A extrema pobreza seguiu a mesma reversão e passou de 2,3% em 2012 para 3,5% em 2013, representando um aumento de 46 mil capixabas vivendo com renda domiciliar per capita inferior a R$99 na área urbana e R$84 na área rural.
No Brasil, a pobreza reduziu de 18,0% em 2012 para 17,0% em 2013, sinalizando um ritmo mais lento do que a média dos últimos 10 anos (-2 p.p./ano). Apesar da redução, há um sinal de alerta: a extrema pobreza se manteve praticamente constante, passando de 5,8% em 2012 para 6,0% em 2013. Apenas 9 estados tiveram aumento da pobreza e o Espírito Santo passou de 2º para 9º no ranking de estados com menor porcentagem de pobres. Na extrema pobreza o estado capixaba caiu do 3º para o 8º lugar. Caso o Espírito Santo tivesse mantido a tendência linear de queda observada entre 2003 e 2012, o estado teria atingido a marca de 4,2% de pobres e 1,5% de extremamente pobres.
Esse fenômeno no Espírito Santo é uma consequência direta da redução na renda dos mais pobres. Enquanto o Brasil teve um aumento da renda domiciliar per capita de 3,5% entre 2012 e 2013, o Espírito Santo teve uma redução de 5,2%. Mas, isso não teria sido suficiente para elevar a pobreza se os mais pobres não tivessem sido afetados por essa retração. No entanto, a renda do décimo mais pobre recuou 22,5% e a do segundo décimo 11,1%.
A retração do PIB (-0,9% em 2013) e o aumento do desemprego (de 5,5% em 2012 para 6,1% em 2013) podem ter contribuído para essa redução, apesar dos esforços de combate à pobreza no Espírito Santo.
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