Leia em Jornal de Brasília - 05/02/2014 - Economia
O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de Chicago, Charles Evans, afirmou nesta terça-feira que está preocupado pelo fato de a inflação ainda estar abaixo da meta da inflação de 2%. O Fed sinalizou que vai manter as taxas baixas até que o desemprego atinja 6,5%, mas Evans Evans afirmou que a inflação será um fator na decisão do banco central sobre quando elevar a taxa de juros. "A taxa básica de juros vai ficar em zero em 2015", disse Evans.
Leia em Jornal de Brasília - 05/02/2014 - Economia Com a crise de credibilidade do Ministério da Fazenda e da Secretaria do Tesouro Nacional, que ditam as medidas de estímulo e conduzem a política fiscal, o governo Dilma Rousseff iniciou um movimento de mudança, ao levar para a Casa Civil, sob nova direção, maior influência nas decisões econômicas. O novo ministro da Casa Civil, o economista e fundador do PT Aloizio Mercadante começa a formar uma equipe voltada para temas econômicos, tendo à frente o secretário executivo, Valdir Simão, que foi secretário de Fazenda do Distrito Federal e no governo federal implementou o software de gestão operacional da máquina federal, e o secretário executivo adjunto, Gilson Bittencourt, que por quase cinco anos, até o início de 2012, foi um dos principais técnicos do Ministério da Fazenda.aqui para editar.
Leia em Jornal de Brasília - 05/02/2014 - Economia O Governo do Estado fecha o ano de 2013 comemorando a regularização de todos os órgãos da Administração Direta em 100% dos requisitos fiscais dispostos no Serviço Auxiliar para Transferências Voluntárias do Governo Federal. A marca foi atingida no início do mês de dezembro.
A mudança na condição de adimplência dos órgãos é um fato relevante para a Administração Estadual, já que algumas secretarias acumulavam restrições nesse sistema, desde 2003, devido à ausência de Certidões Conjuntas expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), por conta de corresponsabilidade do Estado com alguns débitos da Codespe (empresa estadual em processo de liquidação). Essas restrições fiscais, por quase 10 anos, levaram a empecilhos administrativos para o Estado, exigindo o amparo de medida cautelar do Superior Tribunal de Justiça para que as unidades vinculadas ao Governo Estadual pudessem receber repasses de convênios federais ou mesmo realizar operações de crédito que dependiam do aval da União. Agora, o Espírito Santo passa a integrar o seleto grupo de Estados com situação fiscal 100% regular no Sistema de Transferências da União, como é o caso de Minas Gerais, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Ceará, Sergipe, Mato Grosso do Sul, Acre e Amazonas. Esse avanço é indicativo de êxito do Estado na Gestão de Regularidade, que hoje é coordenada pelo Tesouro Estadual e já serviu como referência a outras unidades da Federação, durante encontros realizados entre profissionais da área. O consultor do Tesouro Estadual e subgerente de Regularidade Fiscal, Eduardo Reis Araujo, destaca que “as conquistas alcançadas significam maior agilidade para a Administração Estadual captar recursos, pois contribuem com a simplificação de trâmites administrativos, dispensando diversos documentos antes exigidos na comprovação de requisitos fiscais”. PARCERIAS Os avanços na regularidade de órgãos da administração direta no Serviço Auxiliar para Transferências Voluntárias do Governo Federal é fruto de um trabalho colaborativo, coordenado pelo Tesouro Estadual, e que inclui a participação de diversas secretarias, com destaque para o relevante apoio jurídico prestado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE). Destaque também deve ser dado à parceria institucional que a Sefaz firmou com as unidades da Receita Federal do Brasil e da Procuradoria Fazenda Nacional no Espírito Santo (PFN/ES), que tem contribuído para dar