A Bovespa corrigiu na quinta-feira parte da forte alta de 3% acumulada no início desta semana. Além disso, o mercado local também se ajustou aos ADRs (recibos de ações negociados na Bolsa de Nova York), que caíram na quarta-feira em Wall Street, quando a bolsa brasileira estava fechada devido ao feriado do Dia do Trabalho.
"Em média, os ADRs brasileiros caíram 2% na quarta, o que levou o mercado a passar por ajustes", disse um operador. A sessão de quarta-feira das bolsa americanas foi marcada pela divulgação de indicadores econômicos fracos e pelo encontro do Fomc, o comitê de política monetária do Fed, o banco central americano.
Embora as bolsas americanas tenham subido ontem, os investidores encontraram na queda dos preços das commodities metálicas o motivo para pressionar as ações da Vale e das siderúrgicas. A baixa dos materiais básicos foi provocada pelo dado de atividade industrial na China (PMI, na sigla em inglês), medido pelo HSBC, que apontou desaceleração, saindo de 51,6 em março para 50,4 em abril.
Já o namoro do mercado com a Petrobras continua. Depois de surpreender os investidores com seu balanço do primeiro trimestre e receber vários elogios dos analistas, a estatal anunciou na terça a venda de participação de 20% em seis blocos de exploração no Golfo do México por US$ 110 milhões.
O Ibovespa terminou a quinta-feira em baixa de 1,05%, aos 55.321 pontos, com bom volume de R$ 8,044 bilhões. Mesmo com o recuo de ontem, a bolsa ainda acumula alta de 1,97% na semana. Entre as mais negociadas, Vale PNA perdeu 2,72%, a R$ 31,75; Petrobras PN subiu 0,79%, a R$ 20,25; e OGX ON recuou 6,15%, para R$ 1,83.
Operadores chamam atenção desde terça-feira para o aumento na posição alugada - uma forma de apostar na baixa do papel - de OGX, após a disparada de 72% do ativo entre 18 e 29 de abril. Segundo dados da Bovespa, ao final do pregão de terça, havia 283,7 milhões de ações da companhia alugadas, 2,26% a mais do que os 277,4 milhões do dia anterior.
Outros papéis das empresas "X", de Eike Batista, também figuraram entre as maiores baixas do Ibovespa: MMX ON perdeu 7,17% e LLX ON recuou 3,53%. A MMX anunciou nesta semana um prejuízo de R$ 55 milhões no primeiro trimestre, revertendo o lucro de R$ 49 milhões apurado em igual período do ano passado.
A lista de baixas trouxe também Oi ON (- 4,92%), Light ON (- 4,75%), Oi PN (- 4,44%), Usiminas PNA (- 3,65%) e Usiminas ON (- 3,54%). O BTG Pactual rebaixou a recomendação das ações da Light, de compra para manutenção. O banco cita as perdas de energia e a inadimplência dos clientes como os principais problemas da companhia.
Já no caso da Oi, analistas citaram o elevado endividamento da companhia e sua política agressiva de pagamento de dividendos como os principais fatores de preocupação. O mercado especula que a operadora terá de fazer uma reestruturação societária em breve.
Na ponta positiva ficaram ALL ON (2,84%), Vanguarda Agro ON (2,63%) e Eletrobras ON (2,19%). A estatal negocia com o governo mais R$ 20 bilhões em indenizações por perdas causadas com mudanças nas regras das concessões.