A percepção dos riscos de aumento da inflação e dos juros e a preocupação em relação ao mercado de trabalho afetaram a confiança do consumidor entre março e abril, de acordo com a coordenadora técnica de análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), Viviane Seda.
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ficou estável no período, aos 113,9 pontos, depois de seis quedas consecutivas, no cálculo com ajuste sazonal. O ICC está 11,1% abaixo do patamar observado em abril de 2012, de 128,7 pontos, o maior nível da série, iniciada em setembro de 2005. "O que mais causou impacto no ICC em abril foi a inflação. O consumidor vem sentindo o peso do aperto da inflação no bolso", disse Viviane.
Para a analista, a estabilidade do ICC em abril não aponta qualquer tendência para o indicador. Entre março e abril, descontados os efeitos sazonais, o Índice da Situação Atual (ISA) caiu 2,3%, aos 121,6 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) subiu 1,5%, para 109,6 pontos. "O desconforto do consumidor é grande e isso causa impacto no ISA", disse ela, para quem a alta do IE é "discreta".