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Selic deve subir para 9,5%

9/10/2013

 
Correio Braziliense - 09/10/2013 

Analistas acreditam que a taxa básica continuará em alta e apostam que chegará aos dois dígitos em 2014

O mercado financeiro e até mesmo o governo estarão hoje de olho no Banco Central (BC) — presidido por Alexandre Tombini —, que deve anunciar, até o início da noite, uma nova elevação de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), para 9,5% ao ano. A decisão, apesar de já aguardada, poderá não só sacramentar o baixo ritmo de recuperação da economia como definir em que pé se dará a disputa eleitoral de 2014. 

Para analistas, o maior risco é o Comitê de Política Monetária (Copom) indicar que a alta dos juros, a quinta consecutiva no ano, esteja longe de acabar. Entre eles, há quem preveja que a Selic possa ultrapassar, até o início do ano que vem, a casa simbólica dois dígitos, enterrando, assim, o fim da maior bandeira política do governo Dilma Rousseff: o de ter levado a taxa básica ao menor patamar histórico, de 7,25% ao ano.

Ex-secretário do Tesouro Nacional, o hoje economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, disse acreditar que a Selic chegará, já em fevereiro, a 10,5% ao ano — o mais elevado patamar da taxa desde janeiro de 2012. A resposta para tamanha variação na taxa, mencionou ele, é a ainda persistente pressão que os preços exercem sobre a renda dos brasileiros. “O cenário da inflação ainda enseja muitas preocupações e, ao nosso ver, existe a necessidade de que o BC faça muito mais que o que já foi feito até agora”, ponderou.    

Kawall prevê quatro novas elevações na Selic, sendo duas de 0,5 ponto hoje e em 27 de novembro e outras duas de 0,25 ponto em 15 de janeiro e 26 de fevereiro de 2014. É justamente esse quadro que o governo quer evitar a todo custo. A avaliação de uma ala do PT é de que novas altas nos juros podem dar margem para ataques de adversários políticos em um momento em que o partido ainda tenta assimilar a surpreendente aliança política entre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-ministra Marina Silva, ambos do PSB. Seria, também, um prato cheio para oposicionistas declarados, como o senador Aécio Neves (PSDB), que também deverá se colocar na disputa eleitoral do ano que vem.

Aperto
A alta dos juros também vai deixar o orçamento dos brasileiros mais apertado. Com a elevação da taxa básica de juros, o custo dos empréstimos tende a ficar, em média, 0,96% maior. Uma projeção feita pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) mostra que as principais linhas de crédito ao consumidor podem encarecer. O maior impacto deve ser sentido no financiamento de veículos — projeção de alta de 2,71% (veja quadro).

A alta dos juros melhora a rentabilidade dos fundos de investimento. O economista Gilberto Braga, professor de finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), lembra, porém, que, antes de procurar aplicar o dinheiro, o investidor deve pesquisar os encargos cobrados. “Todos os fundos com taxa de administração acima de 1,5% tendem a perder até da inflação”, explicou. 

“Por isso”, completou o economista Miguel Ribeiro de Oliveira, da Anefac, “a melhor opção para o pequeno investidor continua sendo a poupança”. “Além de ser isenta de Imposto de Renda (IR) e de não pagar taxa de administração, tem rendimento certo de 6,17% ao ano, mais a variação da Taxa Referencial (TR). Como a Selic deve ir para 9,5% ao ano, a TR também tende a subir, e, com ela, a remuneração da caderneta de poupança aumenta”, ele explicou.


Juro futuro projeta alta da Selic para 9% esta semana

26/8/2013

 
Valor Econômico - 26/08/2013 

Economistas e investidores no mercado de juros futuros da BM&F começam a semana alinhados em relação à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Ambos apostam que o colegiado do Banco Central (BC) vai anunciar, na quarta-feira, um aumento da taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, para 9% ao ano. 

No pregão de sexta-feira, o contrato futuro de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 - que abriga as apostas para o rumo dos juros até o fim do ano - fechou a 9,16%. Cálculos da gestora de recursos Quantitas mostram que o derivativo embute a projeção de um aperto monetário de 1,50 ponto percentual até o fim do ano, distribuído em três elevações seguidas de 0,50 ponto.

