O Banco Central anunciou ontem o fim do recolhimento compulsório sobre as posições vendida dos bancos no mercado de câmbio, nas quais apostam na valorização do real. A medida vale a partir da publicação no Diário Oficial da União e terá efeito para o período de cálculo a partir de 1º de julho. Desde dezembro do ano passado, o compulsório era de 60% sobre as operações que passassem de US$ 3 bilhões. Atualmente, os bancos não têm posição vendida. Ao contrário, estão compradas em US$ 4,4 bilhões, acreditando na valorização da moeda norte-americana.
A decisão do BC surpreendeu o mercado, pois veio no terceiro dia seguido de queda do dólar, que foi cotado a R$ 2,212. A melhora no cenário externo e um novo leilão da moeda norte-americana pela autoridade monetária, anunciado desde a véspera, ajudou o preço a recuar 0,70%. Em três sessões, a retração acumulada foi de 2,04%. O BC vendeu R$ 3,26 bilhões em contratos com vencimentos em 1º de outubro e em 1º de novembro.
Para completar a onda contrária à valorização da divisa, o noticiário internacional repercutiu indicações de que o Federal Reserve (Fed, o BC dos Estados Unidos) não deverá acabar tão cedo com os estímulos financeiros na maior economia do mundo. O sentimento dos investidores melhorou desde a segunda-feira, quando o presidente do Fed de Dallas, Richard Fisher, afirmou que a política monetária expansionista continuaria, mesmo se o estímulo fosse reduzido. Isso não desarmou, contudo, a atenção com outros indicadores econômicos.