Notícias vindas da Europa abriram espaço ontem para a busca por ativos de maior risco em todo o mundo, em especial de ações. Dados melhores que o esperado da indústria alemã e o leilão bem-sucedido de bônus portugueses, além de balanços corporativos positivos, impulsionaram as bolsas da Europa edos Estados Unidos e, no Brasil,fizeram a Bovespa fechar acima dos 56 mil pontos. O inesperado corte dejuros pelo Banco da Reserva da Austrália - o banco central do país - também favoreceu papéis importantes, como os da Vale, em meio àpercepção de que estímulos vão incrementar o crescimento australiano.
Com isso, o Ibovespa encerrou o pregão aos 56.274,66 pontos, em alta de 1,52%, um ganho mais intenso que os dos principais índices de ações de Nova York e da zona do euro. Ainda assim, o DowJones e o Nasdaq fecharam em seus níveis recordes, aos 15.056,20 pontos (alta de 0,58%) e aos 3.396,63 pontos (ganho de 0,11%), respectivamente. Na Europa, a Bolsa de Londres avançou 0,55%, a de Paris teve ganho de 0,37% e a de Frankfurt subiu 0,86%.
Entre as principais ações negociadas na Bovespa, Vale ON teve alta de 3,02%, Vale PNA avançou 2,39%, Petrobrás ON encerrou o dia com valorização de 0,82% e Petrobrás PN subiu 1,33%. Em sentido contrário, OGX ON cedeu 1,02%. Acompanhando seus pares no exterior, os bancos tiveram altafirme, se recuperando da queda da véspera. Bradesco PN terminou com elevação de 2,99%, Itaú Unibanco PN subiu 2,94% e Banco do Brasil ON avançou 4,27%.
Com o otimismo externo, o dólar recuou 0,45% ante o real no mercado de balcão e encerrou o dia cotado a R$ 2,0060. O movimento, em sintonia com a alta da Bovespa, destoou um pouco do verificado no exterior, onde a pressão de baixa sobre a moeda americanafoi menor. Com a queda de ontem, o dólar acumula em 2013 recuo de 1,91% em relação ao real.
Narendafixa, as taxas dos contratos futuros de juros recuaram durante todo o dia, embora tenham reduzido as perdas momentaneamente durante a tarde. A desaceleração nos preços dos alimentos no Brasil, citada por alguns analistas, trouxe o viés de baixa para as taxas, sendo que o exterior positivo minimizou o movimento. No fim da sessão, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em janeiro de 2014 estava em 7,84%, ante 7,89% da segunda-feira. Já a taxa do vencimento para janeiro de 2021 estava em 9,31%, ante os 9,36% da sessão anterior. Mesmo com o movimento, o mercado segue precificando, de forma majoritária, alta de 0,25 ponto por-centual da Selic (a taxa básica dejuros da economia) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no fim do mês. Atualmente a Selic está em 7,50% ao ano.