Quatro brasileiras integram hoje o seleto grupo do Young Global Leaders (YGL). Com perfis diferentes, a cineasta Julia Bacha, a ex-secretária de Comércio Exterior, Tatiana Lacerda Prazeres, a presidente da companhia aérea TAM, Claudia Sender, e a fundadora da rede de salões Beleza Natural, Leila Cristina Velez, têm se destacado internacionalmente em suas áreas. O Fórum Econômico Mundial, conhecido por suas reuniões anuais em Davos, na Suíça, seleciona, por um mandato de seis anos, personalidades com menos de 40 anos, que tenham se destacado na política, negócios, mídia, pesquisa, cultura e artes. Na última semana, 214 jovens líderes vindos de 66 países se reuniram em Tianjin, na China, durante a edição 2014 do YGL. Mais da metade dos integrantes desse ano são mulheres. "A comunidade do YGL reúne os mais proeminentes dirigentes da próxima geração, que obtiveram resultados extraordinários e os ajuda a continuarem a se desenvolver na estrada da liderança", define David Aikman, responsável pela New Champions Community do FEM, da qual o YGL faz parte. Para Tatiana Lacerda Prazeres, única indicada brasileira que vem do setor público, o grupo reúne pessoas com trajetórias e experiências distintas, mas motivadas a dar uma contribuição para o mundo nas áreas em que atuam. "É muito inspirador o contato", avalia. Julia Bacha, cineasta brasileira, diz que o que une perfis tão diferentes é a preocupação social. "São pessoas que têm um comprometimento em trabalhar para que o futuro seja melhor do que o agora", diz. Tatiana não se considera um exemplo para os brasileiros, mas acredita que a nomeação como jovem líder global é um reconhecimento em relação a sua carreira e uma aposta para o futuro. "Olhando para lideranças mundiais, que já passaram pelo grupo e que hoje ocupam posições de destaque, se reconhece que o fórum tem capacidade para identificar pessoas com potencial". Veja o perfil de cada uma delas: Julia Bacha Desde 1998, a carioca de 33 anos, vive em Nova York para onde se mudou para estudar inglês e acabou cursando graduação na Universidade de Columbia. Sua carreira de documentarista começou em 2004, quando escreveu e editou Control Room, um dos documentários políticos de maior bilheteria de todos os tempos nos Estados Unidos. O trabalho teve grande impacto na cobertura da Guerra do Iraque. Julia se dedica atualmente a um novo filme sobre as mulheres palestinas, que lideraram campanhas de desobediência civil no final dos anos 80, durante a primeira Intifada. Ela conta que se envolveu com a questão entre Israel e Palestina por acaso. O interesse veio através da colaboração desenvolvida com a cineasta israelense, Ronit Avni, fundadora e diretora da Just Vision, organização sem fins lucrativos, que pesquisa e desenvolve conteúdo sobre líderes palestinos e israelenses comprometidos com a não-violência, da qual Julia é a diretora criativa. Juntas elas dirigiram Encounter Point, em 2006, em Israel. "Quando cheguei em Jerusalém, vi a importância desse trabalho. Queria realmente mudar a dinâmica, na qual a atenção da comunidade internacional e da mídia está sempre focada nos atores que usam a violência. Enquanto israelenses e palestinos, que adotam a resistência pacífica, a desobediência civil, são em grande parte ignorados", denuncia. "Nosso trabalho é o de contar as histórias e mostrar quem são os indivíduos que acreditamos que no futuro vamos olhar com a mesma admiração que reservamos a Martin Luther King, Nelson Mandela e Mahatma Gandhi. Esses indivíduos existem!" Tatiana Lacerda Prazeres Tatiana, que até o ano passado integrava o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, fez história na pasta já que pela primeira vez um funcionário de carreira chegou ao cargo de vice-ministra.Atualmente, ela é assessora do diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra. Com passagem pelo mundo acadêmico, Tatiana é doutora em Relações Internacionais pela Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos, e autora de dois livros sobre questões comerciais. Ela coordenou a área internacional da Apex-Brasil e passou pela consultoria de Relações Internacionais da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.Além de suas obrigações profissionais, ela ajuda jovens pesquisadores que trabalham com temas relacionados a OMC. "Faço uma orientação informal de pessoas estudando comércio internacional. Achei que esta era a melhor forma de contribuir aproveitando o que eu tenho de melhor". Claudia Sender Duas outras jovens líderes foram indicadas por suas atuações no mundo dos negócios. Claudia Sender é a primeira mulher à frente de uma companhia aérea brasileira. Com 