O consenso em torno da manutenção do ritmo de aperto - houve alta de meio ponto em maio e julho - chegou a ser abalado no início da semana passada. A disparada do dólar e a perspectiva de um aumento dos preços dos combustíveis, que se mantém em pauta, mexeram com as projeções. O DI para janeiro de 2014 chegou ao nível de 9,33% no dia 19. Espelhava um aumento de 1,86 ponto percentual da Selic até o fim do ano, com uma alta de 0,62 ponto na reunião do Copom desta semana. Ou seja, o mercado de juros futuros dividia-se entre uma alta de 0,50 ponto e 0,75 ponto.

Declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, fizeram com que o mercado de juros futuros voltasse à velha aposta de alta de 0,50 ponto. Repetindo o conteúdo de documentos do BC, como a ata do Copom, Tombini afirmou, por meio de nota, que a "adequada condução da política monetária contribui para mitigar riscos para a inflação".

Alinhados em torno do que o Copom fará esta semana, economistas e mercado de juros futuros divergem sobre o tamanho total do ajuste. Enquanto investidores embutem nas taxas do DI de janeiro de 2014 a perspectiva de taxa básica em 10%, as apostas entre os 34 economistas ouvidos pelo Valor variam entre 9,25% e 10%.


Juro futuro mostra Selic acima de 10%

19/8/2013

 
Valor Econômico - 19/08/2013 

Os juros futuros foram à estratosfera na BM&F; no pregão de sexta-feira e delinearam um quadro de aperto monetário muito mais duro do que o esperado por economistas. Com a disparada das taxas dos principais contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI), caiu por terra a convicção das tesourarias de que a taxa básica de juros (Selic) não chegaria a dois dígitos ainda este ano. Tomando por base o fechamento de sexta-feira, os juros futuros refletem a perspectiva de que a Selic supere 11% até dezembro, segundo cálculos de especialistas.

Também começa a ser abalada a aposta de que o Comitê de Política Monetária (Copom) manterá o ritmo de aperto monetário em seu encontro no fim deste mês (dias 27 e 28), promovendo uma alta de 0,50 ponto da taxa básica, para 9% ao ano. Os juros futuros já mostram 35% de chance de que o Copom acelere o passo e eleve a Selic em 0,75 ponto, para 9,25% ao ano. O derivativo com vencimento em janeiro de 2014 - que reflete as expectativas dos juros daqui até o fim do ano - subiu quase 20 pontos-base (0,20 ponto percentual) na sexta-feira, fechando a 9,20%.

Segundo o economista do Deutsche Bank no Brasil, José Carlos de Faria, o nível dos juros futuros sugere que o Copom deve manter o aperto monetário até, pelo menos, o fim deste ano. "Mas o que o mercado está precificando [Selic acima de 11%] ainda parece excessivo à luz da fraqueza da economia, que pode ser agravada pela volatilidade atual, apesar do efeito positivo do real mais fraco sobre as exportações", disse Faria, em relatório. De fato, especialistas alertam que é cedo para concluir que a alta dos juros futuros seja uma aposta convicta em um voo da taxa básica até dois dígitos. Contudo, dado o avanço contínuo da taxa do DI com vencimento em janeiro de 2014, que saltou quase 0,30 ponto percentual este mês, fica evidente que há uma expectativa de Selic mais gorda. A alta do dólar, que se aproxima de R$ 2,40, em meio a uma valorização global da moeda americana, pressiona a inflação e, por tabela, os juros. Tanto a depreciação do real quanto o avanço das taxas dos principais contratos futuros têm, como pano de fundo, o realinhamento de preços de ativos em todo o mundo. O retorno dos títulos do Tesouro americano de 10 anos encerrou a sexta-feira a 2,824%, maior nível de fechamento desde julho de 2011. É grande a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o BC americano) comece a reduzir o volume mensal de compra de ativos, hoje em US$ 85 bilhões, em setembro. Trata-se do primeiro passo na longa jornada para a chamada "normalização da política monetária americana", ou seja, a elevação da taxa básica de juros dos Estados Unidos. A transformação externa expõe supostas fragilidades e inconsistências da política econômica interna. Para analistas, com a credibilidade da política fiscal abalada, inflação mais perto do teto que do centro da meta e defasagem crescente dos preços dos combustíveis, o Brasil se vê com pouco espaço para absorver choques externos. No mercado de juros futuros da BM&F;, a resposta a esse quadro é um acúmulo de prêmios. Entre os contratos mais longos, que refletem a percepção de risco, o DI para janeiro de 2017 fechou a 11,61%, quase 1 ponto percentual acima do nível do fim de julho.

