VALE TEM BAIXA
* Mineradora é pressionada após divulgação de dados abaixo do esperado na China
O impasse fiscal nos Estados Unidos trouxe ontem uma aversão ao risco generalizada para os mercados, o que se refletiu na queda das bolsas ao redor do globo, incluindo a Bovespa. No Brasil, porém, o movimento foi influenciado também pelos dados abaixo do esperado sobre o setor de manufatura chinês e pelo recuo de 25% dos papéis da OGX, em meio aos temores com um possível pedido de recuperação judicial da companhia de Eike Batista. A Bovespa despencou 2,61%, para 52.338,19 pontos. Mesmo assim, a Bolsa brasileira encerrou o mês de setembro com ganho de 4,61%.
Ontem, Vale ON teve baixa.de 1,99% e Vale PNA cedeu 1,87%, enquanto Gerdau PN recuou 2,64% e Metalúrgica Gerdau PN caiu 1,76%. Petrobrás ON registrou perda de 2,19% e Petro-brás PN sofreu queda de 0,76%.
A tarde, o Senado norte-americano rejeitou a proposta temporária de financiamento vinda da Câmara, tornando mais provável uma paralisação do governo a partir de amanhã. Assim, o índice Dow Jones recuou 0,84%, aos 15.129,67 pontos, o S&P caiu 0,60%, aos 1.681,55 pontos, e o , Nasdaq cedeu 0,27%, aos 3.771,48 pontos.
No Brasil, além das negociações sobre o orçamento dos EUA, os investidores reagiram à piora das perspectivas de inflação mostrada pelo Banco Central no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e a algumas declarações do diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton. Estes fatores fizeram com que os investidores voltassem a apostar, de forma majoritária, em mais duas elevações de 0,50 ponto porcentual da Selic (a taxa básica de juros da economia) nas duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Co-pom) em 2013, na próxima semana e em novembro. Atualmente, a Selic está em 9,00% ao ano. As taxas dos contratos futuros de juros com prazos mais longos subiram com intensidade pela manhã, mas foram perdendo vigor e terminaram o dia perto dos ajustes, influenciadas pela aceleração da queda do dólar ante o real. A taxa do contrato para janeiro de 2017, por exemplo, ficou em 11,40%, ante 11,41% de sexta-feira.
No mercado de câmbio, após ter avançado 2,8-2% de quarta a sexta-feira da semana passada, o dólar enfrentou ontem uma pressão de baixa ante o real no balcão. O movimento foi conduzido pela disputa pela formação da Ptax - taxa que servirá para liquidação dos derivativos cambiais hoje - e pelo cenário externo nebuloso, em meio às dúvidas sobre os EUA. Pela manhã, os investidores que estavam vendidos no mercado futuro brasileiro pressionaram pela queda da moeda americana, o que favorece suas posições na liquidação dos derivativos. À tarde, o viés de baixa permaneceu, com o dólar encerrando em queda de 1,90% ante o real no balcão, a R$ 2,216.