39 anos, ela comanda os cerca de 30 mil funcionários da TAM e define a estratégia da empresa, que tem faturamento de quase US$ 13 bilhões.Formada em Engenharia Química pela Universidade de São Paulo, Claudia mudou de área e fez carreira no mundo corporativo atuando em marketing e planejamento na Whirlpool e na Bain & Company. Ela se especializou na Harvard Business School e apenas em dezembro de 2011 entrou para a maior empresa de aviação do país, como vice-presidente Comercial e de Marketing. Após a fusão com a chilena LAN Airlines assumiu a Unidade de Negócios Doméstica Brasil. Leila Cristina Velez Em 1993, Leila Cristina Velez criou aos 19 anos um dos primeiros salões de beleza especializado em cabelos crespos, no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Hoje, a Beleza Natural é uma rede de cabeleireiros com quase 20 unidades, 2 mil funcionários e mais de 100 mil clientes por mês. A empresa criou ainda nos anos 90 uma linha de produtos para o negligenciado mercado de cabelos afro no Brasil. O sucesso é atribuído pela companhia ao ganho de "autoestima" em milhares de pessoas, por valorizar os fios naturais e ir contra a corrente das técnicas de alisamento praticadas por salões convencionais.No último ano, a cadeia de institutos de beleza presente em cinco estados brasileiros, recebeu um incentivo de US$ 32 milhões da GP Investments, para financiar sua expansão para todo o país.Nascida em uma favela carioca e ex-funcionária do McDonald’s, Leila é formada em Administração de Empresas e fez cursos de Empreendedorismo e Competitividade na América Latina na Columbia Business School e em Harvard. Fonte: G1 Economia A Nota Vitória está na sua segunda semana e já provocou o aumento de 120% no número de notas fiscais emitidas nos estabelecimentos do município.
Em 11 dias de funcionamento do programa, foram emitidas 120 mil notas com CPF dos clientes (dados do último dia 12), contra 54,6 mil notas nos 11 primeiros dias de agosto. Desde 1º de setembro, 5,5 mil pessoas cadastraram seus CPF´s no Portal Nota Vitória. Antes mesmo de o benefício entrar em vigor, com o início da campanha de divulgação, 919 documentos foram cadastrados no sistema. O secretário municipal de Fazenda, Alberto Borges, reforçou a importância de o contribuinte retirar a nota. "Nós temos, atualmente, mais de 350 estabelecimentos cadastrados no nosso sistema, e nossa intenção é mudar a cultura do contribuinte ao realizar um serviço para que ele tenha consciência dos seus direitos e saiba verdadeiramente o quanto de imposto é pago", afirmou. Devolução Para o cidadão ter de volta parte do imposto, é simples: basta retirar a Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) e informar o CPF para ter direito ao crédito de 30% do Imposto Sobre Serviços (ISS) pago. O crédito pode ser utilizado de duas formas: no abatimento do valor do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) ou na devolução da quantia por meio de depósito em conta corrente. A pessoa física não precisa morar em Vitória para ter direito ao crédito. O crédito tem validade de 18 meses, contados a partir do momento em que está disponível. O prestador de serviço tem até 10 dias para enviar a nota do serviço realizado. A servidora da Ouvidoria da Prefeitura de Vitória Ana Paula Aguiar avaliou a iniciativa da Nota Vitória como positiva. "O programa diminui a sonegação de impostos e estimula o comerciante a se regularizar. O cidadão começa a se conscientizar. Temos recebido ligações elogiando o serviço prestado". CPF O CPF de quem vai receber o crédito deve ser o mesmo da conta bancária. O valor a ser creditado deve ser igual ou superior a R$ 25. Os consumidores podem adquirir a Nota Vitória nos seguintes prestadores de serviços: creches, oficinas mecânicas, hospitais, clínicas de estética, cursos de idioma, hotéis, lavanderias, clínicas veterinárias (pet shop), serviços de manutenção de computadores, organização de festas, serviços de decoração, empresas de vigilância, construção civil, dedetização, contabilidade, acupuntura, exames de análises clínicas, academias, aulas de música e autoescola. Fonte: Folha Vitória O setor de serviços manteve o ritmo de desaceleração e registrou em julho crescimento na receita de apenas 4,6% frente ao mesmo mês do ano anterior, informou nesta terça-feira o IBGE. Foi a menor alta desde o início da série histórica, em 2012. Em junho, a receita do setor de serviços havia crescido 5,8% e, em maio, 6,6%. No ano, o segmento avança 7% e, em 12 meses, 7,6%, também as menores taxas na série. O segmento responde por cerca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país) brasileiro.
