Bovespa fica no topo da lista com alta de 3,67% em outubro; ação da empresa de Eike deixou o índice da bolsa ontem
Nem a queda vertiginosa das ações da OGX tirou o brilho da bolsa em outubro. O índice Bovespa fechou o mês liderando o ranking de investimentos com alta de 3,67% e a boa notícia é que, a partir de novembro, os papéis da petroleira de Eike Batista, que roubaram os ganhos da bolsa neste ano, deixarão de influenciar o índice.
Para se ter uma ideia de como a OGX afetou a Bovespa, o índice caiu 11% neste ano. Sem a empresa, teria caído 1%. "Há dois meses, quando o índice mudou, pedimos à bolsa para retirar o papel", diz o diretor de renda variável da Bradesco Asset Management (Bram), Herculano Alves. "Se tivesse saído antes, muitos fundos não teriam sido afetados neste período."
Apesar de o grupo técnico da bolsa ter aconselhado a retirada, o conselho decidiu manter o papel, que agora sai do índice por causa do pedido de recuperação judicial protocolado na Justiça do Rio nesta semana.
"O papel tinha muito peso e estava sendo influenciado pelo fluxo de más notícias em relação à própria companhia", diz Frederico Sampaio, da administradora de recursos Franklin Templeton. "Agora, a bolsa vai refletir mais os fundamentos."
Boas notícias. A alta da bolsa em outubro foi influenciada por boas notícias que influenciaram vários papéis. Uma das principais foi o anúncio da Pe-trobrás de que pretende adotar uma fórmula de reajuste automático dos combustíveis. "Os investidores entenderam que a empresa deixará de ser influenciada pela política monetária ou tentativa de controle da inflação do governo", diz Sampaio.
Além disso, os papéis dos bancos foram destaque pelos bons resultados financeiros divulgados, principalmente pelo Itaú Unibanco, no mês que passou. Mas também o Banco do Brasil foi destaque com a expectativa dos investidores de que o banco abra o capital de seu negócio de cartões nos moldes do que fez com a BB Seguridade, e que proporcionou resultado excepcional no balanço do banco.
Pelo lado negativo, Alves lembra que as construtoras tiveram resultados reportados abaixo da expectativa, o que acabou influenciando esses papéis.
Outro bom investimento do mês de outubro foi o ouro, que subiu 1,06% mas ainda é considerado uma opção conservadora para diversificar investimentos, da mesma forma que os fundos cambiais. Algumas gestoras de recursos acreditam que o dólar vá subir neste mês de novembro. Até o dia 30, a moeda americana tinha uma leve queda em relação ao real, mas o movimento se inverteu e acabou fazendo com que o mês fechasse com o dólar em alta de 0,68%, cotado a R$ 2,23. Um dos motivos foi o fato de o Banco Central ter confirmado ontem que não vai rolar um terço dos contratos de swap (usados para vender dólar no mercado) que vencem hoje.
O consultor de investimentos Fábio Colombo lembra que o mês foi marcado ainda pela decisão do Comitê de Política Monetária de aumentar os juros básicos da economia para 9,5% ao ano. Os fundos atrelados ao Dl tiveram rendimento médio de 0,64%. De acordo com Colombo, esses fundos têm seu rendimento real bruto inferior à taxa Selic em torno de um a dois pontos, a depender da taxa de administração.
Para novembro, a expectativa é que os mercados sejam influenciados sobre o continuado debate em torno da rétirada dos estímulos americanos à sua economia e ainda sobre os dados de PIB e da indústria.