De olho no primeiro encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2013, os investidores retomam os trabalhos hoje com a mesma dose de cautela que marcou a semana passada. Como prevalece a unanimidade em torno da estabilidade da Selic nesta reunião - todos os 31 economistas ouvidos pelo Valor Data apostam na estabilidade da taxa - e tal cenário já está embutido nos negócios realizados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), a volatilidade tende a ser reduzida até quarta-feira.
Para o sócio-diretor da Título Corretora, Márcio Cardoso, se o Banco Central conseguir levar a Selic nos atuais 7,25% até o fim de 2013 em um contexto que a inflação feche abaixo dos atuais 5,8% captados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2012, o ano de 2014 será de expectativas melhores. "Para cima os juros não vão. O governo não quer. E para baixo não dá neste momento porque a inflação não permite", diz.
No mercado de câmbio, o dólar fechou a primeira semana completa de negócios do ano estável. Na sexta, acompanhando a tendência de alta do dólar ante moedas emergentes no exterior, a divisa americana subiu 0,29%, a R$ 2,036. O avanço no Brasil foi puxado pela demanda de tesourarias de bancos e importadoras.
A expectativa de operadores é que o câmbio continue travado como na semana passada.
"O mercado não tem muita certeza do que tem por vir, por isso o câmbio fica travado", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. Segundo ele, o BC tem se mostrado confortável com o dólar entre R$ 2,02 e R$ 2,05 e a expectativa de que defenderá esses limites acaba inibindo "testes" do mercado. Ele, porém, crê que operadores podem tentar buscar o piso de R$ 2 caso o fluxo cambial melhor.