Fed menciona novos incentivos "em breve". Dólar fica em R$ 2,019
O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deu ontem mais um importante sinal ao mercado de que prepara medidas para socorrer a economia dos Estados Unidos. Na ata do encontro de agosto do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que decide os juros do país, os membros do Fed indicaram que um novo estímulo monetário poderá ocorrer "em breve". O comentário animou investidores. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou numa alta de 0,79%, aos 59.380 pontos pelo Ibovespa, seu principal índice. Já o dólar comercial teve leve alta de 0,04%, a R$ 2,019.
- O Fed deu uma indicação mais clara do que investidores esperavam há bastante tempo. A Bolsa estava num pregão de queda e passou a voar com a notícia - explicou Hersz Ferman, gestor da Yield Capital.
Brookfield lidera ganhos
Os mercados abriram o pregão de ontem em queda refletindo declarações da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker. Eles disseram que uma decisão sobre mais ajuda à Grécia não será tomada nesta semana. O mercado europeu fechou, assim, no vermelho: Londres (1,42%), Paris (1,47%) e Frankfurt (1,01%).
A recuperação veio apenas com a ata do Fomc. Os investidores gostaram particularmente do trecho que afirma que "muitos membros julgaram que uma acomodação monetária adicional provavelmente seria necessária em breve". Na prática, isso significa que o BC americano vai injetar dinheiro na economia, o que pode beneficiar os mercados de ações e de commodities .
Em Wall Street, a maioria das Bolsas se recuperou das perdas do início do dia. O Nasdaq ganhou 0,21% e o S&P 500, 0,02%. O Dow Jones, no entanto, recuou 0,23%. Isso porque o Fed colocou como condição para tomar novas medidas a ausência de "informações futuras que apontem um fortalecimento substancial e sustentável no ritmo da recuperação econômica".
IPCA-15 avança 0,39%
No mercado brasileiro, a recuperação do Ibovespa foi puxada por investidores estrangeiros. E, pelo segundo pregão seguido, as ações ordinárias (ON, sem voto) da Brookfield lideraram os ganhos. Os papéis avançaram 8,91%, a R$ 4,28. O mercado especula que o setor pode se recuperar no segundo semestre com mais apoio do governo brasileiro.
A principal queda foi TIM ON: 4,25%, a R$ 7,88. O papel ainda sofre os efeitos da multa de R$ 1,3 bilhão referente a processos tributários, que entrou em fase de recurso.
Na área macroeconômica, o IBGE informou ontem que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) passou de 0,33% para 0,39% este mês. O indicador ficou acima das projeções do mercado, de 0,36%. No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 ficou em 5,37%, contra 5,24% do período imediatamente anterior. O resultado corrobora a tendência de aceleração de preços.