maior celeridade aos diversos processos administrativos em trâmite naquelas instituições. O Delegado da Receita Federal em Vitória explica que a parceria firmada com o Estado favorece a agilidade na solução de pendências, o que em diversos casos acaba por contribuir para a economia no setor Público. No geral, ao longo de 2013 foram realizados cerca de 52 atendimentos, envolvendo a expedição de certidões, orientações do Plantão Fiscal, alterações de dados cadastrais no CNPJ, além de esclarecimentos sobre processos, intimações e outras consultas na área fiscal e previdenciária. O Procurador-chefe da Fazenda Nacional no Estado, Renato Mendes Souza Santos, explica que a aproximação interinstitucional consolidada entre a PGFN e o Governo do Estado possibilitou a solução administrativa de diversos processos e foi de extrema importância para que o Espírito Santo alcançasse a atual condição de regularidade junto à União. Texto: Assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) Correio Braziliense - 13/11/2013
A insegurança em relação às contas públicas e as dúvidas sobre a estratégia do Banco Central no mercado de câmbio têm alimentado a alta do dólar. Ontem, a divisa subiu 0,16% e terminou o dia cotada a R$ 2,33 para a venda. Para amenizar a tendência de elevação, o BC antecipou a primeira parcela da rolagem dos contratos de swap cambial (equivalentes à venda de moeda no mercado futuro) que vencem no início de dezembro e renovou operações no valor de US$ 988 milhões. Os vencimentos somam US$ 10,1 bilhões, mas a autoridade monetária já anunciou que fará novas operações nesta semana. O cenário, no entanto, é desfavorável ao BC. Há sinais de recuperação da economia dos Estados Unidos, o que pode levar o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), a dar início à redução do programa de estímulo que injeta US$ 85 bilhões por mês no mercado. “O ambiente de aversão ao risco enfraqueceu as moedas emergentes ao redor do mundo. No Brasil, esse movimento se agregou à repercussão dos dados fiscais ruins de setembro e levaram o real a ser negociado acima dos R$ 2,30”, explicou o economista-chefe do Itaú, Ilan Goldfajn. Ele ainda destacou a fuga de investidores no mês passado. “Outubro registrou saídas de US$ 6,2 bilhões, dos quais US$ 5,1 bilhões em fluxo financeiro, o maior volume desde dezembro de 2012”, adicionou. Tributos Sem condições de formar um superavit primário consistente e preocupado com as contas externas, o governo decidiu facilitar a vida de bancos e empresas. Vai perdoar parte da dívida tributária de grandes devedores e criou condições facilitadas para quem trouxer lucros de subsidárias no exterior para o Brasil. O objetivo é receber até R$ 12 bilhões em recuperação de débitos e melhorar as contas externas. A decisão foi publicada ontem no Diário Oficial. Pela Medida Provisória nº 627, as empresas, em 2014, podem optar por aceitar ou não as novas condições. No ano seguinte, porém, as normas serão obrigatórias. “Acredito que teremos uma grande adesão. Essas regras facilitam o acerto das contas com o Fisco”, observou o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto. As multinacionais terão até cinco anos para quitar tributos sobre os lucros. Atualmente, 100% do imposto tem que ser recolhido no ano em que o dinheiro entra no Brasil. “ O Estado de S. Paulo - 12/11/2013
