A bolsa brasileira descolou dos mercados internacionais ontem e terminou o dia em forte alta, impulsionada pelas ações das empresas "X" e por Usiminas.
Os dados do PIB divulgados pela China vieram em linha com as expectativas dos analistas e também colaboraram para o otimismo dos investidores por aqui. O país asiático informou que sua economia cresceu 7,5% no segundo trimestre, afastando os temores de uma desaceleração abrupta da segunda maior economia do mundo.
Apesar dos ganhos expressivos na Bovespa, o volume financeiro não foi tão significativo. O giro ficou abaixo da média de R$ 8 bilhões, incluindo aí pouco mais de R$ 2 bilhões do vencimento de opções sobre ações que aconteceu ontem. Operadores não notaram presença relevante de investidores estrangeiros no pregão, o que coloca em dúvida se a alta de ontem se sustentará hoje.
O índice Ibovespa subiu 2,65%, aos 46.738 pontos, após marcar máxima de 46.839 pontos (2,87%). O volume financeiro somou R$ 7,495 bilhões. Desse montante, R$ 2,181 bilhões correspondem ao exercício de opções sobre ações, sendo que as opções de venda foram maioria, com R$ 1,327 bilhão.
Entre as ações de maior peso, Vale PNA subiu 1,1%, para R$ 27,36; e Petrobras PN teve alta de 0,71%, para R$ 15,54. Os bancos também terminaram em alta, com destaque para Bradesco ON (5,04%), seguida por Banco do Brasil ON (2,80%), Bradesco PN (2,49%), Itaú PN (1,82%) e Santander Unit (2,08%). Operadores chamaram atenção para o fato de Bradesco PN e Itaú PN voltarem a ser negociados na mesma faixa de preço, na casa dos R$ 28, após o banco da Cidade de Deus ter subido mais forte nos últimos pregões.
Mas foram as empresas de Eike Batista que lideraram, com folga, os ganhos do dia: OGX ON subiu 18,60%, a R$ 0,51; MMX ON ganhou 17,09%, a R$ 1,37; e LLX ON terminou em alta de 12,12%, cotada a R$ 0,74.
Uma das razões para a forte alta foi a informação de que o BNDES teria alongado o prazo das dívidas pendentes do grupo "X". "A volatilidade das ações do grupo X continua muito grande. Os papéis oscilam ao sabor das notícias", comentou um operador ao lembrar que, na sexta-feira, as ações do grupo haviam perdido mais de 20%.
Após o fechamento do mercado, o BNDES divulgou nota negando que tenha concedido vantagens ou tratamento privilegiado nas concessões de financiamento ao grupo EBX.
Na sequência das maiores altas ficaram Usiminas PNA (15,26%), Usiminas ON (14,03%), Oi ON (9,89%) e Oi PN (8,88%). Usiminas avançou após o Credit Suisse elevar a recomendação das ações de venda para compra.
A casa de análise acredita na gradual recuperação da siderúrgica e, após a queda de 49% das ações neste ano, elas apresentam um múltiplo de 5,9 vezes o EV/Ebitda em 2014, com 10% de desconto na comparação com empresas semelhantes no exterior. O múltiplo EV/Ebitda mostra a relação entre o valor da empresa e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, uma medida simplificada de geração de caixa.
Já os papéis da Oi reagiram ao acordo fechado na sexta-feira para venda da Globenet, operação de cabos submarinos da Oi, ao BTG Pactual Infraestrutura II Fundo de Investimento e Participações, por R$ 1,745 bilhão.