"O Copom (Comitê de Política Monetária) não será complacente com a inflação. Se necessário for, no momento certo, o comitê poderá recalibrar sua ação de política monetária de modo a garantir a prevalência de um cenário benigno para a inflação nos próximos anos", afirmou o diretor ao apresentar o boletim regional, em Florianópolis.
No final do mês passado, o Copom surpreendeu ao elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, para 11,25% ao ano, num momento em que as apostas eram de manutenção diante da atividade econômica fraca.
Mas a inflação continua acima do teto da meta do governo — de 4,5% pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos —, o que abre caminho para o BC continuar apertando a política monetária.
"O Copom se manterá especialmente vigilante dados os elevados níveis de inflação e o balanço de riscos menos favorável", observou ele.
Após as declarações do diretor do BC, as taxas dos contratos de juros futuros mais longos ampliaram as perdas, refletindo a perspectiva de que um aperto monetário mais forte no curto prazo possa abrir espaço para juros mais baixos no futuro.
De acordo com o diretor, a inflação brasileira tende a entrar em convergência para a meta em 2016, acrescentando que com as mudanças de preços relativos, a composição dos indicadores de preços tende a melhorar ao longo do tempo.
A inflação oficial brasileira desacelerou em outubro a 0,42% beneficiada por preços de alimentação e transportes, mas em 12 meses continuou acima do teto da meta, atingindo 6,59%.
Sobre o nível de atividade, Araújo comentou que o crescimento da economia brasileira tem ficado abaixo do potencial. Para este ano, o BC projeta expansão de 0,7%, abaixo do crescimento de 2,5% registrado em 2013.
Fonte: O Globo