Quais são as principais mudanças que irão afetar os negócios nos próximos 15 anos? Quais são os mercados consumidores mais promissores em outros países? Quais são os temas portadores de futuro? Especialistas debateram sobre esses e outros assuntos durante o painel “Tendências econômicas e oportunidades de negócios para empresas”, promovido pelo Corecon-ES, após a solenidade de posse dos novos conselheiros.
O debate, que foi mediado pelo sócio-diretor da GVNews, o jornalista Roberto Andrade, contou com a participação da doutora em Economia de Empresas pela FGV Celina Ramalho; do secretário de Estado de Desenvolvimento, José Eduardo Faria de Azevedo; do sócio-diretor do Instituto de Pesquisa Futura Orlando Caliman e do assessor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes) Robson Antonio Grassi.
O painel foi dividido em três blocos: o primeiro envolveu o tema “Tendências e oportunidades”; o segundo tratou sobre “População, meio ambiente e ciência e tecnologia e inovação”; e o terceiro bloco foi destinado às considerações finais.
Veja alguns trechos do debate:
Celina Ramalho
“As contas públicas brasileiras se apresentam de forma muito inconsistente. Os gastos foram pouco cuidados e agora é necessário aplicar juros mais altos para financiar as contas públicas, que estão deficitárias. Vivemos um novo movimento da economia mundial, uma espécie de 4ª Revolução Industrial, mas acredito que o capital humano brasileiro consegue acompanhar esse movimento.”
“Temos muito valor agregado no agronegócio. Recentemente, estive no Porto de Hamburgo, na Alemanha, e conversei com empresários da região que falaram que o principal fornecedor de café deles é o Brasil. E há diversos setores produtivos que têm colhido resultados positivos com a modernização dos processos. É o caso da soja, que está mais resistente a pragas, e da cana-de-açúcar, cujo bagaço é usado para produção de adubo. Além disso, o Brasil ainda tem 60% de fronteira agrícola para explorar.”
Orlando Caliman
“Precisamos concentrar os esforços na educação, na capacidade de inovar e em uma logística que permita que o Estado cresça. Com investimentos em ciência e tecnologia, poderemos avançar em termos de plataforma de oferta, que acionará a plataforma de demandas.”
“A questão ambiental é inegociável, mas os grandes empreendimentos proporcionam grandes conhecimentos e efeitos indiretos importantes. É preciso avaliar cada caso e o contexto. A Samarco foi uma estratégica bastante exitosa na época de sua implantação. Ela é uma das poucas indústrias do mundo que produz um certo tipo de pelota. Tem uma produtividade altíssima. O país precisa ter capacidade para resolver essa questão.”
José Eduardo Faria de Azevedo
“O preço das commodities não deverá voltar a ser como nos períodos de ouro, mas vimos outros setores ganharem relevância, como o moveleiro, o de confecção e o de rochas. Também surgiram novos segmentos, como comunicação eletrônica, consumo criativo e economia verde.”
“Nas décadas de 60 e 70, tivemos um alto movimento migratório. Isso gerou um passivo muito grande. Parte desse passivo o país recuperou, mas ainda há grande necessidade de complementar a estrutura, resolvendo questões de saneamento básico, mobilidade urbana e telecomunicações, por exemplo. Outros movimentos criaram novas demandas, como logística e qualidade da comunicação. O setor público precisa ter capacidade de investimento e construir novos modelos para atrair o setor privado, além de melhorar a regulamentação e ter bons projetos para captação e gestão de recursos.”
Robson Antonio Grassi
“Nossa ideia é trazer de Santa Catarina o programa Sinapse da Inovação, que tem o objetivo de transformar e aplicar as boas ideias geradas por estudantes, pesquisadores e profissionais de diferentes setores em negócios de sucesso. No Estado, vamos apoiar 70 projetos. Será um divisor de águas no Espírito Santo. Também temos um projeto para apoiar as exportações. Seis bolsistas serão selecionados para atuar em 146 pequenas e médias empresas que têm potencial para exportar. As bolsas serão de R$ 6 mil.”
“Um dado de patente ajuda a medir a inovação. O Estado representa 0,3% das patentes que são registradas por ano no país. Isso é sete vezes menos do que o potencial de produção permitiria. Temos poucas incubadoras, não contamos com um parque tecnológico, a indústria do capital de risco é muito rudimentar. Ou seja, há muito a avançar. Precisamos complementar esse ecossistema. Falta mais cooperação entre os agentes e também é necessário aumentar o número de editais.”
