Instituição anunciou que fará dois leilões de venda de dólar no mercado hoje. Moeda americana fecha estável
Rio, Brasília e São Paulo No mesmo dia em que o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, defendeu a manutenção dos juros básicos nos atuais 7,25% ao ano por um período prolongado; o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, afirmou ontem que o sistema de câmbio brasileiro é de "flutuação suja". As declarações mais frequentes da diretoria do BC, na avaliação de especialistas, visam a corrigir distorções do mercado.
Para Carlos Langoni, ex-presidente do BC e hoje na Fundação Getulio Vargas (FGV), a autoridade monetária passou a ter informalmente mais atribuições: além do cumprimento da meta de inflação, existe o compromisso com o crescimento, o gerenciamento da crise internacional e o próprio patamar de câmbio:
- Uma das funções do governo e em particular do Banco Central é gerenciar expectativas do mercado. É positivo os diretores do BC explicitarem o que não fica muito claro na ata do Copom. Antes era um tabu falar sobre câmbio.
Para Eduardo Velho, economista-chefe da Planner Corretora, as declarações de diretores do BC seriam uma forma de ajustar mais rapidamente as expectativas do mercado, algo necessário em períodos de volatilidade como o atual.
Em Brasília, Tombini defendeu a manutenção da taxa básica de juros em 7,25% para que a inflação volte para a meta em 2013. E afirmou que uma desvalorização forçada do câmbio não melhora a competitividade da indústria porque aumenta a inflação.
O BC anunciou ontem que fará hoje dois leilões de venda de dólar. O volume ofertado será de US$ 1,5 bilhão. Ontem, o dólar fechou estável, com alta de 0,04%, a R$ 2,078 na venda. O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) subiu 0,63%, aos 59.623 pontos.