Expectativa com prévias operacionais impulsiona ações do setor
As bolsas norte-americanas conseguiram sustentar pequena alta ontem, após uma sequência de perdas em virtude do impasse fiscal nos EUA e da aproximação da data-limite para que o teto da dívida do governo seja elevado. Os problemas não saíram de cena, mas a notícia de que o presidente Barack Obama terá uma reunião com líderes republicanos hoje trouxe algum ânimo na reta final dos negócios. Além disso, a indicação da atual vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Janet Yellen, para substituir Ben Ber-nani e no comando da institr ícao foi bem-recebida, uma vez que o perfil mais moderado dela sinaliza mudanças menos bruscas na política monetária dos EUA. Já a ata do último encontro do Fed, também divulgada ontem, não trouxe indicação adicional de que os estímulos à economia dos EUA podem ser reduzidos já neste mês.
Neste cenário, o índice de ações Dow Jones terminou com ganho de 0,18%, aos 14.802,98 pontos, e o S&P 500 avançou 0,06%, aos 1.656,40 pontos. O Nasdaq, porém, caiu 0,46%, aos 3.677,78 pontos.
No Brasil, a Bovespa pegou carona nesse pequeno alívio vindo de Nova York e subiu 0,45%, aos 52.547,71 pontos. A Bolsa brasileira foi ajudada ainda pelo avanço das ações do setor bancário, antes do anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic (a taxa básica de juros), na noite de ontem. Petrobrás ON caiu 0,53% e Petrobrás PN teve baixa de 1,31%, enquanto Vale ON cedeu 1,22% e Vale PNA caiu 2,28%. Do lado das altas, os papéis de construtoras foram favorecidos pela expectativa positiva com as prévias operacionais das empresas.
No mercado de renda fixa, os investidores passaram o dia em compasso de espera pelo término do encontro do Copom, Mais do que o resultado, os investidores aguardavam o comunicado que acompanha a decisão, a fim de verificar se o Banco Central pretendia ou não reduzir o ritmo do aperto monetário na última reunião do ano. Assim, as taxas dos contratos futuros de juros com prazos mais curtos tiveram leve alta. O índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro, anunciado pela manhã, veio dentro do esperado e o dólar estável ante o real não exerceu pressão sobre as taxas. As taxas dos contratos futuros com prazos mais longos, no entanto, tiveram queda, ainda devido à tensão envolvendo os EUA. A taxa do contrato com vencimento em janeiro de 2014, por exemplo, ficou em 9,452%, ante 9,442% da terça-feira. Já a taxa para janeiro de 2017 ficou em 11,10%, ante II,16% da véspera. O dólar, por sua vez, oscilou em margens estreitas, travado pelo impasse norte-americano. No fim do dia, o dólar à vista no balei o ficou estável cotado a R$ 2,2060.