Juros refletem alta de 0,5 ponto da Selic em agosto

12/7/2013

 
Valor Econômico - 12/07/2013 

Um dia após o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual para 8,5%, em linha com esperado pelo mercado, as taxas dos contratos futuros de juros com vencimentos mais curtos fecharam praticamente estáveis. No dólar, a decisão também teve pouco efeito, e a moeda americana fechou em queda de 0,62% a R$ 2,2590, seguindo o movimento de desvalorização verificado no exterior diante de um cenário de menor aversão ao risco.

O dólar perdeu força frente às principais moedas após o discurso do presidente do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, na quarta-feira, que reforçou que os dados de inflação e de desemprego ainda requerem a manutenção dos estímulos monetários. A ata do Fed mostrou que para muitos integrantes do Fomc (Comitê de Política Monetária do Federal Reserve) a reversão da política monetária ainda depende da melhora dos dados do mercado de trabalho e da atividade econômica dos EUA.

A divulgação ontem do número de pedidos de seguro-desemprego acima do esperado ajudou a reforçar a visão de que uma eventual redução das compras de ativos pelo Fed, que somam hoje US$ 85 bilhões mensais, não será imediata. O número de pessoas que entraram com pedido de seguro-desemprego nos EUA aumentou para 360 mil na semana encerrada em 6 de julho, acima da previsão dos analistas, que esperavam uma queda para 335 mil ante o dado de 344 mil da semana anterior.

Ontem o Banco Central anunciou mais uma medida para facilitar a entrada de dólares no país. A autoridade monetária alterou o requerimento de capital para cobertura de risco das exposições de instituições financeiras sujeitas a variações cambiais. Na prática ele amplia a capacidade dos bancos de captarem recursos lá fora por meio de suas subsidiárias no exterior.

Para Carlos Thadeu de Feitas, ex-diretor do BC e chefe do departamento econômico da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a medida não deve ter grande impacto para o câmbio, uma vez que não há uma falta de dólares no mercado e nem demanda dos bancos para aumentar as captações de recursos no exterior. "Os bancos não vão captar mais lá fora, primeiro porque há a expectativa de o dólar subir, e segundo porque não há falta de liquidez no mercado." Para ele, o BC deve adotar discurso mais firme de que vai atuar com todos os instrumentos para conter valorização excessiva do dólar.

Na avaliação de credenciado economista, essa medida não deverá produzir impacto na taxa de câmbio e pode trazer mais risco para as instituições financeiras. O requerimento de capital para cobertura desses riscos foi lançado em junho de 2008, antes de ser deflagrada a crise financeira global com a quebra do Lehman Brothers em setembro daquele ano. "Não faz sentido mexer nessas regras, ainda que apenas em um trecho dela, quando a taxa de câmbio ganhou volatilidade nos últimos três meses. Se a intenção do BC é produzir algum impacto no preço do dólar, o resultado será ínfimo", diz o economista.

No mercado futuro de juros, o contratado de DI mais negociado, com vencimento em outubro, que agora reflete as apostas para o próximo encontro do Copom no fim de agosto, fechou estável em 8,43%. Com o fato de o Copom repetir o comunicado da reunião de maio, o mercado futuro e a maioria dos economistas reforçaram a aposta em nova alta de 0,50 ponto percentual da taxa Selic na próxima reunião no fim de agosto. Para outubro as apostas se dividem entre 0,50 ponto e 0,25 ponto. 


Repasse da Selic ao crédito já começou

13/6/2013

 
Valor Econômico - 13/06/2013 

Embora os bancos relutem em afirmar publicamente que um aumento na taxa básica de juros resulte em um encarecimento do crédito na ponta, dados históricos mostram que essa é uma consequência um tanto inevitável.