A principal contribuição no resultado de julho, segundo o IBGE, veio dos serviços de informação e comunicação, que saíram de alta de 5,7% em junho para avanço de apenas 2,1% em julho. O segundo maior impacto foi registrado pelo setor de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, que apresentou variação de 4,6% em julho, enquanto em junho foi de 4,7% e em maio de 7,5%. O segmento tem peso de 30,7% na composição do indicador. O crescimento dos serviços que são prestados às famílias despencou de 11,1% em junho para 5,4% em julho. Serviços profissionais, administrativos e complementares mantiveram quase inalterado o desempenho "de 7,3% para 7%. Já o segmento de “outros serviços”, que inclui, por exemplo, atividades imobiliárias e consertos, teve forte alta: em junho, havia crescido apenas 1,1%, enquanto em julho avançou 8,3%. Esse segmento, no entanto, que costuma oscilar muito devido à composição muito diversificada, tem peso bem menor no índice (6,6%). Queda reflete desaceleração em outros setores Segundo Juliana Vasconcellos, gerente de análise do IBGE, a desaceleração do setor em julho é resultado direto da atividade econômica mais fraca, uma vez que os serviços dependem de outros segmentos para faturar. A diferença deste mês é que até os setores relacionados ao consumo das famílias passaram a cair, refletindo a queda que já vem sendo apontada no varejo. "A gente está vendo que a conjuntura econômica não está favorável. Se os setores não estão aquecidos, os serviços também tendem a desaquecer", explica Juliana. A pesquisadora explica ainda que o IBGE não tem um cálculo oficial para definir o crescimento real (descontando a inflação). No entanto, considerando a inflação do setor registrada no último relatório sobre o Produto Interno Bruto (PIB), no patamar de 8,3%, é possível dizer que o setor teve retração de 3,7%. O número, no entanto, não faz parte dos cálculos oficiais do instituto. Contração em oito estados O fraco resultado de julho também foi puxado pelo desempenho negativo em oito dos 26 estados (mais o Distrito Federal), contração mais disseminada que a do mês anterior, quando foram registradas taxas negativas em seis estados. O Distrito Federal se manteve no topo do ranking das maiores altas, com crescimento de 20,1%. Já o Espírito Santo registrou a queda mais intensa, de 6,4%. Fonte: Jornal O Globo O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) ganhou força na segunda prévia de setembro com alta de 0,39% ante 0,21%, na apuração passada. Foram constatadas elevações de preços em todos os oito grupos pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
De acordo com nota técnica da FGV, a principal pressão inflacionária partiu do grupo transportes que subiu de 0,03% para 0,28% puxado pela variação de preços da gasolina (de -0,31% para 0,46%). O orçamento das famílias ficou mais comprometido nesse período também por causada do avanço de 0,43% ante 0,29% no grupo alimentação. Entre os itens destaque para as carnes bovinas (de 1,08% para 1,91%). Em educação, leitura e recreação, o índice passou de 0,22% para 0,64% com maior elevação registrada nos ingressos para show musical (de 0,36% para 2,35%). No grupo habitação houve aumento de 0,46% ante 0,35% e o que mais pesou foi a tarifa de eletricidade residencial (de 0,23% para 0,99%). Em comunicação, a taxa saiu de queda de 0,45% para alta de 0,09% sob a pressão do reajuste dos pacotes de telefonia fixa e internet (de 1,23% para 3,06%). No grupo vestuário houve redução na intensidade de queda (de -0,21% para -0,01%); em despesas diversas, alta de 0,20% ante 0,16% com a principal elevação constatada no item