O governo anunciou a elevação de 20% para 25% na participação do etanol na mistura da gasolina, a partir de 1º de maio. A medida, que estava prevista inicialmente para junho, foi antecipada para ajudar a aliviar o caixa da Petrobras e a balança comercial brasileira, porque reduzirá a necessidade de importação do produto. E deve aliviar o impacto, nas bombas, do reajuste de 6,6% da gasolina nas refinarias.
Apesar de terem sido registrados aumentos maiores da gasolina pelo país, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, previu ontem que os combustíveis nas bombas subiriam apenas 4% para os consumidores. Ele lembrou que, de 2006 a 2012, o preço da gasolina subiu menos que a inflação e que a nova alta terá impacto de 0,16 ponto percentual sobre os índices de preços.
- É uma elevação modesta perto daquilo que aconteceu com o preço do petróleo, uma pequena correção que não vai atrapalhar ninguém - disse Mantega sobre a gasolina, ao explicar que o reajuste foi autorizado para compensar as perdas da Petrobras.
O ministro da Fazenda poderou que, apesar do aumento da gasolina, o brasileiro "está pagando menos na conta de luz, pagando menos juros nos produtos". Sobre a possibilidade de novos reajustes da gasolina em 2013, afirmou:
- Não sou eu quem define isso. Ano passado, demos mais de um aumento (neutralizados na bomba com a redução de tributos). Isso não quer dizer que vamos fazer o mesmo agora. Se o preço do petróleo internacional cair, por exemplo, não haverá impacto no preço da gasolina.
menos gastos com importação
Já o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem que aumentos abusivos serão investigados.
- O governo concedeu aumento de 6,6% e vai fiscalizar rigorosamente através da Agência Nacional do Petróleo (ANP) - disse ele. - Não pode chegar a esse patamar (de 10%). Se chegou, é irregular. O mercado é livre, mas não deve exceder o limite do razoável.
O aumento do etanol na gasolina foi selado ontem em reunião entre Mantega, Lobão e representantes do setor produtivo. A mistura já teve 25% de etanol, parcela que foi reduzida para 20% em 2011, porque pressionava a inflação em um momento de alta na cotação do açúcar. Isso contribuiu para, em 2012, a importação de gasolina disparar, aumentando 70% e abalando o resultado da balança comercial. Segundo Lobão, a retomada dos 25% foi definida depois de os produtores terem garantido que a produção nesta safra chegará perto de 27 bilhões de litros, acima dos 22 bilhões da safra anterior.
- Se (o setor) não der conta, teremos de ampliar o prazo para 1º de junho, e não mais 1º de maio.
Nas contas de Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), se fossem mantidos os mesmos valores de mercado de 2012, o gasto da Petrobras com importação de gasolina cairia de US$ 260 milhões por mês em 2012, em média, para US$ 130 milhões.