Pesquisa da revista The Economist aponta sobrevalorização de mais de 10% ante dólar
São Paulo
O famoso índice Big Mac, da revista The Economist, sugere que o real, apesar da alta recente, ainda estaria sobrevalorizado em mais de 10% em relação ao dólar, moeda usada como referência nessa pesquisa.
O indicador consiste em comparar o preço do sanduíche mais famoso do McDonald’s em diversos países. No Brasil, esse produto saía por US$ 4,94 no momento em que foi feita a pesquisa – publicada na edição desta semana da revista. Nos Estados Unidos, cuja moeda é usada como referência para indicar sobrevalorização ou subvalorização das demais, o hambúrguer custava US$ 4,33.
A ideia desse índice embasa-se na teoria da paridade do poder de compra, segundo a qual pode-se ajustar a taxa de câmbio para que um bem ou uma cesta de bens tenha o mesmo preço em diferentes países.
Por exemplo, se hoje, com o real a US$ 0,49, o Big Mac custa US$ 4,93, então a moeda brasileira precisaria cair 12% (para US$ 0,43) para que o sanduíche feito no país atingisse o mesmo preço em dólares daquele feito nos EUA. Visto de outra forma, o dólar deveria subir 14%, para US$ 2,33.
Quando a comparação é com países onde a moeda está desvalorizada, a diferença é muito maior. Para o Big Mac brasileiro chegar ao mesmo preço do chinês em dólares (que custa apenas US$ 2,45), o real deveria cair 51%, para US$ 0,24. Ou o dólar subir mais de 100%, para US$ 4,17.
É claro que ninguém está pensando em exportar Big Macs. Mas esse produto, por existir em quase todo o mundo e de modo normalmente padronizado, dá uma ideia da diferença de custo de produção nos diversos países.