Um estudo feito pela MCM Consultores Associados confirma a forte correlação entre os movimentos da taxa básica de juros e a taxa média cobrada de pessoas físicas nas operações com recursos livres. "Um aumento de 1 ponto percentual na Selic gera incremento de 1,19 ponto percentual na taxa bancária", conclui o trabalho. "Com isso, podemos afirmar que o quadro para o comprometimento de renda não é favorável."

Dados do Banco Central mostram que já houve, pelo menos em parte, um repasse do aumento do custo de funding dos bancos neste ano. A taxa média de juros do crédito com recursos livres, que é suscetível a aumentos da Selic e do juro real, saiu de 25,3% ao ano em dezembro de 2012, o nível mais baixo da série histórica, para 26,2% em janeiro, 26,5% em fevereiro, 26,1% em março e 26,3% em abril. Esses dados mostram que, mesmo antes de o Copom sinalizar o aperto, os ajustes já vinham sendo feitos.

Os incrementos não ocorreram de forma linear, o que evidencia que há fatores além do custo de funding influenciando a formação dos juros ao tomador. Elementos como a inadimplência e as garantias envolvidas em algumas operações também são fundamentais na hora de determinar a taxa final.

"A escalada de alta dos contratos de swap 360 [contratos que permitem a troca de taxa prefixada por pós] no período recente dá uma medida da elevação do custo de funding dos bancos. Grande parte da captação dos bancos está centrada em depósitos a prazo, Letras de Crédito Imobiliárias, Letras de Crédito do Agronegócio e letras financeiras, com indexação ao CDI", diz o economista da LCA Consultores, Wermeson França.

No médio prazo, porém, o aumento da Selic é positivo para os bancos, afirma Eduardo Nishio, analista de instituições financeiras do Brasil Plural. Embora traga impactos negativos em passivos indexados ao CDI, a avaliação é que os bancos tendem a se beneficiar do repasse aos consumidores abrindo folga nos spreads das operações de crédito. Ele também lembra que, historicamente, os bancos brasileiros se mostraram eficientes em obter ganhos de tesouraria em tempos de juros elevados.


Temor com indexação motivou alta da Selic

7/6/2013

 
Valor Econômico - 07/06/2013 

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) mostrou um Banco Central mais preocupado com a capacidade de a inflação se realimentar, tanto por mecanismos de indexação quanto pela deterioração das expectativas dos agentes econômicos, o que também costuma estimular reajustes de preços com base em índices passados. Esses aspectos foram apontados no parágrafo que justifica mais diretamente a decisão de elevar de novo, e em ritmo mais forte, a taxa básica de juros brasileira.

Os mecanismos de reajuste automático de preços e as expectativas, sejam boas ou ruins, são fatores sempre considerados no balanço de riscos inflacionários do BC. Desta vez, no entanto, mereceram um destaque que, principalmente no caso da indexação, não se via há muito tempo nas atas do Copom.

O fato de a inflação estar alta e disseminada também foi explicitado. Mas isso já estava no trecho principal do documento que justificou o início do atual ciclo de aperto monetário, em abril, quando a Selic subiu 0,25 ponto percentual após dez cortes sucessivos e alguns meses de estabilidade.

Num contexto de inflação elevada e dispersa, o maior temor com os riscos relativos à indexação e à piora na percepção dos agentes econômicos levou o comitê a aumentar o juro básico em 0,50 ponto percentual, para 8% ao ano. Os diretores do BC entenderam que o quadro precisava ser revertido com a "devida tempestividade", tendo em vista que a persistência desse processo causaria danos à tomada de decisões sobre consumo e investimentos.

"O Copom considera que o nível elevado de inflação e a dispersão de aumentos de preços - a exemplo dos recentemente observados - contribuem para que a inflação mostre resistência. Nesse contexto, inserem-se também os mecanismos formais e informais de indexação e a piora na percepção dos agentes econômicos sobre a própria dinâmica da inflação", diz o parágrafo 28 da ata. "Tendo em vista os danos que a persistência desse processo causaria à tomada de decisões sobre consumo e investimentos, faz-se necessário que, com a devida tempestividade, o mesmo seja revertido. Para tanto, o Comitê entende ser apropriada a intensificação do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso."

