Os últimos pacotes de estímulo à economia, anunciados quase que simultaneamente em Europa, Estados Unidos, China, Japão e Brasil, estão provocando um movimento de retorno dos investidores estrangeiros à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), após um período de fraco interesse. O fluxo de capital estrangeiro na Bovespa atingiu saldo de R$ 2,7 bilhões neste mês até o dia 17 (último dado consolidado), o melhor resultado mensal de ingressos desde janeiro (R$ 7,1 bilhões).
Entre 31 de agosto e o dia 17 setembro, todos os pregões registraram saldo de recursos externos, o que significa que os investidores estrangeiros estão comprando mais ações de empresas brasileiras do que vendendo.
No ano, o saldo soma R$ 5,5 bilhões. Apenas no dia 14, o saldo ficou positivo em R$ 918 milhões, o mais alto valor desde 15 agosto, quando os estrangeiros deixaram R$ 1,1 bilhão na Bovespa.
- O mês de setembro está com viés muito positivo e indica uma volta, pelo menos temporária, dos estrangeiros à Bolsa brasileira. Desde janeiro, não se via um movimento tão expressivo. Houve dias em que o volume negociado no pregão ficou acima da média de R$ 6,5 bilhões, chegando a R$ 10 bilhões - diz Pedro Galdi, estrategista da corretora SLW.
Segundo Matias Frederico Dieterich, analista da corretora Solidus, os estrangeiros estão comprando ações mais líquidas e ligadas a commodities , como Vale e Petrobras, e papéis de siderurgia, como Usiminas e CSN.