Temendo a sinalização de que o banco central dos Estados Unidos, o Fed, começará a reduzir o programa de incentivos à economia daquele país, investidores preferiram embolsar ganhos, pondo fim a uma sequência de nove altas seguidas da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Principal indicador do pregão, o Ibovespa fechou com desvalorização de 2,07%, aos 50.507 pontos. O giro financeiro da sessão foi de R$ 7,08 bilhões.
“Todo mundo está esperando pelo Fed”, disse o operador de renda variável Luiz Roberto Monteiro, da Corretora Renascença, referindo-se à ata da última reunião da autoridade monetária norte-americana, que será divulgada hoje. Com a expectativa, ações que lideraram os ganhos recentes do Ibovespa, como as dos setores siderúrgico, imobiliário e de consumo, desta vez puxaram o recuo, apresentando sete das 10 maiores quedas.
A ação preferencial da Usiminas foi o destaque entre as fabricantes de aço, após a entidade que representa o setor, o IABr, zerar a expectativa de alta na produção de aço bruto ante 2012 e ampliar a projeção de queda nas exportações, apesar do cenário cambial mais favorável. As blue chips Petrobras e Vale também caíram. Entre os poucos papéis que fecharam o dia no azul, a Gol subiu após a companhia ter anunciado, na véspera, que teve melhoria em indicadores operacionais, em julho.
Nos Estados Unidos, a expectativa de retirada dos estímulos fortaleceu o mercado de juros, com o rendimento dos títulos do Tesouro alcançando os valores mais altos em dois anos, encorajando investidores a abandonar ativos de maior risco e comprar títulos de dívida pública.
Nas ações, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, recuou 0,05%, mas o Standard & Poor’s avançou 0,38%, após quatro dias de perdas, e o Nasdaq, das empresas de tecnologia, saltou 0,68%. Ações de empresas de varejo contribuíram para puxar os indicadores para cima, refletindo informações sobre aumento das vendas em algumas grandes cadeias de lojas. Na Europa, os mercados operaram em baixa. O índice FTSEurofirst 300, que acompanha as principais ações do mercado europeu fechou em queda de 0,81%.
» Auditoria em fundos
Em audiência pública, ontem, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, o diretor-superintendente da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), José Maria Rabelo, afirmou a autarquia acompanha, por meio do comitê tático operacional, a situação dos fundos de pensão que investiram no grupo EBX, do empresário Eike Batista. Segundo ele, sempre que um evento que fuja da normalidade ocorre, como as fortes quedas nas ações do grupo, o comitê é acionado. Por ser legalmente impedido, Rabelo não detalhou os investimentos dos fundos nas empresas de Eike. Ele destacou que não chegou a conclusões sobre o caso que possam ser tratadas publicamente.