Mercado reage, e juros futuros sobem. Bovespa e dólar recuam
Os juros futuros tiveram forte valorização ontem na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), depois que o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, declarou que o Comitê de Política Monetária (Copom) pode ser "instado a refletir sobre a possibilidade de intensificar o uso do instrumento da política monetária, a taxa Selic". Parte do mercado entendeu como um recado de que a próxima elevação da taxa pode ser de 0,5 ponto percentual, e não de 0,25 ponto, como é o consenso embutido nas cotações de contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) na BM&F.
Em São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a dizer que a inflação está em trajetória de queda no país. Perguntado sobre se a taxa ficará no centro da meta (de 4,5%), no entanto, Mantega se esquivou e disse que esse assunto caberia apenas ao Banco Central.
- Tem de perguntar para o BC - respondeu. - A inflação vai cair no Brasil. Nós tivemos problemas principalmente com commodities. O problema veio de fora, os preços se elevaram muito.
No fim do dia, o contrato DI com vencimento em janeiro de 2014 fechou em 7,93%, ante 7,83% na véspera, enquanto o contrato com vencimento em janeiro de 2015 saiu de 8,28% para 8,36%. De acordo com estimativa de Rogério Braga, gestor de renda fixa da gestora Quantitas, os contratos DI passaram a refletir maior probabilidade de uma alta de um ponto percentual da Selic, de 7,5% para 8,5%, até o fim deste ano.
O dólar comercial fechou em queda pelo segundo dia, em baixa de 0,60%, cotado a R$ 2,002 para venda. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou em queda pela primeira vez após cinco sessões consecutivas de alta. O Ibovespa baixou 0,04%, aos 54.963 pontos.