim como a proximidade do leilão do campo de Libra. Já a Vale acompanhou seus pares no exterior, sendo penalizada por dados ruins divulgados na China - importante parceiro comercial do Brasil. Petrobrás ON recuou 2,20%, Petrobrás PN teve baixa de 1,66%, Vale ON cedeu 1,41% e Vale PNA caiu 0,67%.
O recuo do Ibovespa acabou sendo inferior ao visto em Nova York, onde o Dow Jones cedeu 1,07%, aos 14.776,53 pontos, o S&P 500 caiu
I,23%, aos 1.655,45, e o Nasdaq teve baixa de 2,00%, aos 3.694,83. Durante a tarde, o presidente dos EUA, Barack Obama, voltou a falar sobre a questão fiscal no país e a citar as dificuldades em negociar com os republicanos. Obama, no entanto, sinalizou novamente que não pretende fazer concessões em outras áreas para conseguir a aprovação do Orçamento para o ano fiscal de 2014, já iniciado.
Neste cenário, o dólar seguiu engessado no Brasil, oscilando em margens bastante estreitas, com os investidores à espera de novidades nos EUA. Da cotação mínima para a máxima do dia, a moeda americana oscilou apenas 0,50%. No fim, terminou cotada a R$ 2,2060, com leve baixa de 0,05%. Em outubro, a moeda acumula leve baixa de 0,45% e, em 2013, alta de 7,87%.
Na renda fixa, as taxas dos contratos futuros de juros com prazos curtos registraram leves altas e as longas cederam. Enquanto os juros curtos subiram por motivos técnicos, o leve recuo do dólar e o ambiente externo ditaram o ritmo de baixa dos longos. Como hoje termina a reunião do Comitê de Política Monetária (Co-pom) do Banco Central, os investidores também mostraram certa cautela nas operações. A curva de juros seguiu indicando, de forma majoritária, alta de 0,50 porcentual da Selic (a taxa básica da economia) hoje, com a taxa passando para 9,50% ao ano. Ontem, a taxa do contrato futuro com vencimento em janeiro de 2014 ficou em 9,44%, ante 9,416% de segunda-feira. Já a taxa do contrato para janeiro de 2017 ficou em II,16%, ante 11,24% da véspera.