O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ressaltou ontem, em São Paulo, que mantém a meta de que o País crescerá acima de 4% em 2012. "O Brasil vai crescer neste ano mais de 4%. É um desafio que não é quixotesco", afirmou Mantega, referindo-se a um prêmio que ele recebeu do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) e que é uma estátua de Dom Quixote. A homenagem foi concedida a poucas pessoas, entre elas, o ex-deputado Ulysses Guimarães e o ex-governador de São Paulo Mário Covas.Assim como Dom Quixote, ele ressaltou que o governo venceu uma batalha ao recuperar, com rapidez, a economia brasileira. O País foi um dos menos afetados pela crise desencadeada nos Estados Unidos em 2008. "Vamos trabalhar juntos nesse desafio, com os empresários", complementou o ministro.
Politica cambial. Mantega reiterou que o governo não vai permitir a apreciação do real ante o dólar. "A política cambial não deixará ocorrer valorização (do real)", afirmou. "Se necessário, tomaremos medidas contra a valorização do câmbio." Ele ressaltou que o câmbio talvez seja o "principal fator de competitividade" da indústria. "Mas tira 20, 30, 40 pontos porcentuais do câmbio que eu quero ver se a indústria asiática é competitiva", disse.
O ministro também afirmou que, no atual contexto de crise global, é muito importante que ocorra a desoneração da folha de pagamentos para as indústrias brasileiras. Mantega ressaltou que, com a segunda fase do Plano Brasil Maior, o governo faz um esforço para dar mais condições ao setor manufatureiro produzir inclusive porque sofre grande concorrência internacional. O programa prevê incentivos para as indústrias no montante total de R$ 60,4 bilhões.
Segundo Mantega, o apoio fiscal que o governo vem dando para o setor manufatureiro é importante neste momento, quando a economia está em processo de aceleração. Segundo ele, mais adiante, no segundo semestre, tal apoio talvez não precisará ser tão intenso pois o PIB deverá estar apresentando uma velocidade de expansão bem maior.
BNDES. De acordo com Mantega, com a nova fase do Plano Brasil Maior, somente o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) terá R$ 15 bilhões para conceder em financiamentos às empresas para capital de giro.