Depois de uma pausa de dois dias nos ganhos, a Bovespa voltou a marcar forte alta e giro financeiro expressivo ontem. Os papéis da Petrobras subiram mais de 5% em meio à expectativa dos investidores de reajuste nos preços dos combustíveis. Vale e siderúrgicas também avançaram diante de dados preliminares da economia chinesa positivos. E OGX disparou 10% com o movimento de zeragem de posições vendidas.
O Ibovespa fechou em alta de 1,97%, aos 51.397 pontos, com volume de R$ 8,054 bilhões. Petrobras PN terminou com valorização de 5,3%, a R$ 18,26, enquanto a ação ON subiu 5,33%, a R$ 17,39.
Os investidores não deram bola para a declaração feita no fim da manhã pelo porta-voz da Presidência, Thomas Traumann. Ele afirmou no "Blog do Planalto" que a presidente Dilma Rousseff não discutiu o reajuste dos combustíveis nas reuniões que teve na quarta-feira com a presidente da Petrobras, Graça Foster, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e os ministros Guido Mantega (Fazenda), Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento).
Conforme informou o Valor ontem, após esses encontros, o governo teria decidido reajustar os combustíveis. A discussão agora seria se os aumentos serão parcelados e a partir de quando serão feitos, levando em conta seu impacto na inflação.
A alta de Petrobras só ficou atrás de OGX ON (10,0%, a R$ 0,77). Segundo operadores, não houve novos boatos sobre o grupo "X". A forte alta teria sido um movimento técnico, de redução de posições vendidas no papel. Conforme as fontes, está faltando ação da OGX para alugar no mercado porque muitos doadores do ativo não estão aceitando renovar os contratos de empréstimo, obrigando os tomadores a recomprar as ações para entregá-las de volta ao dono.
Banco do Brasil ON também chamou atenção, tanto pela alta (3,41%), como pelo volume negociado (R$ 475 milhões), o terceiro maior do dia. Investidores gostaram de saber que o banco estatal decidiu suspender as negociações para aumentar sua participação no capital do Banco Votorantim e assim assumir o controle da instituição.
Outros destaques foram Vale PNA (4,14%) e ON (3,57%), e as siderúrgicas CSN ON (4,62%) e Gerdau PN (3,93%). Os papéis pegaram carona nos dados positivos da economia chinesa. A leitura preliminar do índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do HSBC para o setor manufatureiro na China avançou para 50,1 em agosto, ante 47,7 da leitura final referente a julho. Leituras acima de 50 indicam expansão da atividade.
O dado também colaborou para a alta das bolsas na Europa e em Wall Street, diante da avaliação dos investidores de que a economia mundial está em recuperação. Essa percepção foi confirmada por indicadores na Europa. O PMI composto da zona do euro atingiu o maior nível em 26 meses na leitura preliminar de agosto.
A bolsa de Frankfurt subiu 1,36% e a de Milão, 2,56%. Em Nova York, o índice Dow Jones avançou 0,44%, para 14.964 pontos; o S&P 500 teve alta de 0,86%, para 1.657 pontos; e o Nasdaq subiu 1,09% aos 3.639 pontos, mesmo após a falha técnica que interrompeu os negócios da bolsa eletrônica por quase três horas.