Em meio à crise internacional, a decisão do Banco Central (BC) de reduzir, pela nona vez seguida, a taxa básica de juros da economia, não surtirá grandes efeitos sobre os investimentos, avaliam economistas. Com um cenário externo de incertezas, os empresários engavetam projetos no país.
- Sozinha, a Selic não faz milagres. A economia precisa de investimentos. Mas, em função da crise europeia, mesmo num cenário de juros menores, os investimentos caíram - disse Carlos Thadeu de Freitas, chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e ex-diretor do Banco Central (BC).
Para André Perfeito, economista da Gradual Investimentos, incentivos do governo e uma Selic menor criam condições para os investimentos voltarem.
- Ao cortar os juros, o BC estimula o consumo e ainda força o empresario a investir. Mas essas medidas só terão um efeito mais pronunciado em 2013 - disse Perfeito, para quem o consumo está num "patamar interessante". - Se as pessoas estão se endividando é porque o crédito, mais barato, está permitindo isso. Estamos num cenário saudável.
O economista da CNC também acredita que há espaço para estimular o consumo:
- O problema, contudo, é que, caso o consumo cresça muito, a importação é quem vai suprir essa demanda. O desafio está em ampliar o investimento.