Ibovespa tem o pior desempenho das principais Bolsas globais, diz banco
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) passa este ano por sua mais longa crise da história, com duração de 15 semanas, segundo um estudo elaborado pela área de pesquisa banco HSBC. É a mais longa, mas não a mais profunda: nesse período, o mercado brasileiro recuou 16%, contra uma média de queda de 22% nas correções anteriores.
“Correção” é como o mercado chama momentos em que as ações caem mais de 15% em um curto período de tempo. Isso pode acontecer por variados motivos. É diferente do chamado “mercado de urso”, mais grave, como ocorreu na quebra da Bolsa de Nova York em 1929 e na crise financeira internacional de 2008.
Foram 19 “correções” ao longo dos últimos 20 anos. No relatório, assinado por quatro analistas, o banco avalia que esta correção, diferentemente das outras, tem sido guiada mais por preocupações com as políticas internas brasileiras do que por volatilidade externa. A segunda mais longa durou 14 semanas e aconteceu em 1999, ano da maxidesvalorização do real.
Segundo o HSBC, o Ibovespa, índice de referência da Bovespa, tem o pior desempenho das principais Bolsas globais. O Ibovespa recua 12% no ano, mais do que a média de mercados de países emergentes (queda de 4%) e de países desenvolvidos (alta de 7%). O banco cita entre as razões a “estagflação” do país, ou seja, inflação elevada com baixo crescimento, além do intervencionismo do governo e incertezas sobre o crescimento da China.
O banco, no entanto, passa uma mensagem positiva. Em tese, três quartos da queda média histórica da Bolsa já aconteceram. E a média de recuperação do mercado brasileiro, após o período de correção do preço das ações, costuma ser de 26%, pela média histórica dos últimos 20 anos. Isso, segundo o banco, sugere uma oportunidades de compra de ações na Bolsa.
Mas, claro, que nada garante que a queda não vai se aprofundar nos próximos meses. O banco pondera que houve quatro “quebras” (crash) da Bolsa nos últimos 20 anos, ou seja, períodos de queda de mais de 40% do índice. Nesse caso, se uma nova “quebra” ocorrer, o mercado brasileiro estaria agora apenas na “metade do caminho” das perdas com ações.
Selic vai subir mais três vezes
Os economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central reviram suas projeções e esperam agora mais três altas de 0,25 ponto porcentual na taxa básica de juros em 2013, completando um ciclo de aumento de 1 ponto porcentual neste ano. A mediana para o fim de maio segue em 7,75% ao ano.
A previsão de crescimento da economia brasileira em 2013 foi mantida em 3% na pesquisa Focus divulgada ontem pelo BC. Para 2014, a estimativa de expansão segue em 3,5%. Há quatro semanas, as projeções eram, respectivamente, de 3% e 3,5%.
Agenda
Terça-feira (23)
Brasil
Não está prevista a divulgação de indicadores econômicos
EUA
O Purchasing Managers Index (PMI) mostra pesquisa referente ao nível de atividade industrial nos Estados Unidos.
Será divulgado o indicador do US Census Bureau de março, que calcula as vendas de imóveis novos nos Estados Unidos.
Quarta-feira (24)
Brasil
Será divulgada a sondagem do consumidor de abril.
Banco Central do Brasil informa o fluxo cambial semanal.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) informa qual o desempenho do IPC-S nas sete capitais pesquisadas – Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre.