A BM&FBovespa inicia na próxima semana a primeira fase de implantação da nova plataforma de negociação para o mercado de ações. A migração das operações, que nos últimos 16 anos ocorreram no sistema Mega Bolsa, deve ser concluída até 23 de março.
Batizado de Puma, sigla para plataforma unificada multiativos, o novo sistema foi criado em conjunto com a americana CME Group e já está em funcionamento desde agosto de 2011 no mercado de derivativos. Além do ganho tecnológico, a expectativa é que a ferramenta agregue mais segurança e controle às negociações, segundo o diretor de operações da BM&FBovespa, André Demarco.
Os primeiros ativos no segmento de renda variável que começam a ser negociados no Puma, a partir da semana que vem, são os de companhias e fundos imobiliários listados no mercado de balcão, Bovespa Mais e BDRs não patrocinados, de acordo com ofício encaminhado pela BM&FBovespa.
Na segunda fase, programada para ocorrer a partir de 9 de março, migram para o Puma as operações com opções sobre índices, fundos de índice (ETF) e imobiliários listados em bolsa.
A transferência das ações e outros ativos de empresas foram divididos em duas etapas. Na primeira, que também começa no dia 9, passam a ser negociadas na nova plataforma algumas empresas nos setores de construção e transporte, serviços de apoio e armazenagem, bens industriais, material de transporte e ferroviário, exploração de rodovias, engenharia e construção civil e gestão de recursos. Em 23 de março entram no Puma os papéis das demais companhias.
Antes da implementação definitiva, a bolsa comandou uma série de sessões de negociação simuladas com o novo sistema. Segundo Demarco, os participantes de mercado se mostraram prontos para fazer a migração.
Após a migração dos negócios com ações, o próximo passo é levar para o Puma as operações no segmento de renda fixa, realizadas em um sistema próprio, o Bovespa Fix. Até o fim do ano, a bolsa pretende ainda implementar a primeira fase da integração das câmaras de compensação (clearings), que deve começar no segmento de derivativos.
Junto com o início das operações da plataforma Puma no mercado de ações, a BM&FBovespa deve anunciar na semana que vem uma nova política de tarifas. A mudança na cobrança ocorrerá gradualmente e terá início nos negócios realizados no mercado à vista de ações. O objetivo é "dividir os ganhos de escala com o mercado", afirmou o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, em entrevista na semana passada para comentar os resultados da companhia.