As ações da Vale ficaram na ponta positiva do Ibovespa do começo ao fim do pregão e garantiram a recuperação da bolsa brasileira ontem, após cinco pregões em baixa. OGX ON também figurou entre os maiores ganhos, mas perdeu força nos minutos finais de negociação. O Ibovespa subiu 1,18%, aos 57.836 pontos, com volume de R$ 6,225 bilhões. Apenas Vale PNA respondeu por 18% do giro, ou R$ 1,117 bilhão. O papel fechou na máxima, a R$ 36,20, com alta de 5,57%, a terceira maior valorização do índice. Acima, apenas Vale ON (5,63%) e Bradespar PN (5,92%), que tem ações da mineradora em sua carteira de investimentos.
Apesar da queda de 58% no lucro do terceiro trimestre, para R$ 3,3 bilhões, analistas elogiaram a manutenção da competitividade da companhia em minério de ferro e o controle de custos. O mercado esperava um resultado pior por causa da forte queda no preço do minério no mercado internacional. Mas alguns alertaram que a alta ontem foi exagerada. "Essa alta não condiz com o resultado. Os números vieram em linha, mas foi um balanço ruim. E o guidance (expectativa de resultado) para o próximo trimestre ainda é fraco", afirmou o estrategista da SLW Corretora, Pedro Galdi. "Os investidores exageraram no pregão de quarta no desconto dado ao balanço da Vale e ontem também exageraram na recuperação", observou o gestor da Evergreen Investimentos, Pedro Alceu Cardoso.
OGX ON disparou pela manhã, ficou no topo do Ibovespa quase o dia todo, mas perdeu força nos minutos finais, encerrando em alta de 2,59%, a R$ 4,75. Os papéis reagiram à decisão de seu controlador Eike Batista, que concedeu o direito de a empresa fazê-lo comprar até US$ 1 bilhão em ações. A opção poderá ser exercida até 2014, a R$ 6,30 por ação.
Entre as ações mais negociadas, Petrobras PN subiu 0,97%, para R$ 21,75; Itaú Unibanco PN marcou alta de 1,41%, a R$ 30,00 e Bradesco PN avançou 2,46%, a R$ 32,43. A lista de maiores baixas trouxe Pão de Açúcar PN (-3,78%). Reportagem do Valor mostrou que os antigos controladores da Casas Bahia têm interesse em reassumir o controle do negócio, vendido ao Pão de Açúcar, ou de se desfazer de sua participação na companhia.
Destaque ainda para ações de outras empresas que soltaram balanço, caso de Natura ON (-1,13%) e Klabin PN (-1,69%). A Klabin trouxe lucro de R$ 330,8 milhões no terceiro trimestre, ante prejuízo de R$ 243,1 milhões registrado um ano antes. O número veio bem acima das estimativas de analistas ouvidos pelo Valor, que previam lucro de R$ 183 milhões. O resultado da Natura também superou as projeções dos especialistas, com alta de 18% no terceiro trimestre, para R$ 237,3 milhões, enquanto a média das estimativas apontava para uma alta de 9%.
Em Wall Street, apesar dos indicadores positivos divulgados ontem, que lançaram alguma luz favorável ao crescimento global, os índices de ações devolveram boa parte dos ganhos iniciais ao longo do dia, fechando em leve alta. À tarde circularam rumores de rebaixamento do rating AAA dos Estados Unidos pela Fitch, o que deixou os investidores cautelosos.
O Dow Jones marcou alta de 0,20%, fechando aos 13.103 pontos.; o S&P-500 ganhou 0,30%, para 1.412 pontos, enquanto o Nasdaq Composite subiu 0,15%, para 2.986 pontos. Na Europa, o índice Stoxx 600 subiu 0,26% e fechou com 270,23 pontos, refletindo a melhora no sentimento proporcionado pelo inesperado crescimento de 1% do PIB do Reino Unido no terceiro trimestre.