A Europa ditou o mau humor dos mercados de ações em todo o mundo ontem e fez a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) recuar durante todo o pregão. Ao fim do dia, o Ibovespa marcou queda de 1,53%, aos 61.539 pontos. Com isso, em abril o índice já caiu 4,60% e, no ano, 8,43%. O volume de negócios totalizou R$ 6,834 bilhões.
O Ibovespa recuou durante todo o pregão e ainda na parte da manhã abandonou os 61 mil pontos. Na sessão vespertina, no entanto, a Bolsa brasileira reduziu parte da queda e conseguiu recuperar o patamar perdido mais cedo.
A aversão ao risco foi sustentada desde cedo pela informação do Banco Central da Espanha de que a economia do país encolheu 0,4% no primeiro trimestre deste ano, ante o quarto trimestre de 2011. Como no fim do ano passado o PIB espanhol já havia recuado na comparação trimestral, o país entrou oficialmente em recessão - a segunda em três anos. Além disso, dados decepcionantes dos índices de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) na China e na zona do euro, além das turbulências políticas na França e na Holanda, pesaram negativamente sobre os mercados.
"A gente abriu o dia com muita coisa ruim, quase uma segunda-feira negra nos mercados da Europa", sintetizou o analista técnico da corretora Octo, Fernando Góes. As ações da Petrobrás e da Vale acompanharam as perdas das commodities. O papel ON da petroleira recuou 1,03%, enquanto o PN teve baixa 0,84%. Já Vale ON registrou declínio de 0,65% e Vale PNA teve baixa de 0,55%. Nos EUA, o índice Dow Jones caiu 0,78%, o S&P 500 recuou 0,84% e o Nasdaq cedeu 1,00%. Na Europa, a Bolsa de Londres teve baixa de 1,85%, a Bolsa de Paris caiu 2,83% e a Bolsa de Frankfurt recuou 3,36%.
A fuga dos investidores dos ativos de maior risco levou parte dos recursos para o dólar. A moeda norte-americana subiu 0,43% em relação ao real e fechou a R$ 1,8810 no balcão. O avanço do dólar, que chegou a registrar a máxima de R$ 1,890 ao longo do dia, ocorreu mesmo sem o Banco Central fazer compras no mercado à vista.
Já os juros futuros de curto prazo subiram ontem, após a queda da semana passada. A expectativa do mercado ainda gira em torno, principalmente, dos próximos passos do Comitê de Política Monetária (Copom) em relação à taxa Selic e da possibilidade de o governo alterar a remuneração da poupança, o que abriria espaço para novas reduções do juro básico.