A BM&FBovespa programou o início de negociações com os novos derivativos de taxas de juros, que terão base na Selic, para o dia 1º de março, de acordo com ofício divulgado pela bolsa. A informação sobre o lançamento dos contratos foi antecipada na semana passada pelo Valor. Inicialmente, o lançamento dos contratos estava previsto para fevereiro.
Os novos derivativos acompanharão as operações compromissadas de um dia com títulos públicos federais, que são liquidadas no Selic, sigla que denomina o sistema de liquidação e custódia administrado pelo Banco Central.
Com o código "OC1", o novo derivativo terá o primeiro vencimento a partir de abril. Junto com o contrato futuro de Selic, a bolsa criará opções de compra e venda com base na taxa. A referência das opções será um novo índice que será calculado pela BM&FBovespa a partir das operações realizadas no Selic, batizado de ITC.
O principal derivativo de taxa de juros negociado no mercado brasileiro tem como referência as taxas de um dia do depósito interfinanceiro (DI). Carro-chefe da BM&F, esse contrato é hoje o segundo derivativo de taxa de juros mais negociado no mundo, atrás apenas do Eurodollar na americana CME, de acordo com dados da Futures Industry Association (FIA). Em dezembro, o volume financeiro médio diário com o DI futuro foi de R$ 129,5 bilhões.
Com o derivativo ligado à Selic, a BM&F terá um produto ligado de forma mais direta às decisões de política monetária do Banco Central. Embora também acompanhe a taxa básica de juros, o cálculo do DI embute uma variável de mercado, já que é resultado das operações fechadas entre bancos.
Como os dois contratos possuem forte correlação, a bolsa pretende estimular as operações de arbitragem. No primeiro ano de negociação, os emolumentos e taxas de registro nessas operações terão um desconto de 65%.
A BM&F também deve fazer uma exigência diferenciada na margem de garantia imposta aos investidores, que será correspondente à posição líquida entre a posição comprada em um contrato e a vendida no outro.