Relatório diz que política monetária mais rígida apenas evitará descontrole de preços Em seu parecer sobre as receitas da União para 2014, o Congresso avalia que as variações do Produto Interno Bruto (PIB) e da inflação (IPCA) estimadas pelo governo em sua proposta de Orçamento "não incorporam dificuldades recentes derivadas da política monetária de combate à inflacão". A avaliação se baseia, sobretudo, na necessidade de reajuste de "certos preços administrados, como combustíveis", e a expectativa de uma taxa de câmbio mais elevada por causa da "esperada reversão da política monetária americana". "A política monetária mais rígida apenas evitará o descontrole da evolução dos preços", avalia, em seu relatório, o senador Eduardo Amorim (PSC-SE). O parecer trata do relatório de receita com estimativas de receitas e fixação de despesas da União para 2014. Os parâmetros macroeconômicos, como crescimento da economia e a inflação do ano, servem como referência para uma série de outros iténs importantes, como a evolução da arrecadação de impostos e o quanto o governo vai gastar na compra de um produto ou contratação de um serviço. Os parlamentares ressaltam, no texto que será votado hoje em plenário, o "aspecto negativo" de um novo aumento da carga tributária em 2014, "a despeito das desonerações tributárias concedidas" pelo governo. O texto afirma que o Congresso concorda "em boa parte" com a expectativa do governo sobre os reflexos positivos no PIB da recuperação dos investimentos, as novas licitações de concessões públicas em condições mais rentáveis e os efeitos do câmbio sobre a produção industrial. Mas afirma que, embora longe do "pessimismo extremado do mercado", considera a previsão de 4% do governo para o PIB no próximo ano "acima do que provavelmente ocorrerá". E lista a elevação da taxa de juros acima do previsto (9,5%, ante 9,25%) em função das "pressões inflacionárias" de preços administrados, demandas de investimentos e a mudança na política monetária americana. O mercado aposta que a taxa básica de juros terminará o ano que vem 10,25% ao ano. O relatório informa, ainda, uma redução nas fontes de financiamento do Orçamento de investimento das empresas estatais federais para 2014. Mesmo puxados por Petrobrás e Eletrobras, o valor deve somar 105,6 bilhões no próximo ano, recuo de 4,7% ante os R$ 110,8 bilhões previstos na Lei Orçamentária de 2013. Ao mesmo tempo, as estatais pagarão mais dividendos ao Tesouro Nacional. Correio Braziliense - 12/11/2013
Mercado puxa a moeda norte-americana para cima, encarece viagens internacionais e põe mais lenha na inflação. Especialistas recomendam cautela e aconselham os consumidores que forem ao exterior a evitar despesas desnecessárias, sobretudo no cartão de crédito A disparada do dólar sobre o real virou sinônimo de preocupação para quem planeja viajar ao exterior no Natal e no ano-novo. Em um intervalo de pouco mais de 20 dias, a cotação da moeda norte-americana avançou 7%, saindo da mínima de R$ 2,16, em 17 de outubro, para R$ 2,330 ontem, com alta de 0,51% no dia. “A tendência é de que a divisa continue subindo, podendo atingir R$ 2,40 até o fim do ano”, disse Sidnei Nehme, economista da NGO Corretora. Além da demanda maior por dólar para as viagens, neste período, as empresas multinacionais que atuam no país correm atrás da moeda para fechar os balanços e fazer remessas de lucros aos países de origem. Segundo os especialistas, os brasileiros estão pagando mais caro pelo dólar, devido ao descontrole das contas públicas do país, que minou a confiança dos investidores, e à perspectiva de redução de estímulos à economia dos Estados Unidos. Diante desse quadro, quem tem viagem marcada deve redobrar a atenção com os gastos. A dica de especialistas é colocar, na ponta do lápis, não só as despesas principais, como passagem aérea e hospedagem, mas também os gastos diários com alimentação, transporte e passeios. “Todo cuidado é pouco para não fazer da viagem de férias um pesadelo para o bolso”, avisou a especialista em planejamento financeiro Letícia Camargo. O alerta maior vai para brasileiros que buscam pechinchas. “Tive um cliente que viajou para os EUA e se encantou com as liquidações nas lojas. Resultado: comprou 10 calças e 20 camisas, sem precisar”, contou Letícia, que apontou as compras por impulso como um dos maiores desafios para quem pretende manter a situação financeira