Emprego com carteira perde fôlego e segura queda da informalidade
SÃO PAULO A economia informal parou de encolher na mesma medida em que a geração de emprego com carteira assinada dá sinais de que chegou a seu limite. Esta é a conclusão de estudo divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco), em conjunto com a FGV. O índice atribuído à chamada economia subterrânea chegou a 16,9% do PIB neste ano, equivalente a R$ 748,4 bilhões em valores correntes, queda de 0,1 ponto percentual sobre 2011.
Esta é a primeira vez desde 2007 que o país não registra redução expressiva nos níveis da informalidade. Para Fernando de Holanda Barbosa Filho, da FGV e responsável pelo estudo, assim como a geração de emprego formal chegou no teto, o nível de informalidade está em seu piso e deve permanecer ao redor dos atuais 16,9% do PIB.
- O emprego formal e a informalidade estão intimamente ligados. Só uma flexibilização da legislação trabalhista faria os índices mudarem.
O baixo nível de escolaridade também contribui para a manutenção da informalidade. Segundo ele, sem educação, é mais difícil ocupar as vagas que oferecem o registro.
- O avanço da escolaridade traria mais efeito no setor de serviços, que tem nível de informalidade maior que o da indústria - comenta.
Para Roberto Abdenur, presidente-executivo do Etco, é preciso investir em educação.