O preço médio do dólar comercial em agosto é de R$ 2,028 e, ontem, a cotação da moeda não se afastou dessa linha. Depois de oscilar um centavo entre máxima e mínima, a divisa fechou negociada a R$ 2,027, com alta de 0,30%.
Para o economista para a América Latina do Standard Chartered, Italo Lombardi, o mercado se mantém na dinâmica observada no começo do mês passado, quando já se acreditava em uma banda de flutuação com piso em R$ 2 e teto em R$ 2,10.
"A percepção é de que existe apetite maior por posições mais otimistas em reais, mas, ao mesmo tempo, tem aquela ideia de que o governo pode intervir próximo dos R$ 2. Então, fica nesse impasse", diz o economista.
Em relatório, os economistas do Royal Bank of Scotland (RBS) apontam que o real parece mesmo preso entre R$ 2 e R$ 2,1, conforme a taxa de câmbio é crescentemente associada ao fraco desempenho da economia brasileira no atual ambiente global.
Os economistas do RBS tiveram recentes conversas com o Banco Central, Ministério do Planejamento, fundos de hedge e bancos brasileiros e a percepção é de que os Impostos sobre Operações Financeiras (IOF) colocados como barreira ao capital externo de curto prazo vieram para ficar.
Segundo a instituição, o governo acredita que tais medidas atingiram o objetivo pretendido e não há consenso sobre qual seriam as melhores condições para remover a taxação. Conclusão do RBS: não há negócio atrativo em câmbio a não ser operar dentro dessa banda.
Olhando mais adiante, Lombardi, acredita que a pressão por valorização do real tende a aumentar, o que dará mais trabalho ao BC e pode levar o dólar a fechar o ano próximo de R$ 1,95.
O economista trabalha com um saldo comercial de US$ 25 bilhões, maior que o estimado pelo governo e pela média do mercado. Fora isso, há perspectiva positiva com investimentos no país, o que favorece a conta de capitais.