A emissão de R$ 23 bilhões em títulos públicos para injetar dinheiro no BNDES e na Caixa foi a principal responsável pelo crescimento da dívida pública federal em junho. Segundo relatório divulgado ontem pelo Tesouro Nacional, o estoque aumentou R$ 50,4 bilhões, ou 2,6%, fechando o mês em R$ 1,985 trilhão.
Ao todo, as emissões do mês somaram R$ 61,47 bilhões, e 37,4% disso foram destinados aos bancos públicos. O BNDES recebeu R$ 15 bilhões para elevar seu capital e poder emprestar mais. A Caixa ficou com R$ 8 bilhões para conceder financiamentos do programa Minha Casa Melhor, que oferece linhas subsidiadas aos usuários do Minha Casa Minha Vida para a compra de móveis e eletrodomésticos.
O Tesouro resgatou em junho R$ 29,73 bilhões em papéis. Assim, a emissão líquida foi de R$ 31,74 bilhões, a maior do ano. Mas a dívida também foi impactada pelos juros que corrigem o estoque e que somaram R$ 18,65 bilhões.
Como a maior parte dos títulos emitidos foram prefixados, aumentou a participação desses papéis no estoque, de 39,16% para 40%. Os títulos indexados a índices de preços e a taxas flutuantes (como a Selic) reduziram levemente sua fatia no endividamento, respectivamente, de 34,62% para 34,07% e de 21,45% para 21,44%.