equilibrada. “É importante que a pessoa se imponha limites. Se ela gasta mais do que pode, quando voltar de viagem acabará entrando no cheque especial ou no rotativo do cartão de crédito, com juros elevadíssimos. Aí o barato acaba custando caro”, disse. O mesmo conselho é dado pelo superintendente de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira, que recomenda planejamento na compra de moedas estrangeiras. “Se a viagem ao exterior for apenas para o primeiro semestre de 2014, eu diria ao consumidor esperar um pouco para comprar dólar, porque a tendência atual é de alta”, assinalou. Nehme, da NGO Corretora, ponderou, contudo, que mesmo os que deixarem a aquisição de divisas para o ano que vem devem estar atentos às cotações. “Acredito que o dólar fechará este ano entre R$ 2,35 e R$ 2,40. No primeiro semestre de 2014, deve chegar a R$ 2,50. Então, não tem jeito. É ir comprando aos poucos para amenizar a disparada das cotações”, aconselhou. Leilões do BC Com o Brasil dando mau exemplo nas contas públicas, em pouco mais de três meses o dólar fez um verdadeiro zigue-zague e se tornou uma ameaça real à inflação. Em 21 de agosto, atingiu o patamar mais alto em cinco anos: R$ 2,45. No dia seguinte, o Banco Central anunciou um plano de venda da moeda no mercado, batizado de ração diária. De segunda a quinta-feira, a autoridade monetária faz leilões diários no mercado futuro (swap), de US$ 500 milhões cada um. Às sextas-feiras, injeta mais US$ 1 bilhão por meio de leilões de linha, uma venda de moeda com compromisso de recompra em uma data pré-determinada. O plano surtiu efeito imediato. Dia após dia, o dólar seguiu ladeira abaixo, até atingir a mínima de R$ 2,161, em 17 de outubro, quando o BC mudou a estratégia de ação no câmbio. Naquele dia, a autoridade monetária atrasou, sem explicação, por mais de seis horas o comunicado que fazia, religiosamente, às 14h30 sobre a venda diária que realizaria no dia seguinte. Mas, pressionado pelo Palácio do Planalto, o BC decidiu rever a estratégia. A primeira mudança foi não rolar integralmente contratos de dólar que venceriam no início de novembro. Com isso, a divisa dos EUA, que seguia em queda livre, inverteu a tendência e passou a subir, até atingir os R$ 2,330 de ontem. Após o fechamento do mercado, a autoridade monetária anunciou que antecipou, para hoje, a renovação do primeiro lote, de 20 mil contratos de swap que vencem no início de dezembro, totalizando US$ 10,1 bilhões. Correio Braziliense - 12/11/2013
Mercado puxa a moeda norte-americana para cima, encarece viagens internacionais e põe mais lenha na inflação. Especialistas recomendam cautela e aconselham os consumidores que forem ao exterior a evitar despesas desnecessárias, sobretudo no cartão de crédito DECO BANCILLON A disparada do dólar sobre o real virou sinônimo de preocupação para quem planeja viajar ao exterior no Natal e no ano-novo. Em um intervalo de pouco mais de 20 dias, a cotação da moeda norte-americana avançou 7%, saindo da mínima de R$ 2,16, em 17 de outubro, para R$ 2,330 ontem, com alta de 0,51% no dia. “A tendência é de que a divisa continue subindo, podendo atingir R$ 2,40 até o fim do ano”, disse Sidnei Nehme, economista da NGO Corretora. Além da demanda maior por dólar para as viagens, neste período, as empresas multinacionais que atuam no país correm atrás da moeda para fechar os balanços e fazer remessas de lucros aos países de origem. Segundo os especialistas, os brasileiros estão pagando mais caro pelo dólar, devido ao descontrole das contas públicas do país, que minou a confiança dos investidores, e à perspectiva de redução de estímulos à economia dos Estados Unidos. Diante desse quadro, quem tem viagem marcada deve redobrar a atenção com os gastos. A dica de especialistas é colocar, na ponta do lápis, não só as despesas principais, como passagem aérea e hospedagem, mas também