ração para animais domésticos (de -0,60% para 0,03%). No grupo saúde e cuidados pessoais (de 0,51% para 0,53%) o que motivou a alta foi a elevação na cobrança pelos serviços médicos (de 0,74% para 0,90%). Os principais itens em alta foram: refeições em bares e restaurantes (0,32%); pacotes de telefonia fixa e internet (3,06%); aluguel residencial (0,64%); plano e seguro de saúde (0,73%) e refeições em bares e restaurantes (0,99%). Fonte: Jornal do Brasil Os ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais dos países do G-20 (grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia) se reunirão na próxima semana para discutir medidas que estimulem o crescimento global. Segundo técnicos do governo brasileiro, a ideia é que, juntas, essas ações adicionem 2 pontos percentuais ao Produto Interno Bruto (PIB) mundial nos próximos cinco anos. A reunião será realizada em Cairns, na Austrália, de 20 a 21 de setembro.
Segundo os técnicos da equipe econômica, cada país vai apresentar que medidas está adotando para ajudar a estimular a economia mundial. No caso do Brasil, os representantes do governo vão citar o programa de concessões na área de infraestrutura, o Pronatec, programa voltado para o aumento da qualificação da mão de obra no país, e incentivos para micro e pequenas empresas, como a reformação do Simples Nacional. O cálculo de quanto cada ação vai impactar o PIB mundial está sendo feito pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), pela Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômica (OCDE) e pelo Banco Mundial. Pelos cálculos do FMI, a economia global terá um crescimento de 3,4% em 2014 e de 4% em 2015. Outro tema que deverá ser tratado no encontro será a situação da Argentina, que foi obrigada pela Justiça dos Estados Unidos a pagar imediatamente os credores que possuem bônus de sua dívida e que não aceitaram a proposta de reestruturação do país, conhecidos como fundos abutres. O governo argentino queria honrar primeiro o compromisso com os credores que aceitaram a reestruturação e que são maioria entre os detentores de bônus. Segundo os técnicos do governo, o Brasil vai falar em favor da Argentina e lembrar que a decisão da Justiça americana pode acabar tendo impacto negativo sobre futuras reestruturações de dívidas de outros países: "O enfoque do Brasil será sobre o impacto sistêmico que os julgamentos que as cortes americanas têm sobre os contratos. Elas entendem que, se o país pagar a (dívida) renegociada, tem que pagar também a não renegociada. Mas quando um país quiser fazer isso (reestruturar sua dívida) no futuro, qual a disposição que os credores vão ter em renegociar se for vantajoso ficar com os títulos e não renegociar?", explicou o técnico. Outro tema que também será tratado na reunião do G-20 é a cooperação na área tributária. Os países do grupo assumiram um compromisso de fazer uma troca automática de informações para combater a sonegação fiscal e a lavagem de dinheiro. O problema é que cada lugar tem uma legislação específica que precisa ser adaptada para que isso seja colocado em prática. Assim, cada integrante do G-20 vai dizer quando terá condições de fazer a troca automática de informações. No caso do Brasil, a ideia é que tudo esteja pronto até 2018. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, não vão à reunião. Eles serão representados pelo secretário de Assuntos Internacionais da Fazenda, Carlos Cozendey, e pelo diretor de Assuntos Internacionais do BC, Luiz Awazu. Fonte: Jornal O Globo A visão positiva da economia brasileira despencou entre 2013 e 2014, de acordo com uma pesquisa feita pelo Pew Research Center.
