O alívio nos mercados externos influenciou ontem os negócios com ações, taxas de juros e dólares no Brasil. Depois que um integrante do Banco do Povo da China (PBoC, o banco central chinês) garantiu que a instituição pode atuar para garantir liquidez aos bancos do país, se for necessário, e após a divulgação de dados positivos nos Estados Unidos, os índices de ações foram impulsionados em todo o mundo. A Bovespa fechou em alta de 2,02%, aos 46.893,04 pontos, ajudada pelo desempenho dos papéis de Vale, siderúrgicas e OGX. A ação ON da mineradora subiu 1,77%, enquanto a PNA teve ganho de 2,27%. Usiminas PNA disparou 10,46% e Usiminas ON avançou 8,76%. OGX ON teve valorização de 6,41%. Em Nova York, o Dow Jones subiu 0,69%, o S8tP 500 teve alta de 0,95% e o Nasdaq avançou 0,82%.
O ambiente positivo no exterior e a queda do dólar no Brasil já garantiam um viés de baixa para as taxas dos contratos futuros de juros na manhã de ontem. À tarde, quando o superávit primário do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central) foi divulgado, indicando recorde para meses de maio, o movimento de baixa das taxas foi aprofundado. No fim da sessão, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em janeiro de 2014 estava em 8,95%, ante os 9,00% da segunda-feira. Já a taxa do vencimento para janeiro de 2017 ficou em 10,92%, ante 11,06% da véspera. Com o movimento de ontem, a curva de juros já revela apostas menores em um aperto monetário de 0,75 ponto porcentual 110 próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom).
No câmbio, pela terceira sessão consecutiva, o dólar fechou em baixa ante o real, em um movimento influenciado pelo exterior. Os indicadores positivos divulgados nos EUA e as declarações de uma autoridade do banco central chinês trouxeram alívio aos investidores, o que favoreceu as bolsas de ações e as moedas de países com elevada correlação com commodities, como o Brasil. Um leilão de swap cambial (equivalente à venda da moeda americana no mercado futuro), promovido durante a manhã pelo Banco Central brasileiro, completou o cenário. Com isso, o dólar à vista recuou 0,63% ante o real no balcão, para R$ 2,2100, na menor cotação do dia. Este é o menor patamar de fechamento da moeda desde o último dia 18. Profissionais do mercado, porém, afirmaram que a tendência para o dólar continua sendo de alta, em meio à expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) reduza seu programa de compra de bônus. Ontem, após o fechamento dos mercados, o Banco Central anunciou o fim do recolhimento compulsório sobre posições vendidas em câmbio no mercado à vista.