"Sempre que o dólar sobe, há esse efeito sobre o IPP", afirmou o gerente da pesquisa, Alexandre Brandão. No mês passado, o dólar se valorizou em 4%,
enquanto junho e julho havia registrado variação da divisa de 6,8% e de 3,7%, respectivamente. Em maio, com o dólar ainda sem ganhos relevantes, o avanço de 1,6% na moeda americana refletiu em IPP de 0,24%.
Alta generalizada. Em agosto, 22 das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta nos preços - um avanço generalizado nunca percebido antes na série, ressaltou Brandão. A única variação negativa veio do grupo impressão e reprodução de gravações (-0,73%), mas foi insuficiente para conter a alta. Já a maior contribuiçãoveio do grupo de alimentos, cujos preços cresceram 3,15% no mês, com impacto de 0,63 ponto porcentual na taxa. "O setor de alimentos vai puxar a alta este ano", disse Brandão.
Segundo ele, a relevância do segmento para a indústria de transformação, somada à variação intensa dos preços, coloca o grupo em posição de destaque no índice. No acumulado no ano até agosto, a alta do setor saltou para 4,26%, ante 1,08%
em julho. O aumento no preço da soja, devido a problemas climáticos na safra dos Estados Unidos e ao aumento na demanda interna, foi um dos destaques nomês, segundo o gerente da pesquisa.
Além de alimentação, os segmentos de petróleo e álcool (0,86%), produtos químicos (1,34%) e metalurgia (1,8%) formaram o conjunto de maiores impactosnoIPP.Juntos,osqua-tro segmentos somaram 1,01 ponto porcentual do índice.