os gastos diários com alimentação, transporte e passeios. “Todo cuidado é pouco para não fazer da viagem de férias um pesadelo para o bolso”, avisou a especialista em planejamento financeiro Letícia Camargo. O alerta maior vai para brasileiros que buscam pechinchas. “Tive um cliente que viajou para os EUA e se encantou com as liquidações nas lojas. Resultado: comprou 10 calças e 20 camisas, sem precisar”, contou Letícia, que apontou as compras por impulso como um dos maiores desafios para quem pretende manter a situação financeira equilibrada. “É importante que a pessoa se imponha limites. Se ela gasta mais do que pode, quando voltar de viagem acabará entrando no cheque especial ou no rotativo do cartão de crédito, com juros elevadíssimos. Aí o barato acaba custando caro”, disse. O mesmo conselho é dado pelo superintendente de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira, que recomenda planejamento na compra de moedas estrangeiras. “Se a viagem ao exterior for apenas para o primeiro semestre de 2014, eu diria ao consumidor esperar um pouco para comprar dólar, porque a tendência atual é de alta”, assinalou. Nehme, da NGO Corretora, ponderou, contudo, que mesmo os que deixarem a aquisição de divisas para o ano que vem devem estar atentos às cotações. “Acredito que o dólar fechará este ano entre R$ 2,35 e R$ 2,40. No primeiro semestre de 2014, deve chegar a R$ 2,50. Então, não tem jeito. É ir comprando aos poucos para amenizar a disparada das cotações”, aconselhou. Leilões do BC Com o Brasil dando mau exemplo nas contas públicas, em pouco mais de três meses o dólar fez um verdadeiro zigue-zague e se tornou uma ameaça real à inflação. Em 21 de agosto, atingiu o patamar mais alto em cinco anos: R$ 2,45. No dia seguinte, o Banco Central anunciou um plano de venda da moeda no mercado, batizado de ração diária. De segunda a quinta-feira, a autoridade monetária faz leilões diários no mercado futuro (swap), de US$ 500 milhões cada um. Às sextas-feiras, injeta mais US$ 1 bilhão por meio de leilões de linha, uma venda de moeda com compromisso de recompra em uma data pré-determinada. O plano surtiu efeito imediato. Dia após dia, o dólar seguiu ladeira abaixo, até atingir a mínima de R$ 2,161, em 17 de outubro, quando o BC mudou a estratégia de ação no câmbio. Naquele dia, a autoridade monetária atrasou, sem explicação, por mais de seis horas o comunicado que fazia, religiosamente, às 14h30 sobre a venda diária que realizaria no dia seguinte. Mas, pressionado pelo Palácio do Planalto, o BC decidiu rever a estratégia. A primeira mudança foi não rolar integralmente contratos de dólar que venceriam no início de novembro. Com isso, a divisa dos EUA, que seguia em queda livre, inverteu a tendência e passou a subir, até atingir os R$ 2,330 de ontem. Após o fechamento do mercado, a autoridade monetária anunciou que antecipou, para hoje, a renovação do primeiro lote, de 20 mil contratos de swap que vencem no início de dezembro, totalizando US$ 10,1 bilhões. O Estado de S. Paulo - 11/11/2013
A diretora executiva do Santander Brasil Asset Management, Luciane Ribeiro, não vê um cenário fácil para 2014. "Temos a impressão de que a economia brasileira vai andar um pouco de lado", afirma ela, que prevê a subida dos juros básicos e uma tendência do investidor em buscar produtos mais conservadores. A conversa com Luciane, responsável pela administração de R$ 140 bilhões, inaugura a série de entrevistas do Estado com importantes gestores de recursos do Brasil sobre o cenário econômico para 2014. • O que esperar dos investimentos para 2014? Para falar de investimentos, temos de falar do cenário macroeconômico. Estamos achando este ano, com todo o movimento que aconteceu até então guiado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central do Estados Unidos), que o PIB brasileiro deve crescer 2,3%. O cenário econômico