Apesar da desaceleração econômica, a China ampliou sua participação entre os principais mercados compradores do Brasil e, no primeiro semestre, absorveu 18% das exportações brasileiras. No mesmo período, em 2011, os chineses representavam menos de 17% do mercado comprador para mercadorias do país. Em junho, porém, houve queda nas vendas para todos os principais mercados do Brasil, especialmente para a Argentina, que reduziu as compras em quase 31%, principalmente com a queda nas importações argentinas de veículos de carga, óleos combustíveis, tratores e minério de ferro.
O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira, disse esperar uma melhoria nas relações comerciais entre Brasil e Argentina, após negociações dos dois governos, em Mendoza, para agilizar liberação de bens retidos nas alfândegas. Ele não acredita, no entanto, em mudança significativa na tendência de queda do comércio, devido à desaceleração econômica no país vizinho.
A crise dificulta prever o ritmo do comércio exterior, em um ano "atípico e muito incerto", comentou o secretário. As incertezas impediram até que o Banco Mundial divulgasse suas previsões de investimento direto no mundo, como faz tradicionalmente, exemplificou Teixeira.
Quando comparado o desempenho brasileiro no primeiro semestre de 2012 com o mesmo período do ano passado, é evidente o destaque dos Estados Unidos, que vem gradualmente recuperando a importância que teve no passado, quando chegou a consumir um quarto de todas as vendas do Brasil ao exterior. De janeiro a junho, os americanos representaram 11,8% do mercado brasileiro (eram menos de 10% em 2011), principalmente devido à decisão de aumentar as compras de petróleo do Brasil.
A lenta recuperação da economia americana e a queda nas compras de petróleo e óleo combustível fizeram as exportações aos EUA cair 15,6% no mês passado, em comparação com junho de 2011. Os chineses, para quem o Brasil vendeu 4,7% a mais no primeiro semestre deste ano que no primeiro semestre de 2011, também reduziram as compras em junho, em 3,6%. Caíram principalmente importações de petróleo e óleo de soja em bruto, papel e cartões, aviões, mármore e granitos e minério de ferro.