O Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo, conjunto de todas as riquezas do Estado, cresceu 9,2% no ano passado, ritmo idêntico ao registrado pela China em 2011 e bem acima dos 2,7% alcançado pela economia brasileira. O número, entretanto, é inferior aos 12,6% de 2010. O resultado foi divulgado ontem pelo Instituto Jones dos Santos Neves. Com essa expansão, o PIB nominal capixaba atingiu R$ 86,2 bilhões.
Os setores secundário – indústria e construção civil – e terciário – comércio e serviços –, foram os responsáveis por puxar a economia capixaba no ano passado. "A indústria extrativa (petróleo, gás, mineração) foi o segmento que mais se expandiu no Estado no ano passado. Em seguida veio comércio e serviços, e, por fim, a construção em geral. Foram esses os que puxaram a economia capixaba em 2011", assinalou o presidente do Instituto Jones, José Edil Benedito.
Na outra ponta, entre os segmentos da economia capixaba que apresentaram retração no ano passado, aparecem a indústria de transformação e a pecuária.
Na avaliação de Edil, o bom resultado apresentado pela economia capixaba se deve aos altos preços alcançados pelas commodities no ano passado. "A crise não estava tão feia como agora. Produtos como o café e o minério de ferro subiram de preço. O valor do ferro só foi cair no final do ano. Diante desta entrada de recursos, a economia capixaba como um todo se viu aquecida".
Com um PIB nominal maior, o PIB per capita – relação entre o PIB estadual e o número de habitantes do Estado – também exibiu vigorosa expansão. Em 2011, o indicador alcançou R$ 24.280, 14,93% acima dos R$ 21.119 de 2010.
2012 mais difícil
O 2011 foi de forte crescimento econômico, mas será complicado repetir o feito este ano. A crise que assola a Europa e espalha desconfiança pelo mundo todo é o grande complicador, ainda mais para um Estado com a economia fortemente ligada ao comércio internacional.
"Temos um cenário bastante contraditório. Os Estados Unidos se recuperam, mas China desacelera e Europa vive um período de incertezas. Além disso, no Brasil o governo fala num crescimento de 4,5%, enquanto o mercado aposta em 3%. É preciso monitorar de muito perto todos esses indicadores", destaca José Edil.
Mesmo diante das incertezas, o presidente do Instituto Jones diz acreditar que pela primeira vez o PIB nominal do Espírito Santo vai ultrapassar os R$ 90 bilhões.
Para isso acontecer, o Estado precisará crescer pelo menos 4,5%. "Nossa expectativa é de crescimento, não tão forte como o de 2010 e 2011, mas de crescimento", finalizou.