como um todo é preocupante porque há vários riscos para a economia em 2014. Nos EUA terá novamente a história da dívida americana, por exemplo. No Brasil, tem Copa do Mundo, eleições. Será um ano com muitos eventos. Temos a impressão de que a economia brasileira vai andar um pouco de lado, com a tendência de piora das contas. A nossa previsão de crescimento é de 1,9%. A inflação, controlada, mas com o juro real tendo que subir novamente. A expectativa e que a Selic feche este ano em 10%, e no começo de 2014, ocorra mais um movimento de alta de 0,25 ponto. Diante desse cenário, voltamos a ter um juro real alto, de 4%. Haverá uma tendência - como já está acontecendo neste ano - de a pessoa física buscar uma política mais conservadora e tentar tirar benefícios dos investimentos conservadores, como por exemplo, a compra de ativos com isenção fiscal. Na Bolsa vamos ter de olhar alguns setores, segmentos e algum tipo de estratégia diferenciada em renda variável. • Qual setor deve ser olhado? Eu acho que o de commodities. É um setor que ajuda bastante o Brasil. O nosso cenário para a economia mundial é de crescimento. Alguns países vão crescer mais, outros menos. Mas terá crescimento. • O desempenho ruim do Ibovespa este ano tem origem nos indicadores macroeconômicos ou a crise do Grupo X respingou na Bolsa? A crise respingou. Gomo as empresas (do grupo X) têm uma participação importante no índice, elas comprometeram as carteiras passivas. Agora a tendência é melhorar um pouco. Mas, novamente, é preciso olhar alguns setores, como o I de commodities, que é um segmento que pode andar na Bolsa. Além disso, a gente também gosta dos fundos de valor. Eles têm agregado resultado, independentemente de a Bolsa não estar tão bem. E os fundos long and short conseguem se destacar num ambiente controverso e de alta volatilidade. • Como avalia o menor crescimento da China e um impacto nas commodities? A nossa previsão para a China é que o crescimento econômico continue desacelerando, mas ele ainda vai ser muito elevado. A China veio na faixa de crescimento de 9%, 9,5%, atualmente está na faixa de 8%, e a gente entende que até o fim da década deve ir para 7%. Estamos falando de uma economia gigante e que contribui para o mundo. A China está passando por uma mudança estrutural importante: de um modelo que era exportador e vinculado à indústria para um modelo de consumo. Isso leva um pouco de tempo. A China continua crescendo, e a exportação (para lá) continuará. Não há nenhum risco potencial de a economia chinesa mudar substancialmente para 0 lado negativo. • Qual é a projeção para a Bolsa para o ano que vem? A gente acha que a Bolsa para 2014 terá um crescimento na faixa de mais ou menos 15%. • É interessante? Não tanto para um ano em que o juro será elevado. Esse crescimento pode estar muito mais vinculado quando se analisa alguns papéis ou setores específi1 co, e não a Bolsa como um todo. • Em 2012, falou-se muito em produtos isentos de Imposto de Renda, como os fundos imobiliários. Mas eles não estão indo bem. Por quê? O fundo imobiliário é um produto que continua tendo seu espaço. O problema é que ele teve um crescimento muito rápido. E claramente aconteceu a mesma coisa com os produtos de renda fixa índices (fundos que buscam seguir ou superar indicadores de desempenho dos títulos de renda fixa). O investidor brasileiro precisa se acostumar com a dinâmica do longo prazo. E por uma infelicidade do momento, o Brasil teve que voltar a subir a taxa de juros. Se pegar 18 meses para trás, estávamos num movimento de declínio da taxa de juros tanto real como nominal. Era um momento bom de se mostrar uma diversificação. Só que (a alta) pegou no contrapé. Todo mundo estava vislumbrando um cenário de longo prazo, até porque os próprios fundos previdenciários foram obrigados a fazer o alongamento por causa de uma mudança