O instituto entrevistou mais de 48 mil pessoas em 44 países entre março e junho. No Brasil, foram mil pesquisados durante o mês de abril. O Brasil está junto com Venezuela, Malásia, Argentina, Quênia e Gana no seleto time de 6 países onde a visão positiva da economia despencou dois dígitos de um ano para o outro. Em 2013, 59% dos brasileiros achavam que a economia ia bem; em 2014, são 32% - uma queda de 27 pontos percentuais e já abaixo da média dos emergentes, que segue em 39%. O processo contrário ocorreu em países como Israel, Paquistão, Uganda e, curiosamente, a Rússia. No Reino Unido, por exemplo, a visão positiva da economia saltou de 15% para 43% de um ano para o outro. Pessimistas e otimistas Em números absolutos, no topo da lista dos pessimistas estão 97% dos gregos, 96% dos italianos e 93% dos espanhóis e ucranianos que consideram ruins as condições econômicas do seu país. O mau humor destas populações é maior do que o registrado em lugares com situação ainda mais dura como os territórios da Palestina (77% de visão negativa) e Egito (76% negativos). Na outra ponta estão os 89% de chineses, 87% de vietnamitas e 85% de alemães que veem sua situação atual como positiva. Maiores preocupações Em 6 das 10 economias avançadas, a falta de emprego é considerada o principal desafio econômico. Já em 18 entre 25 emergentes, a alta dos preços é a maior preocupação. No Brasil, 85% consideram a inflação "um grande problema", bem acima da taxa dos que se preocupam com falta de emprego (72%), o fosso entre pobres e ricos (68%) e a dívida pública (56%). Futuro Em relação aos próximos 12 meses e na mediana dos 44 países, 46% acham que a economia vai melhorar, 20% que ela vai continuar igual e 20% que ela vai piorar. No Brasil, 63% esperam melhora, 22% veem a situação igual e 15% esperam piora. Os americanos estão divididos de forma quase exata entre as três posições. Os mais esperançosos com esse futuro próximo são os chineses (80%) e peruanos (77%) - de forma geral, a América Latina e a África esperam melhora, um otimismo compartilhado com apenas um em cada 4 europeus. Fonte: Revista Exame O mercado financeiro revisou para baixo sua previsão de crescimento da economia brasileira neste ano e em 2015, informou nesta segunda-feira (15) o Banco Central, que realizou pesquisa com os economistas dos bancos na semana passada. O levantamento deu origem ao relatório de mercado, também conhecido como Focus.
A previsão dos analistas para o crescimento da economia brasileira neste ano recuou de 0,48% para 0,33%. Foi a 16ª queda seguida deste indicador. Para 2015, a previsão do mercado para a expansão do PIB caiu de 1,10% para 1,04%. O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento da economia. No fim do mês passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a economia brasileira teve retração de 0,6% no segundo trimestre deste ano e que estaria em "recessão técnica", que se caracteriza por dois trimestres seguidos de PIB negativo. Inflação e juros A expectativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do pais, permaneceu estável em 6,29% para este ano. Para 2015, a previsão ficou inalterada também em 6,29%. Pelo sistema que vigora atualmente no Brasil, a meta central tanto para 2014 quanto para 2015 é de 4,5%, mas com intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. No início deste mês, o IBGE informou que o IPCA acelerou para 0,25% em agosto. Em julho, ela havia ficado em 0,01%, a menor taxa desde 2010. No acumulado de 12 meses até agosto, houve alta de 6,51%. O resultado é pouco acima do teto da meta da inflação, que é de 6,5%. Mas, para o Banco Central, ela só é descumprida com base no acumulado em 12 meses até dezembro de cada ano. Para a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, que foi mantida estável pelo Banco Central em 11% ao ano no começo deste mês, a expectativa dos analistas dos bancos é de que ela permaneça neste patamar até o fechamento de 2014. Para o fim de 2015, a previsão dos analistas para o juro básico recuou de 11,63% para 11,50% ao ano. Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2014 recuou de R$ 2,33 para R$ 2,30 por dólar. Para o término de 2015, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio caiu de R$ 2,49 para R$ 2,45 por dólar. A projeção para o superávit da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2014 caiu de US$ 2,41 bilhões para US$ 2,40 bilhões na semana passada. Para 2015, a previsão de superávit comercial avançou de US$ 8,5 bilhões para US$ 9 bilhões. Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu em US$ 60 bilhões. Para 2015, a estimativa dos analistas para o aporte subiu de US$ 56 bilhões para US$ 57,7 bilhões. Fonte: G1 Economia O governo calculou em cerca de R$ 23 bilhões o custo do subsídio concedido pelo Tesouro Nacional nos empréstimos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 2014, segundo apurou o ‘Broadcast’, serviço em tempo real da ‘Agência Estado’. O valor é mais do que o dobro do subsídio de R$ 10,6 bilhões verificado no ano passado.