Com o novo aumento da Selic, o BC acredita contribuir para colocar a inflação em declínio e assegurar que continue caindo em 2014. O Copom avalia que, no curto prazo, a inflação medida em 12 meses ainda apresenta tendência de alta, pois o balanço de riscos para o cenário prospectivo se apresenta "desfavorável". O colegiado voltou a defender que, em momentos assim, a política monetária deve se manter "especialmente vigilante" para minimizar riscos de que níveis elevados de inflação persistam no horizonte relevante de tempo.

Pode ter havido um certo exagero na política monetária expansionista, mas o governo parece ter tomado um caminho para consertar isso, disse Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do Banco Central e sócio da Mauá Sekular Investimentos. "A ata foi bem firme, bem dura e deixou bem claro: não tem conversa." Segundo ele, o PIB do primeiro trimestre, com crescimento inferior ao esperado, poderia ter levado o governo a dois caminhos, retomar a política expansionista ou concluir que estava indo pelo caminho errado. "Todos os sinais de lá para cá foram de dar uma consertada no caminho", afirmou, completando que "essa é uma novidade importante". Para ele, as eleições do ano que vem deverão ser um incentivo para evitar o descontrole inflacionário.

De março para abril, a variação acumulada em 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 6,59% para 6,49%. Esse ainda é um patamar alto e está quase no limite superior (6,5%) do intervalo de tolerância da meta estipulada pelo governo, cujo centro é 4,5%.

A ata foi "firmemente "hawkish"" e "muito consistente" com a decisão do colegiado do BC de acelerar o ritmo de alta da Selic para 0,50 ponto percentual, avaliou a equipe de pesquisa econômica do Brasil Plural, da qual faz parte o ex-diretor do BC Mario Mesquita. O banco prevê agora que o aperto monetário será de 1,75 ponto percentual, com um aumento da Selic de 0,50 ponto em julho e mais dois ajustes "menores" em agosto e outubro. O juro básico, dessa forma, terminaria o ciclo de alta em 9% ao ano.

O Itaú considerou ata consistente com o cenário de um ciclo total de alta do juro de 1,50 ponto percentual, "com elevações adicionais de 0,50 ponto em julho e uma última de 0,25 ponto em agosto". Com isso, a Selic fecharia 2013 em 8,75%. Pela leitura do time de economistas do banco, liderado por Ilan Goldfajn, o BC destacou alguns elementos que mantêm o ritmo de consumo doméstico além da capacidade de produção da economia: políticas de estímulo, que devem continuar dando suporte a despesas agregadas; os salários gerando custos mais altos e ameaçando a perspectiva inflacionária, além do impacto dos mecanismos de indexação e a piora nas expectativas para os preços.

A recuperação lenta do ritmo de crescimento da economia brasileira tende a limitar, porém, o ciclo de aperto monetário conduzido pelo BC, segundo avaliação da equipe de análise da Votorantim Corretora, comandada pelo economista Roberto Padovani, que mantém a previsão de que o movimento de alta dos juros seja encerrado com a Selic em 8,75% ao ano.

Já Marcelo Kfouri, do Citi, tomou como base o tom mais duro da ata do Copom e a piora das expectativas para a inflação, para projetar a Selic a 9,25%. Para ele, o ciclo de aperto monetário em curso seguirá por mais três reuniões, com dois aumentos seguidos de 0,50 ponto percentual (em julho e agosto) e uma elevação de 0,25 ponto em outubro. A previsão anterior era de elevação da Selic até 9% este ano.

Ao fazer avaliação sobre a taxa de câmbio, o Copom viu evidências "de maior volatilidade e de tendência de apreciação do dólar" ante outras moedas. A ata lembra que, entre as duas últimas reuniões do comitê, o dólar se valorizou diante da expectativa de antecipação da retirada de estímulos monetários por parte do Federal Reserve e pela redução da taxa básica de juros na zona do euro. Ao mesmo tempo, o documento destaca "evidências de acomodação dos preços das commodities nos mercados internacionais".