O debate, que foi mediado pelo sócio-diretor da GVNews, o jornalista Roberto Andrade, contou com a participação da doutora em Economia de Empresas pela FGV Celina Ramalho; do secretário de Estado de Desenvolvimento, José Eduardo Faria de Azevedo; do sócio-diretor do Instituto de Pesquisa Futura Orlando Caliman e do assessor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes) Robson Antonio Grassi.
O painel foi dividido em três blocos: o primeiro envolveu o tema “Tendências e oportunidades”; o segundo tratou sobre “População, meio ambiente e ciência e tecnologia e inovação”; e o terceiro bloco foi destinado às considerações finais.
Veja alguns trechos do debate:
Celina Ramalho
“As contas públicas brasileiras se apresentam de forma muito inconsistente. Os gastos foram pouco cuidados e agora é necessário aplicar juros mais altos para financiar as contas públicas, que estão deficitárias. Vivemos um novo movimento da economia mundial, uma espécie de 4ª Revolução Industrial, mas acredito que o capital humano brasileiro consegue acompanhar esse movimento.”
“Temos muito valor agregado no agronegócio. Recentemente, estive no Porto de Hamburgo, na Alemanha, e conversei com empresários da região que falaram que o principal fornecedor de café deles é o Brasil. E há diversos setores produtivos que têm colhido resultados positivos com a modernização dos processos. É o caso da soja, que está mais resistente a pragas, e da cana-de-açúcar, cujo bagaço é usado para produção de adubo. Além disso, o Brasil ainda tem 60% de fronteira agrícola para explorar.”
Orlando Caliman
“Precisamos concentrar os esforços na educação, na capacidade de inovar e em uma logística que permita que o Estado cresça. Com investimentos em ciência e tecnologia, poderemos avançar em termos de plataforma de oferta, que acionará a plataforma de demandas.”
“A questão ambiental é inegociável, mas os grandes empreendimentos proporcionam grandes conhecimentos e efeitos indiretos importantes. É preciso avaliar cada caso e o contexto. A Samarco foi uma estratégica bastante exitosa na época de sua implantação. Ela é uma das poucas indústrias do mundo que produz um certo tipo de pelota. Tem uma produtividade altíssima. O país precisa ter capacidade para resolver essa questão.”
José Eduardo Faria de Azevedo
“O preço das commodities não deverá voltar a ser como nos períodos de ouro, mas vimos outros setores ganharem relevância, como o moveleiro, o de confecção e o de rochas. Também surgiram novos segmentos, como comunicação eletrônica, consumo criativo e economia verde.”
“Nas décadas de 60 e 70, tivemos um alto movimento migratório. Isso gerou um passivo muito grande. Parte desse passivo o país recuperou, mas ainda há grande necessidade de complementar a estrutura, resolvendo questões de saneamento básico, mobilidade urbana e telecomunicações, por exemplo. Outros movimentos criaram novas demandas, como logística e qualidade da comunicação. O setor público precisa ter capacidade de investimento e construir novos modelos para atrair o setor privado, além de melhorar a regulamentação e ter bons projetos para captação e gestão de recursos.”
Robson Antonio Grassi
“Nossa ideia é trazer de Santa Catarina o programa Sinapse da Inovação, que tem o objetivo de transformar e aplicar as boas ideias geradas por estudantes, pesquisadores e profissionais de diferentes setores em negócios de sucesso. No Estado, vamos apoiar 70 projetos. Será um divisor de águas no Espírito Santo. Também temos um projeto para apoiar as exportações. Seis bolsistas serão selecionados para atuar em 146 pequenas e médias empresas que têm potencial para exportar. As bolsas serão de R$ 6 mil.”
“Um dado de patente ajuda a medir a inovação. O Estado representa 0,3% das patentes que são registradas por ano no país. Isso é sete vezes menos do que o potencial de produção permitiria. Temos poucas incubadoras, não contamos com um parque tecnológico, a indústria do capital de risco é muito rudimentar. Ou seja, há muito a avançar. Precisamos complementar esse ecossistema. Falta mais cooperação entre os agentes e também é necessário aumentar o número de editais.”