O custo elevado desses subsídios aumenta a dívida pública brasileira e tem sido alvo dos críticos da política econômica do governo Dilma Rousseff de garantir recursos ao banco de desenvolvimento para financiar os empréstimos às empresas com taxas mais baratas. Essa política também vem sendo contestada pelas agências internacionais de classificação de risco. Os empréstimos ao BNDES contêm um subsídio chamado de "implícito", representado pela diferença entre o custo de captação do Tesouro ao se financiar, vendendo seus títulos ao mercado, e a remuneração que recebe do BNDES pelo aporte dos recursos. Os empréstimos foram repassados ao banco por meio de títulos públicos. A estimativa inicial era de que o subsídio ficaria em torno de R$ 15,6 bilhões em 2014. A projeção aumentou por causa do impacto da alta da taxa Selic. A elevação dos juros básicos para 11% tem impacto no subsídio porque fica mais caro para o Tesouro se financiar no mercado. O BNDES pagará os empréstimos feitos pelo Tesouro com correção pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), hoje na casa dos 5% ao ano. Procurado, o Tesouro não comentou o assunto. Oposição De acordo com uma fonte do Ministério da Fazenda, que falou sob a condição de anonimato, o valor do subsídio será encaminhado nos próximos dias ao Congresso Nacional como informação complementar à proposta de Orçamento de 2015 elaborada pelo Executivo. Há uma preocupação na área econômica de que o custo mais alto do que o previsto inicialmente possa ser usado na campanha eleitoral pelos candidatos de oposição à presidente Dilma Rousseff. O primeiro grande empréstimo do Tesouro ao BNDES, de R$ 100 bilhões, foi concedido em 2009, como resposta à crise financeira internacional que abateu a economia brasileira. O objetivo do empréstimo era alavancar os investimentos e o crescimento da economia. De lá para cá, o governo já repassou R$ 400 bilhões de empréstimos ao banco. O último empréstimo, no valor de R$ 30 bilhões, foi repassado em junho deste ano. O reforço no caixa do banco, que não causa impacto diretamente sobre o superávit primário das contas públicas, acabou sendo usado, nos últimos anos, em triangulações financeiras feitas pelo Tesouro para reforçar as receitas do governo e garantir o cumprimento da meta fiscal. Por causa da reação negativa do mercado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, prometeu no ano passado reduzir os aportes ao BNDES. Fonte: Revista Exame Viajar de avião tem mexido com o bolso do capixaba. A inflação atacou a carteira dos passageiros que pegam voos a partir do Espírito Santo. Em setembro, comparado a agosto, as passagens aéreas ficaram 2,5% mais caras para quem sai do aeroporto de Vitória.
