O negócio deu tão certo que no primeiro mês a loja já atingiu as metas que ela previa para o primeiro semestre de funcionamento. "Meu planejamento é para que daqui a dois anos começar a abrir franquias".
A microempresário se enquadra nos profissionais capixabas que desfrutam de um crescimento real de rendimentos, fenômeno presenciado na última década. Segundo dados que serão publicados no Anuário do Espírito Santo 2014, a renda média real per capita no Estado cresceu 45,91%, de 2001 a 2012.
Em 2001, a renda era de R$ 792,75 e passou para R$ 1.156,74, em 2012. Na região Sudeste, esse aumento só perde para o Estado de Minas Gerais, que teve um aumento de 48,62%.
Serviços
Segundo o economista e professor universitário Paulo Cezar Ribeiro, apesar desse crescimento não ter sido acompanhado em todas as categorias profissionais, a média de renda do capixaba foi impulsionada graças a setores de prestação de serviços e as áreas como petróleo e gás.
"Profissionais com cursos técnico ou tecnólogo tiveram um ganho real em suas rendas. Muitas profissões que não existiam em décadas passadas passaram a ser parte do mercado profissional capixaba, principalmente dentro da cadeia de logística e produção de petróleo", explica o acadêmico, que destaque, ainda, o crescimento da renda de profissionais de setores informais, que pode gerar a uma renda familiar de R$ 5 mil.
Apesar do crescimento, áreas como a produção cultural, educação e tecnologia não tiveram o mesmo. "Em grandes centros urbanos, o desenvolvimento nesses setores é maior, e isso ainda causa uma certa discrepância que precisa ser preenchida".
Estado tem a 2ª menor taxa de pobreza
Além do crescimento da renda, o Estado também teve outro destaque no desenvolvimento econômico nacional. A Taxa de Pobreza do Espírito Santo registrou, de 2001 a 2012, a 10ª maior queda entre os estados da Federação. Mas o número mais importante, segundo dados da PNAD/IBGE, que estarão no Anuário do Espírito Santo 2014, é que, com essa queda, o Estado passa a ter a segunda menor taxa de pobreza do país, de 6,73 pontos, atrás apenas de Santa Catarina, que atingiu o índice de 5,22 pontos.
Esse índice leva em consideração a quantidade de pessoas com renda domiciliar per capita abaixo da linha de R$ 140. Nossos vizinhos ficaram com 15,06 (Rio de Janeiro), 8,9 (Minas Gerais) e 35,41 (Bahia). São Paulo registrou 8,6.
Segundo o professor de Economia Paulo Cezar Ribeiro, programas sociais do governo federal como o Bolsa-Família contribuíram para a diminuição dessa taxa. O crescimento da renda das classes C e D também acabou impactando nas relações econômicas.
"Nos últimos anos foi sendo criada uma nova classe média, pulverizada em outras regiões da Grande Vitória. Laranjeiras, na Serra, e Campo Grande, em Cariacica, são exemplos de locais que mudaram de perfil nesse período", explica.
Fonte: Jornal A Gazeta