regulatória. É ruim porque os ativos no País são marcados a mercado. E a subida de taxa de juros no Brasil e o movimento externo - o fator do Fed - fizeram com que o cenário piorasse. Aí, todas as carteiras apanharam. Os fundos de renda fixa índices estão negativos no ano. É a mesma coisa com os fundos imobiliários. Mas eu acho que é um processo. O mercado vem aprendendo, e o próprio investidor entende mais a marcação a mercado. • E outros investimentos não ligados à Bolsa ou à isenção de IR que podem ser atrativos? Nos fundos de renda fixa índices, a tendência é ter uma melhora devido ao ajuste forte no cupom desses fundos. Com a taxa de juros elevada, também surgem os produtos de renda fixa simples ou com crédito privado, que conseguem agregar um pouco mais de valor. O mercado está vindo com; muitas emissões de debêntures. Isso faz com que os fundos de renda fixa participem, diversifiquem as suas) carteiras, e eu acho que é muito interessante num período de visão mais conservador, já que teremos uma alta volatilidade em 2014. • Na época do juro alto, o ganho almejado para o mês era o de 1%. Hoje, existe um número ideal? Não tem que ter porque dificulta o processo de diversificação de portfólio. Se o investidor diversifica, ele aumenta a possibilidade de um retorno melhor. O brasileiro precisa se acostumar com um processo de educação financeira, de aprender a diversificar os investimentos, mas é importante que isso esteja aliado ao perfil. Para um investidor altamente conservador, não faz sentido diversificar indo para a Bolsa. Mas, mesmo no conservadorismo, ele pode agregar valor com outro tipo de produto, por exemplo, buscando ativo com isenção fiscal. E o investidor com perfil mais arrojado tem que ter outros tipo de investimentos, como fundos que investem no exterior, porque ele tem a possibilidade de pegar a diversificação de bolsas em outros países. O importante é o investidor ter o conhecimento para entender o modelo de risco que ele quer para sua carteira. O Estado de S. Paulo - 07/11/2013
Brasil registrou fluxo cambial negativo de US$ 6,2 bilhões em outubro, puxado pelas remessas do setor financeiro, de US$ 5,1 bilhões O Brasil viu a saída de US$ 6,2 bilhões do País em outubro, informou ontem o Banco Central (BC). O resultado mensal é o pior do ano e só não supera na história recente a marca de US$ 6,76 bilhões de dezembro de 2012. O que chama mais atenção é que o envio de dólares maior do que o ingresso foi capitaneado pelo setor financeiro, com remessas de US$ 5,1 bilhões. Esse costuma ser o primeiro sinal de fuga de capitais por cau-sa do pessimismo em relação à economia. A equipe econômica, porém, adotou uma posição de não dar muita importância aos números negativos. O clima aparente é de tranquilidade por parte do governo. A avaliação é de que as saídas proporcionadas por serviços e remessas para o exterior têm sido recorrentes e, de certa forma, são até fortes, mas não chegam a ser relevantes a ponto de se caracterizarem como uma fuga de capital do País. O ambiente de ontem foi bem diferente do visto meses antes, quando o BC divulgou uma forte saída de recursos, também capitaneada pelo setor financeiro. Apesar de não ter sido uma retirada tão expressiva quanto agora, técnicos da equipe econômica correram para explicar que não se tratava de um vazamento descontrolado de recursos. A saída da conta comercial também não foi irrelevante no mês passado, apesar de ter sido bem menor, de US$ 1,06 bilhão. Neste caso, pesam as importações maiores (US$ 20,4 bilhões) do que as exportações (US$ 19,3 bilhões), uma amarga conta que vem sendo vista desde o começo do ano. A perspectiva de analistas do mercado financeiro é a de que o País consiga fechar a conta no azul até o fim do ano. Mas as projeções de superávit são baixas, em torno dos US$2 bilhões. Com essa surpresa de outubro, o fluxo cambial de janeiro até o dia 1.