A Bovespa subiu pelo terceiro pregão seguido, embalada pelo clima positivo dos mercados internacionais, e conseguiu retomar o patamar dos 56 mil pontos, que não era visto desde o dia 7. As "blue chips" Petrobras e Vale fecharam em terreno positivo, mas desta vez não foram as principais responsáveis pela alta da bolsa. O destaque ficou com o setor elétrico, especialmente Eletrobras e Eletropaulo, além de papéis de construção e Embraer. Fora do Ibovespa, a ação da HRT bateu mínima histórica.
Os comentários de dois membros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), sugerindo que não haverá mudança no rumo da política monetária no curto prazo, proporcionou impulso de alta para os mercados.
Na véspera do aguardado depoimento do presidente do Fed, Ben Bernanke, ao comitê econômico conjunto do Congresso, os líderes do Fed de St. Louis, James Bullard, e do Fed de Nova York, William Dudley, esfriaram as especulações de que o banco central possa sinalizar uma disposição de começar a retirar parte de seus estímulos no encontro de política monetária de junho.
Em meio a uma agenda fraca de indicadores, havia alguma expectativa em torno da visão de Bullard e Dudley, em parte porque ambos têm direito a voto no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). Além disso, Dudley é tido como estreito aliado de Bernanke e seus comentários são vistos como uma indicação da perspectiva do presidente do Fed.
Na Europa, o índice Stoxx 600 subiu 0,07% e fechou com 309,99 pontos. Em Londres, o FTSE-100 avançou 0,71%, aos 6.803 pontos - nível abaixo apenas do recorde registrado em dezembro de 1999. Em Frankfurt, o DAX 30 subiu 0,19%, para 8.472 pontos, depois de marcar nova máxima histórica, aos 8.476 pontos.
Em Nova York, o índice Dow Jones subiu 0,34% e fechou em novo nível recorde, com 15.387 pontos. O S&P-500 avançou 0,17%, para 1.669 pontos, também novo recorde. O Nasdaq registrou alta de 0,16%, para 3.502 pontos.
Por aqui, o Ibovespa fechou em alta de 1,01%, na máxima do dia, de 56.265 pontos, mas o volume ficou abaixo da média, com giro de R$ 6,761 bilhões. Eletrobras PNB (6,99%) e ON (5,90%) e Eletropaulo PN (5,90%) ficaram entre as maiores altas.
O governo baixou, na segunda, a Medida Provisória 615, que permite emitir títulos da dívida para reforçar o caixa da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo setorial que vem sendo utilizado para bancar a redução da tarifa de energia e para arcar com os maiores custos decorrentes do uso de energia térmica. A MP 615 autoriza a União a emitir dívida em favor da CDE até o limite dos créditos totais detidos, em 1º de março de 2013, pelo governo e pela Eletrobras junto a Itaipu Binacional.
Também mereceram destaque ontem Embraer ON (2,06%) e HRT ON (-13,1%). A SkyWest encomendou 40 jatos Embraer 175 para operar sob um acordo de compra de capacidade com a United Airlines. Outros 60 pedidos dependem de acordos por parte da companhia americana com parceiros nos EUA. O contrato ainda inclui opção de compra para mais 100 jatos. Já HRT anunciou um poço seco na Bacia do Solimões e também um reservatório sem capacidade de exploração comercial na Namíbia.