A ata do Copom chamou atenção ainda para o fato de a demanda doméstica estar aumentando em ritmo superior ao do PIB. "A absorção interna vem se expandindo a taxas maiores do que as de crescimento do PIB", diz a ata.

A demanda doméstica da economia "tende a se apresentar robusta", entre outros fatores, porque ainda não acabou o efeito das reduções sofridas pela Selic até outubro do ano passado. Mesmo com a nova elevação da taxa, a demanda "será impactada pelos efeitos remanescentes das ações de política implementadas em 2012", afirma o texto.

Para o Copom, a parcela doméstica da demanda agregada "tende a ser beneficiada" pelos efeitos da política fiscal, que tem sido expansionista. A despeito das limitações no campo da oferta, o comitê considera que o ritmo da economia será mais intenso neste e no próximo ano.


Aumentam as apostas em alta mais forte da Selic no Copom de maio

21/5/2013

 
Valor Econômico - 21/05/2013 

Pela terceira sessão seguida na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) cresceram as apostar no aumento de 0,50 ponto percentual para a taxa básica de juros no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana que vem. Esse movimento, iniciado na quinta-feira, após Alexandre Tombini afirmar que "está vigilante e fará o que for necessário, com a devida tempestividade, para colocar a inflação em declínio no segundo semestre", pode se consolidar hoje.

O presidente do BC fala às 15h na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, na Câmara dos Deputados. Segundo operadores, a uma semana do Copom, esse evento pode consolidar as apostas na trajetória de alta firme dos juros.

Ontem, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) de vencimento em julho de 2013 subiu a 7,530% de 7,508% na sexta-feira. Na mesma comparação, o DI de janeiro de 2014 avançou a 8,12% de 8,08%.

Desde que Tombini optou pelas expressões tempestividade e vigilante em detrimento do termo cautela, na quinta-feira, não apenas as taxas subiram na BM&F como aumentou também o volume de contratos de prazos até janeiro de 2014 - que melhor representam as apostas do mercado no atual ciclo de aperto monetário. Essas posições ganharam 930 mil contratos.

Simultaneamente, a taxa real de juros, medida pela diferença entre o contrato de swap de 360 dias e a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 12 meses, atingiu 2,47% sexta-feira, ante 2,35% de segunda-feira passada.

O reposicionamento chegou às áreas de economia dos bancos. Ontem, o Itaú Unibanco revisou a trajetória da taxa Selic, passando agora a contemplar ajuste de 0,5 ponto percentual no próximo Copom, ante 0,25 ponto. de aumento na estimativa anterior. A expectativa do banco para o orçamento total passou de 1 ponto para 1,5 ponto percentual, o que significa Selic de 8,75% no fim do ciclo de aperto monetário. "O impacto da redução de impostos e a queda temporária nos preços dos alimentos, de fato, reduziram a inflação, mas de forma menos acentuada do que o previsto", aponta relatório o banco.

Operadores apontam que ainda há uma parte do mercado que não se mexeu desde a quinta-feira, podendo aderir aos ajustes na BM&F para projetar um ciclo de aperto monetário mais intenso. Essa tese teve respaldo no boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, que mostrou estabilidade nas projeções para o IPCA e para a Selic em 2013, em 5,80% e 8,25% respectivamente.

O dólar teve um dia travado, de fluxos equilibrados, e depois de pequenas altas e baixas, a moeda encerrou a segunda-feira com ganho de 0,10%, a R$ 2,040. Foi o quinto pregão consecutivo de valorização ante o real. Pela primeira vez em semanas, a moeda fechou na contramão do mercado externo. Lá fora, a moeda americana caiu em relação à maioria de seus principais pares, incluindo países exportadores como o Brasil.

"O mercado não mexeu muito, os fluxos ficaram muito equilibrados", disse Diego Donadio, estrategista-chefe do Banco BNP Paribas.

O BC continuou fora do mercado, mesmo com a moeda mais uma vez fechando acima de R$ 2,028, patamar que deflagrou a última intervenção da autarquia no câmbio, em 27 de março.