° de novembro, dado mais recente, se consolidou no terreno negativo. Nos primeiros oito meses do ano, o saldo US$ 1,06 bi foi o total das saídas registradas na conta da balança comercial em outubro; expectativa é que 2013 feche com ligeiro superávit ainda era favorável, mas houve uma reversão dessa tendência em setembro. No acumulado do ano, o resultado é de remessas de US$ 5,4 bilhões em comparação a um saldo positivo de US$ 18,3 bilhões visto no mesmo período do ano passado. Crise. Se perdurarem as saídas até o fim de 2013, este será o primeiro ano desde a crise financeira de 2008 que o fluxo cambial brasileiro será negativo (US$ 938 milhões). O Estado de S. Paulo - 06/11/2013
Ministra diz que é contra medidas de ‘austeridade excessiva’ e nega apoio ao sistema de bandas para as contas públicas Em meio a especulações sobre mudanças na política fiscal, após o resultado surpreendentemente ruim das contas públicas em setembro, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, afirmou ao Estado que não haverá alteração na política fiscal em 2014, que “já está definida”. E rejeitou ideias que tragam como resultado uma “austeridade excessiva”. Pelo contrário, ela defendeu as medidas de cortes de impostos adotadas pelo governo, mesmo considerando que ajudaram a reduzir o resultado das contas públicas. “Adotamos uma política de desoneração tributária para defender a indústria nacional que foi importante, fez com que o Brasil não tivesse desemprego no período de crise.” “A política fiscal é um instrumento econômico dinâmico, não burocrático”, disse. “Querer que o resultado fiscal seja sempre igual não é inteligente, considerando que é preciso dar resposta à crise.” Na sua avaliação, o instrumental do governo tem sido eficiente para manter as despesas sob controle. Ela disse que as despesas com pessoal estão contidas e os gastos com custeio caíram de 0,9% do PIB para 0,8% do PIB. Além disso, a dívida líquida do governo está em queda, disse. O governo sofre críticas desde a semana passada, quando divulgou o déficit recorde de R$ 9,04 bilhões em setembro, o pior da história para o mês. No ano, a economia do governo para pagamento de juros da dívida caiu quase à metade em relação a 2012 e analistas questionam o controle sobre as despesas. Crescimento. “Onde está o descontrole?”, questionou. Lembrada que a receita vem tendo desempenho abaixo do esperado e o déficit da Previdência tem sido maior que o projetado, ela disse que esse dados estão relacionados a um crescimento mais baixo, em que a política fiscal diminui os efeitos negativos sobre a economia. Segundo Gleisi, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o projeto de Lei Orçamentária Anual definem que a meta das contas públicas em 2014 é um superávit primário equivalente a 3,1% do PIB, com a possibilidade de abatimento de até R$ 67 bilhões, dos quais o governo pretende usar R$ 58 bilhões. Abatendo os R$ 58 bilhões, o primário chegaria a 2% do PIB. “Isso é cristalino e ninguém será pego de surpresa.” Ela defendeu uma condução da política fiscal na linha do que vêm fazendo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Gleisi afastou-se da proposta do ex-secretário executivo da Fazenda Nelson Barbosa, de um sistema de bandas de resultado primário. Pela proposta, o governo miraria o resultado das contas públicas numa banda entre 1,5% do PIB e 2,5% do PIB, e adotaria um conjunto de medidas para controlar o crescimento das despesas. Mantega e Augustin dizem que o governo já pratica um sistema de bandas. “Defendo a política fiscal atual”, afirmou Gleisi. “Não estou me opondo ao ministro ou ao Ministério da Fazenda.” Cantas O governo vem sofrendo críticas desde a semana passada, quando divulgou o déficit primário recorde de R$ 9,04 bilhões em setembro, o pior da história para o mês. |
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