BC fez leilão de US$ 497 milhões, e moeda americana sobe 0,31%
-são paulo- No primeiro pregão após a decisão do Federal Reserve (o banco central americano) de manter os estímulos à economia, os mercados tiveram ontem um dia de ajustes. O dólar devolveu parte da desvalorização de quase 3% de quarta-feira, e na Bovespa os investidores aproveitaram para embolsar lucros, levando a recuo de 1%. A moeda americana fechou a R$ 2,201, alta de 0,31%. No mês, o dólar se desvaloriza mais de 8%, mas no ano ainda está em alta de 7,3% frente ao real.
— Agora, a moeda deve procurar um ponto de equilíbrio e flutuar entre R$ 2,20 e R$ 2,25. Quarta-feira, além do efeito Fed, entradas pontuais de recursos no país, tanto para renda fixa quanto na Bolsa, ajudaram na baixa da divisa — diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso.
Apesar de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter dito depois da decisão do Fed que o Banco Central poderá diminuir as intervenções, ontem o BC ; voltou a oferecer dólares no mercado futuro e vendeu US$ 497,2 milhões.
— O programa de atuação do BC foi estabelecido até dezembro. Mudar agora, ou pelo menos sinalizar mudança como fez o ministro, pode trazer estresse ao mercado — frisou um operador.
BOLSAS SOBEM LÃ FORA
O BC faz leilões diários de até US$ 500 milhões em contratos de swap cambial tradicional, operação que eqüivale a vender dólares no mercado futuro. Às sextas, o BC faz leilões de linha, que eqüivalem a empréstimos aos bancos, com compromisso de recompra. Nessa operação, é ofertado até US$ 1 bilhão.
Na zona do euro, as principais Bolsas abriram com alta superior a 1%, já que encerraram o pregão antes do anúncio do Fed na véspera. No fim do dia, os ganhos se reduziram um pouco. O índice das principais ações europeias, FTS Eurofirst 300 fechou em alta de 0,6%, nível que não era visto desde meados de 2008. O índice Dax, da Bolsa de Frankfurt, avançou 0,67%; o CAC, de Paris, teve ganho de 0,85%; e o FTSE, de Londres, subiu 1,01%.
Nos EUA, os principais índices fecharam em queda, com exceção do Nas-daq, depois de terem alcançado recordes na quarta-feira. O S&P 500, que chegou ao seu maior nível ontem, caiu 0,18%; o Dow Jones recuou 0,26%; e o Nasdaq ganhou 0,15%.
A Bovespa abriu em alta, seguindo os pregões europeus, mas inverteu o sinal j e fechou em queda. O Ibovespa recuou 1,09% aos 55.095 pontos, com volume negociado de R$ 7,8 bilhões.
— Os investidores embolsaram o lucro, já que o índice tem valorização de mais de 11% no mês. E o Ibovespa encerrou a 55 mil pontos. Se romper este nível, poderá ir até 58 mil — disse Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest Título Corretora.
Os juros futuros também tiveram leve ajuste acompanhando a alta do dólar e o comportamento dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA. O Tesouro Nacional vendeu no mercado cerca de 2,25 milhões de Notas do Tesouro Nacional - série F (NTN-F), títulos prefixados, o que também acabou contribuindo para puxar as taxas dos DIs. Na BM&F, o contrato com vencimento em janeiro de 2017 tinha taxa de 11,17% frente aos 11,15% na véspera. Já o Dl para janeiro de 2015 fechou com alta de 10,12% frente aos 10,11% de quarta. O contrato para janeiro de 2014 ficou estável a 9,23%. •