Um dos fatores que paralisaram o câmbio foi a expectativa do mercado em relação ao discurso do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, amanhã, quando pode sinalizar se a instituição vai ou não antecipar o início do processo de normalização monetária nos Estados Unidos.

"Tanto aqui como lá, o mercado está esperando a ata do Fed e a fala do Bernanke", disse o operador de câmbio de uma corretora em São Paulo. "Depois disso, aí sim o mercado vai se mexer. Até lá, vai ficar mais travado."


'Alta da Selic não garante câmbio valorizado'

26/2/2013

 
Valor Econômico - 26/02/2013 

Não é certo que um eventual aumento da Selic neste ano, talvez até na próxima reunião do Copom, em março, exercerá pressão de queda sobre o dólar, diz Ilan Solot, estrategista de câmbio para mercados emergentes do banco americano Brown Brothers Harriman, com atuação em consultoria de fusões e aquisições e gestão de recursos.

Na opinião Solot, os recentes comentários do presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, sobre câmbio, inflação e juros, na verdade reforçam discursos anteriores e não exatamente sinalizam uma mudança de mão na condução da política monetária.

A seguir, os principais trechos da entrevista.

Valor: Que leitura se pode fazer dos comentários mais recentes do presidente do BC sobre câmbio, inflação e juros?

Ilan Solot: Para mim, as declarações foram mais uma confirmação de que houve, sim, uma mudança na visão da política econômica, que parece agora ir mais na linha das metas do Banco Central, ou seja, controle da inflação, e não exatamente uma sinalização clara de alta da Selic nos próximos meses. Mas entendo a interpretação de alguns players de que pode haver uma alta do juro já na reunião de março. Para mim, ainda está cedo, mas sem dúvida aumentou a chance de uma elevação no próximo mês. Mas acho que seria mais coerente uma mudança no comunicado pós-decisão do Copom, antes de um aumento efetivo do juro, para depois começar a subir a taxa, provavelmente com uma elevação de 0,50 ponto (percentual) de cara.

Valor: Qual o efeito no câmbio de uma alta da Selic neste momento?

Solot: Seria modesto. Houve um divórcio entre fundamentos e taxa de câmbio no Brasil há algum tempo. Teoricamente, um aumento da Selic poderia derrubar o dólar abaixo de R$ 1,95. Mas, na prática, não é mais assim. O pessoal está operando os sinais do BC sobre pisos e tetos. Na minha leitura, pode haver uma concessão da taxa de juros, que pode subir e ir na contramão do que o [ministro da Fazenda, Guido] Mantega aparentemente quer. E essa concessão pode acontecer por causa da inflação. Mas acho que seria um pouco demais subir juro e, junto a isso, deixar o câmbio se apreciar. Seria contrariar demais uma ala do governo, a indústria. Mas há um risco, sim, de o mercado entender a alta do juro como uma sinalização de que pode vir mais apreciação cambial à frente. Tendo a achar que são coisas separadas, porque a questão do crescimento ainda pesa bastante.

Valor: O que esperar para o dólar nos próximos meses?

Solot: A taxa de câmbio vai continuar mais ou menos nesses níveis, entre R$ 1,95 e R$ 2,00, talvez R$ 2,02. Minha impressão é que o governo vai mexer com uma variável de cada vez. Ou seja, se de fato houver um aumento da Selic, eles não devem deixar o real se valorizar muito. Mas se mesmo com a alta do juro as expectativas de inflação não melhorarem, aí talvez a gente tenha de volta um cenário de apreciação cambial.


'Inflação abre espaço para Copom elevar Selic'

19/2/2013

 
Valor Econômico - 19/02/2013 

Os economistas que enxergam como provável uma alta da taxa básica de juros para controlar uma inflação que "mudou de comportamento" ganharam uma companhia quase inesperada. O professor Luiz Gonzaga Belluzzo, da Unicamp e da Facamp, diz que a persistência da inflação abre espaço para que o BC eleve a Selic no primeiro semestre. "Se for o caso, o BC tem sim que usar a taxa de juros para conter a inflação que se generaliza, se espalha ou se difunde."