Para quem viaja de qualquer lugar para a capital capixaba, o aumento foi de 15,7%. O destino campeão de aumento foi o Rio de Janeiro. As passagens de Vitória para o Rio estão 51% mais caras esse mês. E do Rio para o Espírito Santo o aumento foi de 106%, comparado com agosto. A pesquisa é de uma faculdade de Vitória. Os pais do estudante Bruno Paranaguá moram no Rio de Janeiro e ele vai com frequência pra lá. Para escapar dos preços altos, virou um caça promoções pela internet. “Às vezes tem promoções em fins de semana e madrugadas, que começam na noite de sexta-feira e terminam na segunda pela manhã. Mas é bem de vez em quando, tem que ficar muito atento”, informou o universitário. A pesquisa também indicou que os destinos mais procurados a partir de Vitória são Rio de Janeiro e Belo Horizonte, em função do turismo corporativo, as conhecidas viagens de negócios. Segundo os pesquisadores, esse aumento tem algumas causas. Uma delas, o fator Copa do Mundo que fez com que as viagens de negócios fossem adiadas para depois do evento. Outro fator são as obras nos aeroportos do Rio de Janeiro que contribuíram para a redução de voos para lá. De acordo com a doutora em economia, Arilda Teixeira, essa subida nos preços é sazonal, ou seja, temporário por causa do aumento na procura. A prova disso é que se compararmos os preços de agora com setembro do ano passado, houve queda de 15% no preços das passagens. “As passagens aéreas de Vitória com destino outros lugares e outros aeroportos para Vitória, em média caíram 15%”. Outro fator que tem contribuído para o aumento das passagens aéreas é a redução da concorrência. A Azul deixou de operar voos diretos entre as capitais do Rio de Janeiro e Espírito Santo em junho. A TAM reduziu a oferta e no início de outubro deixará de realizar o trajeto, deixando apenas a Gol com exclusividade em voos diretos. Fonte: Folha Vitória Estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e que será apresentado daqui alguns dias na 14ª Conferência Internacional da Latin American Real Estate Society (Lares), no Rio, sugere que o país precisa investir R$ 1,09 trilhão até 2030 para melhorar sua infraestrutura de transportes de forma que diminuísse a distância em relação à de países com "grande competitividade econômica" e de dimensões continentais, como a China. A pesquisa da USP corrobora a da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que finalizou há cerca de 15 dias o Plano CNT de Transporte e Logística 2014. A confederação chegou, por vias diferentes, a um valor muito próximo, de investimento de R$ 987 bilhões, elencando 2.045 projetos.
Os dois estudos mostram que o atraso na infraestrutura brasileira já deixou de ser contado em bilhões de reais e ganhou um novo dígito. O R$ 1,09 trilhão da pesquisa "Infraestrutura de transportes no Brasil: aspectos que sugerem a necessidade de investimento privado no país", da USP, refere-se a R$ 607 bilhões que deveriam ser investidos em rodovias; R$ 364 bilhões em ferrovias; R$ 85 bilhões em portos e R$ 33 bilhões em infraestrutura aeroportuária. O valor estimado não representa o ideal de investimento, mas, segundo Flávio Abdalla Lage, um dos autores da pesquisa, aquilo que seria "factível", dado o histórico nas últimas décadas. "Não adianta falar em 700 mil km de rodovias em 16 anos, porque não será feito. O Brasil levou 86 anos para construir quase 220 mil km de rodovias", diz ele, que estimou 40,7 mil km de novas rodovias até 2030. A CNT também deu peso maior às ferrovias e rodovias. Ela dividiu a necessidade de investimentos, sem estimar prazo para a execução, da seguinte forma: R$ 448,8 bilhões em ferrovias, R$ 361,7 bilhões para rodovias, R$ 24,9 bilhões em aeroportos, R$ 61 bilhões em navegação interior (hidrovia); infraestrutura portuária no valor de também R$ 61 bilhões, além de R$ 29,7 bilhões para terminais multimodais. O estudo da USP foi coordenado pelo professor Claudio Tavares de Alencar, do núcleo de Real Estate da Escola Politécnica. Além do mestrando Lage, ele tem coautoria do professor João da Rocha Lima Júnior, do mesmo núcleo. Entre os países usados para comparação em diversos indicadores do estudo da USP, como malha ferroviária total, contêineres por viagens e malha viária total, estiveram, por exemplo, Austrália, Canadá, China e Estados Unidos. "São economias vultosas e onde a gente quer chegar. Não adiantaria olhar para países muito pequenos", explica Lage sobre as comparações. Segundo ele, o estudo privilegiou, quando possível, países de grande dimensão territorial para comparar com o Brasil. No estudo da CNT, estão não