Cenário:
As bolsas norte-americanas ganharam tração na tarde de ontem e fecharam novamente em alta, com os investidores reagindo a resultados corporativos consideradosbons e à espera de maisbalan- ços nos EUA. Também contribuiu para o sentimento positivo o fato deaCasa Branca ter sinalizado, no fim da tarde, que o presidente Barack Obama aprovaria o plano de elevar o teto da dívida dos EUA no curto prazo, caso o projeto recebesse o aval do Congresso norte-americano. Nesse ambiente, os indicadores abaixo das expectativas divulgados mais cedo foram relevados e, em Nova York, o índice Dow Jones avançou 0,46%, o S&P 500 registrou alta de 0,44% e o Nas- daq subiu 0,27%.
Com a melhora do ambiente internacional, o dólar desacelerou os ganhos em relação ao real e terminou cotado aR$ 2,0440 no mercado àvista de balcão, com leve alta de 0,10%. Mais cedo, a divisa dos EUA chegou a ultrapassar o patamar de R$ 2,05, diante do fluxo negativo de recursos, deixando os investidores na expectativa de possível atuação do Banco Central, em meio à percepção de que não é de interesse do governo, sob o ponto de vista da inflação, deixar a moeda americana se valorizar mais. O BC, no entanto, ficou fora do mercado.
A questão inflacionária, por sinal, continua permeando os negócios com juros futuros. Ontem, depois que a Fundação Getúlio Vargas anunciou que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) prévio de janeiro atingiu o maior patamar desdejaneiro de 2011, os investidores deram início à recomposição de prêmios na curva a termo de juros. Mesmo porque, hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deve anunciar um Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de janeiro mais pressionado do que se viu em dezembro. Além disso, os investidores aguardam esclarecimentos, na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), sobre o cenário da autoridade monetária para o comportamento dos preços no curto prazo, após o BC falar em piora do balanço de riscos no comunicado que acompanhou a decisão de manter a Selic em 7,25% ao ano.
A Bovespa, por sua vez, não conseguiu acompanhar a reação positiva do exterior e voltou a cair, fechando embaixa de 0,34%, aos 61.692,29 pontos.
O mercado de ações local foi afetado negativamente por notícias corporativas envolvendo Oi e Usiminas. Nem mesmo o ganho exibido pelos papéis deVale e Petrobrás conseguiram darfôlego ao Ibo- vespa, que ainda acumula alta de 1,21% no ano.