Mas economistas se dividem sobre fim do ciclo de redução
São paulo, BRASÍLIA e Rio Ao completar um ano esta semana, o atual ciclo de reduções na taxa básica de juros divide os economistas sobre quando será encerrado. Uma parte acha que haverá mais dois cortes na Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), meio ponto percentual, amanhã, e outro, de 0,25 ponto, em outubro. Outros veem na redução de amanhã o ponto final do atual ciclo - que em 12 meses fez a Selic recuar de 12,5% ao ano para os 7,5% anuais esperados agora.
- Hoje há mais incerteza sobre os resultados das reuniões do Copom, mas espero um último corte, de meio ponto - disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco WestLb, para quem o BC errou ao iniciar a redução das taxas intempestivamente em 2011. - Se tivesse esperado mais uma reunião, indicando a mudança de estratégia, teria evitado o aumento da volatilidade que há hoje.
Para o economista Rogério Sobreira, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a decisão do BC de iniciar o ciclo de queda da Selic simultaneamente à tomada de medidas macroprudenciais foi acertada e deixou o país mais forte para encarar a crise financeira mundial e a desaceleração da atividade interna. Ele crê que o ciclo de cortes acaba agora:
- Espero mais uma queda agora, com manutenção na próxima reunião - disse.
Pela sétima semana consecutiva, o mercado financeiro demonstrou pessimismo com a inflação e reviu para cima as estimativas para o IPCA este ano. A projeção, que na semana anterior havia sido de 5,15%, passou para 5,19%.
Os analistas ouvidos pelo BC na pesquisa semanal Focus também apostam em um desempenho pior para a economia este ano. A previsão agora é de que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 1,73% este ano, ante 1,75% da semana anterior. O IBGE divulga na próxima sexta-feira o resultado do PIB para o segundo trimestre.
Apesar da previsão de piora da inflação, os economistas mantiveram a aposta de que o Copom reduzirá a taxa de juros para 7,5% amanhã. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) recuou ontem pelo terceiro pregão seguido. O Ibovespa caiu 0,54%, aos 58.111 pontos. Já o dólar comercial subiu 0,24%, a R$ 2,030.