só projetos de rodovias, portos, aeroportos, hidrovias, ferrovias e terminais, mas também projetos urbanos voltados ao transporte público. Os investimentos prioritários da CNT estão organizados por regiões do país, como Eixo Nordeste-Sul, Eixo Litorâneo, Eixo Norte-Sul, Eixo amazônico, entre outros. Não foram feitas comparações do Brasil com outros países, mas o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, diz que, se forem realizados os investimentos propostos, eles representariam um "grande salto quantitativo e qualitativo", levando o Brasil a uma posição mais próxima das nações desenvolvidas. A CNT propõe quase 24 mil km de novas ferrovias, o que dobraria a malha ferroviária existente. Na parte rodoviária identifica a necessidade de mais 14 mil km de duplicação. Ambas as pesquisas convergem na defesa de que para haver avanços é necessária uma maior participação do setor privado nos investimentos diante das limitações dos recursos públicos. Segundo Lage, a capacidade de investimentos públicos em infraestrutura é de R$ 815 bilhões frente a uma necessidade mínima de R$ 1,09 trilhão. "O governo sozinho dificilmente vai conseguir dar uma virada para agilizar a execução de projetos. A participação da iniciativa privada é cada vez mais necessária, por isso é preciso desamarrar entraves burocráticos", concorda Batista, da CNT. Ele citou que mesmos os leilões de concessões de rodovias tendo saído do papel, isso é ainda muito "aquém do que o país precisa". Lage entende que o Brasil necessita superar três grandes problemas. O primeiro deles é a dependência do transporte rodoviário, o meio mais caro se comparado aos outros. O segundo é o fato que o governo não consegue investir em infraestrutura de transportes na mesma velocidade que a economia necessita. E como um terceiro aspecto ele diz que é preciso desenvolver um mercado de capitais maduro para fornecer financiamento ao setor, para que ele não fique dependente do funding do BNDES, que é limitado. Alencar, que coordenou a pesquisa da USP, lembra que o país precisa de investimento em infraestrutura para poder crescer. "Se a gente imaginar que o carro-chefe da economia brasileira hoje são as commodities e outros produtos agrícolas, se não há uma infraestrutura eficiente para escoar e exportar isso - e tudo depende de transportes -, o país fica limitado na sua capacidade de crescer", diz. "É algo circular. Para crescer, você precisa de infraestrutura e a infraestrutura, por sua vez, te ajuda a crescer. Os países mais desenvolvidos têm um estoque de infraestrutura muito grande, mas para continuarem a crescer, e eles crescem a partir de ganhos de produtividade, eles têm que melhorar permanentemente a infraestrutura", disse Alencar. Para ele, o problema do Brasil é diferente. Além de estoque baixo, o estoque existente não tem muita qualidade. Cálculos da consultoria Inter.B mostram que os investimentos em transportes neste ano devem somar R$ 61,8 bilhões, uma alta de 22,35% em relação aos R$ 50,51 bilhões de 2013. A CNT prefere analisar apenas aquilo efetivamente pago pelo governo federal, e chega a um valor de apenas R$ 13,7 bilhões investidos em transportes em 2013. "Apesar de ter sido feita uma série de anúncios, grande parte dos investimentos não se concretizou", diz Batista. Claudio Frischtak, presidente da Inter.B, destaca diferenças dentro do próprio setor de transportes no último ano. "Se você olha para o setor de transportes tem um bloco que andou melhor, outro que andou pior e um que nem andou", constata. Ele explica que o bloco que andou melhor é o composto por rodovias e aeroportos. O bloco de portos e ferrovias andou pior e o de hidrovias não andou, continuando a ser o "patinho feio". Rodovias, explica o consultor, teve avanços a partir de setembro de 2013 porque houve, na sua opinião, um "convencimento do setor privado a investir", com flexibilização das regras das concessões. Na avaliação de Frischtak, hidrovias é o setor mais deficiente e é justamente o que deveria ser uma prioridade para o país transportar cargas, por custos mais baixos. "Nós [o Estado brasileiro] subsidiamos o uso de automóveis e de caminhões a partir de combustíveis, e o combustível para cabotagem não é subsidiado. Esse é um viés contra a cabotagem", destacou sobre o descaso histórico com esse setor. "Enquanto a questão da infraestrutura não for equalizada, o país vai sempre esbarrar em ciclos curtos de crescimento", acredita Batista, da CNT. Fonte: Valor Econômico |
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May 2016
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