O investidor estrangeiro iniciou a última semana do mês com posição comprada em dólar de US$ 4,837 bilhões na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). O volume não é muito chamativo, mas é o maior desde 25 de fevereiro de 2010.
De forma simplificada, o comprado ganha com a alta da cotação do dólar. Já o vendido lucra quando ocorre desvalorização da moeda americana.
Vale lembrar que a última semana do mês marca os ajustes e a zeragem de posições que podem ser roladas para os próximos meses ou líquidas, tendo como base a Ptax - que é a taxa de referência apurada pelo Banco Central (BC).
A posição do estrangeiro na BM&F é formada por US$ 2,498 bilhões comprados em dólar futuro e US$ 2,338 bilhões comprados em cupom cambial (DDI - juro em dólar).
Apesar de chamar atenção, a posição dos estrangeiros é uma fração do estoque comprado dos investidores institucionais nacionais, categoria que inclui os fundos de investimento.
Esses agentes carregam uma posição pró-dólar de US$ 14,532 bilhões, sendo US$ 5,008 bilhões comprados em dólar futuro e outros US$ 9,523 bilhões comprados em cupom cambial. Cabe lembrar que em meados do mês esse estoque chegou a passar dos US$ 15 bilhões.
O mercado futuro é um jogo de soma zero. Se tem alguém comprado, há outro investidor necessariamente vendido. E a ponta de venda é dominada pelos bancos locais.
O estoque vendido soma US$ 20,373 bilhões, um dos maiores já registrados. Sendo US$ 8,287 bilhões vendidos em dólar futuro e US$ 12,085 bilhões vendidos em cupom cambial.
As posições na BM&F são apenas uma forma de exposição cambial desses agentes, que podem ter outros contratos atrelados à variação do dólar, no mercado de balcão, por exemplo.
No caso das instituições financeiras, elas detêm posições, também, no mercado à vista de moeda, onde estavam compradas em US$ 3,404 bilhões em junho até o dia 20.