O governo federal conseguiu economizar em agosto deste ano somente R$ 1,6 bilhão para pagamento de juros da dívida pública, 60%menos que os R$ 4 bilhões registrados em julho. O resultado só não foi pior porque a equipe econômica puxou R$ 5,8 bilhões em dividendos dos lucros apurados por três instituições financeiras públicas no segundo trimestre do ano — Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil e Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Esse foi o maior valor mensal de dividendos recebido pela União neste ano.
O prejuízo histórico da Petrobras de R$ 1,3 bilhão no segundo trimestre frustrou as expectativas do governo de incrementar as receitas — que caíram 7,5% no mês passado. O ritmo lento da atividade econômica tem afetado diretamente a arrecadação de tributos, como o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que despencaram, no mês passado, 16,6% e 44%, respectivamente.
Pior agosto
Apesar do resultado magro do superavit primário em agosto, o pior em dez anos para o mês de agosto, o governo central — Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central — já economizou R$ 53,5 bilhões no ano, valor que está acima da meta prevista para o período de janeiro a agosto, de R$ 46 bilhões. O problema é que a meta para o ano é de R$ 96,97 bilhões. Isso significa que o governo terá que alcançar superavit de R$ 43,5 bilhões em apenas quatro meses.
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin conta com o maior dinamismo da economia neste final de ano para garantir o cumprimento das metas do governo. “Há tendência de recuperação”, afirmou.