Segundo Belluzzo, se a autoridade monetária, olhando para o comportamento dos índices de preços, notar que a tendência é de inflação alta ou, pior ainda, de aceleração dos preços, ele tem que agir da forma recomendável: subir o juro. "Mas tem que fazer isso olhando para frente e não para trás. Ele tem que reagir às tendências da inflação". Questionado se a tendência é de aceleração dos preços, o economista diz que observa que, nos últimos meses, a tendência tem sido de maior difusão e de generalização da alta dos preços.

Para Belluzzo, uma alta de 0,5 ponto percentual, de 7,25% para 7,75%, seria suficiente para administrar as expectativas e dizer aos formadores de preços que o BC não está disposto a permitir uma alta generalizada, além da já ocorrida. "Mas não é com golpes [na taxa] que você vai resolver o problema. A alta tem que vir da forma como é feita nos países civilizados e eu estou partindo do princípio de que nos transformamos em um."

Interlocutor frequente do ministro da Fazenda, Guido Mantega, Belluzzo aponta ainda como um dos principais pontos de preocupação, e um ponto que pode definir a atuação do BC, o fortalecimento dos índices de difusão - proporção dos itens que compõem a cesta de consumo que registraram aumentos. Em 12 meses encerrados em janeiro, o IPCA subiu 6,15%, com o índice de difusão atingindo 75,1% no primeiro mês do ano. "Vejo que a inflação mudou de etiologia, de comportamento, e uma perda de controle não deve ser tolerada", diz. "Não sou favorável à inflação", respondeu, em tom de brincadeira, àqueles que o enxergam como tal.


Déficit público nominal recua para 2,47% do PIB no ano passado

31/1/2013

 
Valor Econômico - 31/01/2013 

O superávit primário anual do setor público não financeiro caiu de R$ 128,71 bilhões para R$ 104,95 bilhões de 2011 para 2012, recuando de 3,11% para 2,38% do Produto Interno Bruto (PIB). A enorme dificuldade de cumprir a meta, que precisou ser flexibilizada em quase R$ 35 bilhões, ocorreu, por outro lado, justamente num ano em que caiu a necessidade de economizar receita para compensar o efeito dos juros sobre a dívida pública, despesa que não entra no cômputo do conceito primário de resultado fiscal.

Ainda pesada, a conta de juros baixou de 5,71% para 4,85% do PIB, menor patamar da atual série histórica do Banco Central, retroativa a 2001. Com isso, mesmo com um primário mais fraco, o resultado nominal, que inclui juros, melhorou. O déficit público nominal recuou de 2,61% para 2,47% do PIB.

Com menos juros e a ajuda da desvalorização do real frente ao dólar, a dívida líquida de União, Estados, municípios e parte das empresas estatais (não entram bancos oficiais, nem Petrobras nem Eletrobras) também caiu como proporção do PIB. Encerrou o ano em 35,1% do produto, ante 36,4% no fim de 2011, apesar da elevação do saldo em reais, para R$ 1,55 trilhão. Para 2013, o BC trabalha com hipótese de nova redução, pois projeta dívida líquida de 33,2% do PIB em dezembro.

A desvalorização cambial ajudou a reduzir a razão dívida líquida/ PIB em 2012 por causa do enorme volume de reservas cambiais do Banco Central (cerca de US$ 377,5 bilhões atualmente). O valor equivalente desse ativo em reais sobe quando o dólar encarece, aumentando o abatimento da dívida bruta. Em termos brutos, no entanto, a dívida pública seguiu subindo em 2012, de 54,2% para 58,6% do PIB.

A elevação ocorreu principalmente por causa da maior colocação de títulos públicos de emissão do Tesouro em operações compromissadas do BC para retirar liquidez decorrente da redução de depósitos compulsórios dos bancos (foram liberados mais de R$ 100 bilhões no ano). A parte referente às compromissadas do BC subiu de 8,3% para 11,9% do PIB.

As despesas com juros caíram sobretudo em função da queda de taxas puxada pela redução da Selic, taxa básica, hoje em 7,25% ao ano. A taxa Selic média recuou de 11,6% ao ano para 8,5% ao ano de 2011 para 2012, informou o BC.


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